Ao contrário do que é habitual, a conferência de imprensa de Fernando Santos não começou logo com a divulgação dos convocados mas sim com uma espécie de pré-anúncio: Anthony Lopes, guarda-redes do Lyon que esteve no Campeonato da Europa em França, pediu dispensa desta convocatória por motivos pessoais. “Solicitou a ausência por motivos não desportivos, uma situação que só a ele e à família diz respeito. Tomei conhecimento da gravidade da situação e, juntamente com o presidente Fernando Gomes, entendemos aceitar o pedido”, explicou depois o selecionador nacional, antes de divulgar a lista de 24 elementos para os jogos de Portugal com Chipre (jogo particular), Letónia (qualificação para o Mundial) e para a Taça das Confederações, na Rússia.

Entre os nomes, nota para as ausências de Renato Sanches e Éder e para as chamadas de Bernardo Silva, Pizzi, Gelson Martins e André Silva. Questões a que o selecionador nacional não fugiu na conferência que se seguiu, sobretudo em relação ao avançado que marcou o golo da vitória de Portugal frente à França no Europeu.

“É uma questão de ponderação. Temos um lote muito alargado, normalmente à volta de 40 jogadores, que depois tem de emagrecer porque não cabem todos. A lista passa depois para 30 e depois para 23 [n.d.r. Fernando Santos chamou 24 elementos mas um ainda vai sair antes da Taça das Confederações]. Cabe ao selecionador analisar os dados, ver os jogadores que estavam disponíveis e fazer opções em termos estratégicos. Foi isso que fiz”, explicou, prosseguindo: “Transmiti pessoalmente aos jogadores as minhas opções. Para um treinador nunca é fácil para uma situação destas, mas tive a oportunidade de falar com eles, em especial com o Éder, e transmitir as razões”.

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“Percebo o simbolismo do Éder. Quando ninguém acreditava nele, quem é que o convocou? Há dois anos, nesta mesma sala, questionavam-me porquê o Éder, agora é ao contrário. É a lei da vida mas continuo a confiar nele”, rematou no segmento de respostas a propósito da ausência do avançado desta convocatória.

A situação de Renato Sanches é um pouco diferente porque, a par de João Cancelo, e ao contrário de Gelson Martins e André Silva, irá marcar presença numa outra prova: o Campeonato da Europa Sub-21. “É quase dramático, embora não haja dramas no futebol, drama é outra coisa. Para o selecionador nacional é sempre confrangedor este tipo de situações, claro que sim. Mas a vida é esta, temos de tomar decisões e assumo as escolhas que fiz sem problema nenhum. Já antes do Europeu falei aqui do Tiago, também foi difícil na altura, mas é assim”, salientou.

Os 25 eleitos por Rui Jorge para o Europeu Sub-21

Se Fernando Santos teve dificuldades em riscar nomes na convocatória que apresentou esta manhã para a Taça das Confederações (e ainda terá de dispensar mais um jogador), também Rui Jorge convocou 25 jogadores para o Campeonato da Europa Sub-21, que se vai realizar na Polónia, tendo ainda de reduzir o elenco para apenas 23 antes do início da prova. A lista de convocados para a prova é a seguinte:

Guarda-redes: Bruno Varela (V. Setúbal), Joel Pereira (Manchester United) e Miguel Silva (V. Guimarães)

Defesas: Fernando Fonseca (FC Porto), João Cancelo (Valencia), Pedro Rebocho (Moreirense), Kévin Rodrigues (Real Sociedad), Edgar Ié (Belenenses), Rúben Semedo (Sporting) e Tobias Figueiredo (Nacional)

Médios: Rúben Neves (FC Porto), Tomás Podstawski (FC Porto), Francisco Ramos (FC Porto), Renato Sanches (Bayern), Francisco Geraldes (Sporting), João Carvalho (V. Setúbal), Bruno Fernandes (Sampdória) e Rony Lopes (Lille)

Avançados: Diogo Jota (FC Porto), Daniel Podence (Sporting), Gonçalo Guedes (PSG), Iuri Medeiros (Boavista), Ricardo Horta (Sp. Braga), Bruma (Galatasaray) e Gonçalo Paciência (Rio Ave)