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Luther Singh contou consigo, Soares contou com uma grande equipa

Este artigo tem mais de 5 anos

De um lado esteve um irrequieto extremo que tentou sozinho esticar o jogo de uma equipa algo remetida à defesa. Do outro lado, o FC Porto esteve sempre equilibrado – e reforçou a liderança.

Soares fez um hat-trick e tornou-se o melhor marcador da Liga, superando Marega (que tem mais golos na totalidade das competições)
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Soares fez um hat-trick e tornou-se o melhor marcador da Liga, superando Marega (que tem mais golos na totalidade das competições)

PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Soares fez um hat-trick e tornou-se o melhor marcador da Liga, superando Marega (que tem mais golos na totalidade das competições)

PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

A noite parecia ser de Pepe, até porque o luso-brasileiro, internacional por Portugal e reforço de inverno dos dragões, fazia em Chaves a estreia como titular no campeonato português esta temporada. O jogo, porém, ficou bem encaminhado logo na primeira parte, graças aos protagonistas do costume: os avançados Marega e Soares. Na primeira parte, Marega nas assistências (fez duas, chegando às cinco na liga e igualando Óliver na liderança dos passes para golo) e “Tiquinho” Soares nos golos (também bisou nas finalizações certeiras) deram aos dragões uma vantagem confortável. O FC Porto voltou aos balneários a vencer por 0-2 e na segunda parte geriu o jogo com tranquilidade. Marcou mais dois golos, um dos quais de Soares que chegou ao hat-trick, e sofreu um, de penálti, cometido por Pepe. A liderança saiu reforçada.

FC Porto vence Desportivo de Chaves por 1-4, com hat-trick de Soares

Sem Maxi Pereira e Danilo, lesionados, Sérgio Conceição optou por montar o FC Porto com Felipe e Pepe no centro da defesa, Eder Militão a lateral direito e Herrera e Óliver no coração do meio-campo. No ataque, o bom rendimento ofensivo dos dragões e a disponibilidade dos titulares não recomendava mexidas, pelo que o treinador português apostou nos habituais titulares: Jesús Corona e Yacine Brahimi entre os corredores e o meio-campo ofensivo, no apoio à dupla de avançados que tem agora Fernando Andrade (contratado este mês ao Santa Clara) como sombra.

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Ficha de jogo

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Desp. Chaves-FC Porto, 1-4

18.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Eng.º Manuel Branco Teixeira, em Chaves

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)

Desp. Chaves: António Filipe; Lionn, Maras, Nuno André Coelho, Djavan; Jefferson, Bruno Gallo, Luther Singh (Platiny, 82′), Costinha (Niltinho, 70′); William e André Luís (Erdem Sen, 73′)

Suplentes não utilizados: Kupiosz, Marlon Rangel, Luís Martins e Calasan

Treinador: Tiago Fernandes

FC Porto: Casillas; Éder Militão, Felipe (Mbemba, 66′), Pepe, Alex Telles; Herrera, Óliver Torres; Corona (Adrián López, 85′), Brahimi (Fernando Andrade, 71′); Marega e Soares

Suplentes não utilizados: Vaná, Jorge, Bruno Costa e Hernâni

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Soares (24′, 42′ e 68′), Bruno Gallo (76′, g.p.) e Nuno André Coelho (87′, p.b.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Soares (34′), Luther Singh (59′) e Corona (61′)

Do lado contrário, Tiago Fernandes também tinha dores de cabeça. O treinador que trocou a equipa de Sub-23 do Sporting (chegou a ser “interino” da equipa principal durante três jogos, entre a saída de José Peseiro e a chegada de Marcel Keizer) por um desafio na Liga NOS viu-se privado de dois jogadores importantes na manobra do Desportivo das Chaves. O central Marcão, transferido para o Galatasaray, e o médio Stephen Eustáquio, alegadamente desejado pelo Sporting e transferido para o Cruz Azul de Pedro Caixinha, foram substituídos por Nuno André Coelho e Jefferson Santos.

O jogo começou algo morno. Nas balizas Iker Casillas e António Filipe passaram os primeiros dez minutos da partida descansados, sem qualquer intervenção. O FC Porto foi-se instalando gradualmente no meio-campo do Desportivo de Chaves, após o apito inicial, mas a ação do médio defensivo Jefferson (forte fisicamente, eficaz a recuperar a bola nos duelos individuais) e os contra-ataques venenosos de Luther Singh, extremo que reforçou os transmontanos neste mercado por empréstimo do Sporting de Braga, iam equilibrando a partida.

A defender num bloco baixo, com quase todos os jogadores quando não todos instalados no seu meio-campo, o Desportivo de Chaves desferia contra-ataques perigosos. Aos 13 minutos, o extremo sul-africano Luther Singh fez a primeira arrancada (entre várias) no encontro, acelerou em direção à área portista e rematou à entrada da zona defensiva do FC Porto. Embora estivesse em boa posição, o remate foi frouxo e Iker Casillas defendeu.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Desp. Chaves-FC Porto em vídeo]

O jogo ia-se mantendo na mesma corrente: o FC Porto com mais bola, com Herrera omnipresente em todo o campo, os avançados à procura de explorar a profundidade e Brahimi e Corona sempre em busca de uma nesga de espaço, entre as muitas pernas de jogadores do Desportivo de Chaves que se dispunham nos últimos 40 metros. O Desportivo de Chaves só muito amiúde chegava aos últimos 40 metros do FC Porto, como aconteceu aos 18 minutos, quando Costinha conseguiu ter espaço (algo raro) no último terço dos dragões e, na linha, cruzou para a cabeça do avançado William, que cabeceou por cima.

O controlo territorial e de posse de bola do FC Porto aumentava com a passagem dos minutos e aos 23 minutos apareceu a primeira grande oportunidade de golo. Eder Militão, que começou algo tímido no corredor lateral (ele que é preferencialmente defesa-central), mas começou a avançar no terreno logo após os primeiros minutos, ganhou espaço no ataque e cruzou rasteiro para Marega, que na zona de penálti rematou para excelente defesa de António Filipe. Marega não marcou, mas ajudou: logo a seguir, na conversão de canto, o lateral Alex Telles cruzou para o primeiro poste e encontrou Marega. O maliano não desviou para a baliza, mas sim para o segundo poste, onde apareceu “Tiquinho” Soares a fazer o primeiro golo da partida.

O FC Porto parecia confortável no jogo, com os corredores laterais explorados por Alex Telles e Corona e Brahimi, Marega e Soares irrequietos e apoiados pelos médios, em zonas mais interiores. Nem um grande lance de Luther Singh (mais um) mudou o rumo do encontro. O extremo sul-africano fez uma diagonal do corredor esquerdo para dentro aos 37′ e rematou forte no bico da área, obrigando Casillas a esticar-se para uma grande intervenção.

Se o Desportivo de Chaves tinha alguma ilusão quanto ao rumo do jogo, ela foi desfeita logo aos 42 minutos, à beira do intervalo. Desmarcado por Corona do lado direito, Marega apanhou uma “bola morta” junto à linha lateral e cruzou ligeiramente atrasado. Soares, com um “faro” de golo que se vai revelando cada vez maior, antecipou-se já na pequena área dos transmontanos e desviou para dentro da baliza.

Virar um resultado contra um FC Porto que não perde desde a deslocação à Luz a 7 de outubro (e em toda a época só teve mais uma derrota, logo na terceira jornada, na receção ao Vitória de Guimarães) é uma missão espinhosa, dar a volta a uma desvantagem de dois golos era praticamente impossível. O desalento sentiu-se nos jogadores do Desportivo das Chaves quando o árbitro Nuno Almeida apitou para o reatamento do jogo. Do lado contrário, a confiança crescia: os onze jogadores de Conceição que começaram o jogo voltaram dos balneários confiantes e à procura de aumentar a vantagem. Só entre os 55 e os 65 minutos o Desportivo de Chaves conseguiu aproximar-se do setor defensivo dos dragões de forma continuada, mas nem aí criou grande perigo.

Sérgio Conceição não dava sinais de satisfação: não queria que a equipa abrandasse, queria que continuasse à procura da baliza de António Filipe. Substituiu o central Felipe por outro central, Mbemba, mas mais importante do que isso incentivou a equipa, gritou que queria mais a partir do banco. Foi esse o segredo para a vitória gorda: aos 68 minutos Soares fez o hat-trick. Nem uma “oferta” de Pepe – impecável em quase todo o jogo, mas responsável por um penálti aos 75 minutos que Bruno Gallo cobrou com sucesso – fez tremer os dragões: Soares continuou a tentar marcar e chegar ao póquer e o suplente Fernando Andrade, que substituiu Brahimi, selou o marcador em 4-1, quando se desmarcou perante a passividade de Nuno André Coelho e picou a bola sobre o guarda-redes António Filipe, perante a sua saída da baliza.

No final da partida, Sérgio Conceição resumiu a consistência dos dragões: “O sucesso ofensivo está associado ao equilíbrio defensivo que tivemos no jogo. Foi um jogo muito consistente da parte da minha equipa, a saber o que fazer para chegar à baliza adversária, a ter ocasiões de golo. (…) Fomos inteligentes na procura de chegar a situações de cruzamento e finalização. (…) Nunca deixámos o Chaves sair para o ataque com perigo, estivemos sempre de uma forma muito equilibrada no jogo. Parabéns aos jogadores por mesmo no segundo tempo não termos tido uma quebra”.

Relativamente aos gritos para o interior do relvado, na primeira metade da segunda parte, o treinador dos dragões explicou: “A minha equipa está talhada para ir à procura da baliza adversária. A gestão do jogo é sempre feita de forma que se olhe para o aumento da vantagem e a não deixar as coisas andar. Eles sabem que não gosto dessa forma passiva de estar no campo e não a houve, de certa forma. Mas temos de olhar para o acumular de alguma fadiga e o subconsciente dos jogadores ao saberem que o jogo estava 0-3 e controlado”.

O FC Porto reforçou a liderança, com a 15.ª vitória em 18 jogos. Os dragões são agora líderes com 46 pontos, mais cinco do que o Benfica, que ganhou em Guimarães, e mais seis do que o Sporting de Braga, que venceu na Madeira o Nacional.

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