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À beira do precipício, ele travou. E a seguir deu um passo em frente (a crónica do Sporting-Moreirense)

Este artigo tem mais de 5 anos

Antes do clássico, nada como recordar um clássico: Sporting esteve à beira do precipício com o Moreirense, travou com golo de Gelson nos descontos (1-0) mas o ala deu o passo em frente (foi expulso).

Gelson Martins e a mensagem para o "irmão" Rúben Semedo após um golo fabricado em grande parte pelo miúda Rafael Leão
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Gelson Martins e a mensagem para o "irmão" Rúben Semedo após um golo fabricado em grande parte pelo miúda Rafael Leão

LUSA

Gelson Martins e a mensagem para o "irmão" Rúben Semedo após um golo fabricado em grande parte pelo miúda Rafael Leão

LUSA

“O que é que eu posso dizer da expulsão do Gelson… O que posso dizer… O Gelson emocionou-se, tem no coração Rúben Semedo, quis oferecer o golo ao Rúben Semedo e domingo, ou sexta-feira, no Dragão vai para a bancada, vai para a bancada ver o jogo com o Rúben Semedo”, atirou Jorge Jesus no final da flash interview.

Há muito tempo que o treinador do Sporting não surgia assim numa zona de entrevistas rápidas. Frontal na forma como apontou desta vez o dedo aos adeptos leoninos, que não terão apoiado como deviam a equipa quando ela mais precisava. Frontal na forma como demonstrou o seu orgulho por uma equipa que, além de andar a jogar de 72 em 72 horas nas últimas semanas, ainda teve de conviver com uma virose que afetou jogadores como William Carvalho, Ristovski, Piccini, Fábio Coentrão e Palhinha. Frontal na forma como criticou não só a expulsão de Petrovic por acumulação mas também a prestação do quarto árbitro. Frontal na forma como abordou a expulsão por segundo amarelo do jovem extremo português, que vai assim falhar a próxima jornada contra o FC Porto.

Sporting acaba com nove, vence Moreirense nos descontos mas perde Gelson para o clássico

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Recordando uma célebre frase do antigo capitão dos dragões, o Sporting esteve à beira do precipício em Alvalade contra o Moreirense, voltou a ficar reduzido a dez unidades aos 60′ como em Tondela e parecia não ter armas para chegar ao triunfo. Gelson travou à beira do precipício com um golo milagroso com grande dose de sorte à mistura, por ter embatido ainda num defesa dos cónegos antes de trair Jhonatan. O extremo não se conseguiu conter e deu mesmo o passo em frente, tirando a camisola tendo já um amarelo para dedicar aquele momento ao seu melhor amigo, Rúben Semedo, que se encontra detido em Espanha. E assim se resume um jogo.

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Cu bo ti fim do mundo ????

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Ficha de jogo

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Sporting-Moreirense, 1-0

24.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

Sporting: Rui Patrício; Battaglia, Coates, André Pinto, Acuña; Petrovic, Bruno Fernandes; Gelson Martins, Bryan Ruíz (Misic, 69′); Montero (Rafael Leão, 59′) e Doumbia (Bruno César, 90+3′)

Suplentes não utilizados: Salin, Lumor, Wendel e Rúben Ribeiro

Treinador: Jorge Jesus

Moreirense: Jhonatan; Iago Santos, André Micael, Abarhoun, Rúben Lima; Ângelo Neto (Rafael Costa, 69′), Boubacar (Alfa Semedo, 46′); Arsénio, Bilel, Tozé e Zizo (Dramé, 75′)

Suplentes não utilizados: Felipe, Edno, Ramires e Peña

Treinador: Petit

Golo: Gelson Martins (90+2′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Boubacar (27′), Ângelo Neto (35′), Petrovic (39′ e 60′), Acuña (55′), Tozé (84′), Gelson Martins (86′ e 90+2′) e Bilel (88′); cartão vermelho por acumulação a Petrovic (60′) e Gelson Martins (90+2′)

Foram muitas as alterações do Sporting esta noite, sem que com isso mexesse na estrutura dos jogos em casa com um 4x4x2 declarado com dois homens mais em cunha: Battaglia e Acuña nas laterais (se Sampaoli vê ainda se lembra de fazer um teste antes do Mundial com os argentinos…), André Pinto ao lado de Coates no lugar de Mathieu, Petrovic a ocupar a posição ‘6’ (e o sérvio somava apenas 23 minutos na Liga até ao momento), Bryan Ruíz como ala esquerdo e Montero a jogar perto de Doumbia na frente de ataque. No entanto, não havia aquela primeira fase de construção (William Carvalho) nem o avançado que marca tudo o que são bolas de último toque (Bas Dost). Assim, a dúvida era a do costume: Gelson Martins e Bruno Fernandes conseguiriam fazer a diferença?

Sim. Mais ou menos. Não. Sim porque, sempre que Bruno Fernandes conseguia sair da marcação à zona do duplo pivô dos cónegos e que Gelson Martins fazia movimentos interiores, os verde e brancos conseguiam desequilibrar um pouco o Moreirense. Mais ou menos porque essas situações não aconteceram assim tantas vezes, facilitando a missão dos minhotos no plano defensivo (a não ser nos dois amarelos que o médio conseguiu “sacar” ainda na primeira parte). Não porque, à exceção dos internacionais portugueses, mais ninguém esteve à altura, sobretudo Montero e Doumbia, que passaram completamente ao lado do jogo durante largos períodos.

Assim, e na primeira meia hora, Bruno Fernandes e Battaglia tiveram os únicos remates em zona prometedora mas muito por cima. Com uma outra particularidade: mesmo não criando perigo junto da baliza de Rui Patrício (e quando criava era mais por aproveitar passes errados dos leões do que propriamente em construção com bola), jogou-se mais minutos no terço do campo verde e branco do que propriamente no dos cónegos.

Mesmo sem melhorar muito a qualidade de jogo globalmente fraca, os comandados de Jorge Jesus tiveram três boas oportunidades na área isolados para inaugurar o marcador: primeiro Bryan Ruíz, a atirar fácil para Jhonatan (31′); depois Bruno Fernandes, a rematar um míssil por cima (40′); por fim André Pinto, a cabecear muito perto do poste (45+1′). Em resumo, houve isto e pouco mais na primeira parte, enquanto o Moreirense importunou apenas por uma vez Rui Patrício com um remate de longe de Tozé, travado a dois tempos (32′).

A primeira parte teve pouco a ver com o tempo frio, foi morna. Mas a segunda teve ainda menos. E nos primeiros 15 minutos escaldou mesmo: logo a abrir, Gelson Martins deixou Rúben Lima a ver navios na direita, arriscou o remate em vez do cruzamento e Jhonathan defendeu para o lado (46′); pouco depois, Bilel, avançado que até esteve no ano passado emprestado ao Sporting B, inaugurou mesmo o marcador na primeira vez que um jogador do Moreirense tocou na bola dentro da área leonina mas o golo acabou por ser anulado via VAR por mão na bola (52′).

As oportunidades não ficaram por aí, longe disso. E não demoraram muito mais, para alegria dos guarda-redes que brilharam a grande altura em dois momentos: Patrício tem uma intervenção enorme após cabeceamento de André Micael ao primeiro posto no seguimento de um livre lateral (56′); Jhonatan não ficou atrás e travou da melhor forma (mesmo que não muito ortodoxa) um remate de Gelson Martins após nova jogada individual (58′).

No entanto, e pela segunda vez consecutiva no Campeonato, o Sporting ficou reduzido a dez unidades por expulsão de Petrovic por acumulação. O lance motivou muitos protestos por parte do banco leonino, alegando a falta de intencionalidade e a própria intervenção em si para dizer que não justificava o segundo amarelo. Tiago Martins não teve dúvidas e o sérvio, que fez apenas o segundo jogo na Liga (primeiro como titular), viu o terceiro amarelo na prova numa jogada onde, merecedor ou não de admoestação (e parece ter sido uma decisão exagerada), podia ter temporizado na abordagem ao lance. Algo que, provavelmente, William Carvalho teria feito.

O Moreirense procurou um pouco mais mas não conseguiu, o Sporting queria um pouco mais mas não conseguiu. O empate parecia um desfecho mais do que certo, porque parecia impossível os leões terem ainda um golpe de asa como aquele que tiveram em Tondela na semana passada. À exceção do minuto do golo decisivo, foi tudo igual: a expulsão tinha sido aos 60′, o momento decisivo foi nos descontos (neste caso, 90+2′), o marcador tirou a camisola. Coates conseguiu safar-se ao amarelo, Gelson Martins não teve a mesma sorte e acabou mesmo expulso, perante o desalento de Bruno Fernandes, que colocou de imediato as mãos na cabeça. Entre toda esta confusão, há um pormenor que não deve passar ao lado: foi de Rafael Leão e de uma arrancada fulgurante a meter fintas de calcanhar pelo meio que tudo começou. O miúdo, o outro de 18 anos, não marcou mas “decidiu”.

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