Portugal vai à conferência do clima, em Marraquexe, defender firmeza da parte dos países na aplicação dos mecanismos previstos no Acordo de Paris, que deve ser rápida, segundo o Ministério do Ambiente.

“Portugal irá, na próxima COP 22 [conferência do clima das ONU], em Marraquexe, defender que os Estados sejam firmes na necessidade de operacionalizar os mecanismos do Acordo de Paris de forma célere”, refere o ministério liderado por João Matos Fernandes, em resposta a questões da agência Lusa.

O ministro do Ambiente vai estar em Marraquexe, Marrocos, na segunda semana da COP 22, quando o segmento ministerial irá participar na conferência, acompanhado por responsáveis e técnicos do organismo governamental, assim como da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), os quais participam nos trabalhos desde o início da iniciativa, a decorrer a partir de segunda-feira até 18 de novembro.

A delegação de Portugal inclui representantes da Embaixada Portuguesa em Marrocos, deputados da Assembleia da República, Organizações não Governamentais (ONG), empresas e sociedade civil.

O Ministério do Ambiente recorda os planos do Governo para traçar um percurso de descarbonização total da economia portuguesa até 2050.

“Iremos, assim, iniciar brevemente a revisão do nosso Roteiro Nacional de Baixo Carbono, a concluir até 2018, sendo esta, aliás, uma exigência do próprio Acordo de Paris”, aponta.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para o Ministério de João Matos Fernandes, este caminho é, ao mesmo tempo, “o mais racional do ponto de vista económico visto que, por um lado, fornece novas oportunidades de mercado e, por outro, reduz os custos significativos, atuais e futuros, associados à adaptação às alterações climáticas”.

A defesa de zonas costeiras, o acesso a água potável, as medidas na saúde humana, assim como na produção agrícola e florestal e no turismo são algumas das áreas abrangidas pelos planos e medidas de adaptação às alterações climáticas.

O Acordo de Paris, que entrou em vigor a 04 de outubro, contempla a meta de não ultrapassar os dois graus Celsius (ºC) de aquecimento global no final do século, sendo este um nível crítico do equilíbrio climático global, e tem por objetivo limitar a subida da temperatura a 1,5ºC para manter um risco mais baixo de alteração do clima.

O painel intergovernamental para as alterações climáticas da ONU (IPCC na sigla em inglês), recorda o Ministério, está a preparar um estudo sobre as mudanças necessárias para não se ultrapassar 1,5ºC de aquecimento global.

De acordo com as recentes declarações da sua vice-presidente, Ko Barrett, aquele objetivo “deverá implicar esforços muito mais ambiciosos do que o previsto em estudos anteriores, acrescenta o organismo governamental.