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Internet Explorer Termination
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A primeira versão do Internet Explorer foi lançada em 1995

Future Publishing via Getty Imag

A primeira versão do Internet Explorer foi lançada em 1995

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Adeus, Internet Explorer. A "morte" do browser da Microsoft que marca o fim de uma era online

Foi o browser mais usado do mundo, mas a rapidez da concorrência fê-lo cair em desuso. O Internet Explorer deixa esta quarta-feira de funcionar.

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O Internet Explorer foi sinónimo da World Wide Web durante vários anos. Lançado em 1995, numa época que a Microsoft ainda dominava o mundo da tecnologia — antes da Google e da Apple —, o browser foi a porta de entrada para a internet para as pessoas que nasceram antes da Geração Z.

Quase 27 anos depois, e com o fim já anunciado há mais de um ano, em maio de 2021, é esta quarta-feira altura de dizer adeus ao Internet Explorer.

Internet Explorer (1995-2022)

A Microsoft lançou o Internet Explorer em agosto de 1995. Considerado revolucionário e elegante, segundo o Wall Street Journal, este browser teve uma ascensão relativamente rápida e em 1998 conseguiu ultrapassar o rival à época — o Netscape Navigator — e cimentar-se como o navegador mais utilizado.

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Os utilizadores passaram a utilizar o Explorer para navegar na internet e também para acederem à página MSN.com, que aparecia quando o browser era aberto. A primeira versão deste navegador era gratuita, ao contrário do que acontecia com o Netscape, e a Microsoft decidiu incluí-la, posteriormente, nas versões do sistema operativo a partir do Windows 95.

Durante a maior parte do início dos anos 2000 foi o browser mais usado do mundo, mas a navegação por vezes lenta e a chegada de concorrência mais rápida tiraram-lhe esse estatuto. Com a ascensão do Firefox e depois do Google Chrome, muitos deixaram o Explorer para trás, tornando-o uma relíquia viva de uma época primária da utilização da internet, descreve o The Guardian.

A participação de mercado deste browser da Microsoft era de mais de 90% entre 2003 e 2004, mas em 2010 caiu para menos de 50% e, em 2012, o Chrome ultrapassou-o e tornou-se o navegador mais utilizado no mundo. No início de 2022, segundo as estatísticas do site Statcounter, as pessoas que ainda recorriam ao Explorer representavam menos de 1% dos utilizadores da internet em todas as plataformas. Atualmente, o Google Chrome é o browser mais utilizado em quase todos os países do mundo, seguido pelo Safari (da Apple) e pelo Firefox (do Mozilla).

Google Nears 10th Anniversary

O Internet Explorer perdeu utilizadores, que migraram para o Google Chrome e para o Firefox

Getty Images

O Internet Explorer começou a cair em desuso e o seu desaparecimento foi sendo gradual. Porém, o browser não foi esquecido e ainda é reconhecido, embora não utilizado. Quando questionados sobre os navegadores que conheciam, os inquiridos pela Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor (Australian Competition and Consumer Commission) para um estudo — que é citado pelo The Guardian —  destacaram o Chrome, mas logo de seguida o Explorer e só depois o Firefox e o Safari.

O reconhecimento do público não foi suficiente para que o navegador da Microsoft, que teve 11 versões, a última lançada em 2013, conseguisse sobreviver para lá desta quarta-feira. A tecnológica justificou o fim deste browser, de acordo com o jornal britânico, com a pouca probabilidade de os programadores tornarem os seus sites compatíveis com o Explorer. “Depois de anos a tentar resolver incompatibilidades com diferentes sites — incluindo alguns dos mais populares da internet — à medida que surgiam”, a empresa decidiu “matar” o browser.

Os vários Logotipos do Internet Explorer, segundo o Version Museum

Na hora do adeus, a lentidão, os bloqueios e as falhas de segurança são alguns dos problemas que permanecem na memória como os que mais lhe foram apontados ao longo dos anos, recordou a agência AP. Mas não foi só isso. A Microsoft também teve de travar batalhas judiciais por ter colocado o Explorer nos sistemas operativos do Windows. Quando alguém comprava um novo computador era quase certo que teria o browser instalado e definido como navegador padrão. Isso levou o Departamento de Justiça dos EUA, em 1997, a abrir uma investigação antitrust.

O governo norte-americano, chefiado na época por Bill Clinton, acusou a empresa de se aproveitar de uma posição dominante no mercado para destronar a concorrência e processou-a por alegadamente violar um decreto ao exigir que os fabricantes de computador utilizassem o Explorer como condição para usar o Windows, relembrou o Los Angeles Times. O caso em que a Microsoft era acusada de proteger ilegalmente o monopólio do seu sistema operacional foi vencido pelo executivo dos EUA, um caso que levou, em 2000, o juiz Thomas Penfield Jackson a sentenciar a divisão da companhia fundada por Bill Gates: uma das empresas ficaria responsável por supervisionar o Windows, enquanto a outra trabalharia com os restantes programas, como o Word.

A Microsoft recorreu e o Tribunal de Recurso, com sede em Washington DC, rejeitou a decisão do juiz de desmembrar a empresa, considerando, ainda, que o magistrado teve uma conduta antiética por ter conversas privadas com jornalistas sobre o julgamento enquanto ainda decorria, segundo a Time. O caso regressaria à primeira instância, mas acabaria por ser encerrado com um acordo feito entre a Microsoft e o Departamento de Justiça.

Porém, os processos judiciais não ficaram por aqui. A tecnológica também entrou em conflito com os reguladores europeus. Em 2009 Bruxelas considerou que ligar o Explorer ao Windows dava à empresa uma vantagem injusta sobre os seus concorrentes como o Firefox ou o Google Chrome. Nesse ano, a Comissão Europeia apresentava “evidências” e delineava “a sua conclusão preliminar de que a vinculação do Internet Explorer pela Microsoft ao sistema operacional Windows” prejudicava os rivais e a “inovação de produtos” reduzindo a escolha do consumidor, noticiava a Reuters.

A Microsoft acabou por se comprometer a oferecer a possibilidade de escolha e deixar que as pessoas pudessem alterar o navegador do computador para aquele que quisessem. Porém, quatro anos depois, foi condenada pela União Europeia a pagar uma multa de 561 milhões de euros por não ter cumprido com o acordo estabelecido em que tinha de garantir aos novos utilizadores do Windows a escolha do navegador que queriam utilizar, algo que não aconteceu no Windows 7.

A nostalgia no último adeus

No adeus ao Internet Explorer, os processos judiciais não estão a ser a tónica. O browser da geração millennial (nascida após o início da década de 1980) deixa de ter suporte a partir desta quarta-feira. A nostalgia da despedida faz-se sobretudo com memes da legião de internautas que adoravam odiar este navegador e que cresceram com ele.

Para muitos era uma “morte” já anunciada, mas não deixou de ter impacto entre a comunidade online. No Twitter, os utilizadores assinalaram o fim do Internet Explorer de forma variada. Alguns escolheram prestar a última homenagem através de memes com um vídeo do cómico Mr. Bean (interpretado por Rowan Atkinson) emocionado ou com o Homem-Aranha (de Tobey Maguire) em lágrimas a representar os utilizadores da década de 1990. O personagem Woody, de Toy Story, também não escapou à onda de tweets de despedida.

Depois de muitos anos de mensagens de erro como “o Internet Explorer deixou de responder” seria de esperar que a lentidão e os bloqueios fossem assinalados nas mensagens do adeus. Os utilizadores do Twitter não perderam tempo e destacaram, em jeito de brincadeira, esses mesmo problemas.

A concorrência, que destronou a liderança do Explorer em 2012, também não se escapou e foi mencionada nos tweets. Alguns acreditam que os utilizadores do Google Chrome poderão estar indiferentes ao fim do outrora rival, enquanto outros optam por mostrar os navegadores no funeral do browser da Microsoft.

Longe das brincadeiras do Twitter e em declarações ao Wall Street Journal, Sam Maumalanga, de 31 anos, mostrou ter uma forte ligação emocional ao Explorer. “Ainda estou a tentar processá-lo (…) Eu uso-o há tanto tempo — é a primeira coisa que vejo no meu computador”, lamentou ao abordar o adeus ao browser. Mais novo do que Sam, Matt Linkert, de 22 anos, deixou de utilizar o navegador há cerca de 10 anos quando descobriu que o Google Chrome era mais rápido, mas mesmo assim considera que é “triste” ver o seu fim.

Há outros utilizadores que não se importam de ver uma opção de navegador desaparecer. A reformada Joanie Casey disse ao mesmo jornal que o Explorer é um “dos três que aparecem” no seu telemóvel. “Temos muitas opções (…) Eu sinto que quanto menos opções, melhor”, acrescentou.

Microsoft Edge, o substituto eleito

O Microsoft Edge foi o eleito para substituir o Internet Explorer. A Microsoft considera que o novo browser representa uma “experiência de navegação mais rápida, mais segura e mais moderna” do que o antecessor.  Lançado em 2015, o novo navegador é também “capaz de resolver uma questão importante: a compatibilidade com sites e aplicações antigas”, lê-se numa nota publicada no blog da empresa.

Para muitos o adeus ao Explorer é o fim de uma era online e a realidade é que terá consequências em alguns países. O jornal Washington Post destaca que na Ásia ainda há muitos que dependem deste browser para assuntos administrativos e que no Japão as empresas já alertaram que esta mudança poderá causar dores de cabeça ao longo dos “próximos meses”.

Mas a Microsoft garante que o Edge tem o ‘modo’ Internet Explorer integrado para que seja possível aceder a sites e aplicações que já só são suportados por esse browser. Para conseguir aceder a este ‘modo’ é necessário seguir os seguintes passos:

Abrir o Microsoft Edge, carregar nos três pontinhos no canto superior direito e aceder às definições.

Dentro das definições é preciso carregar no separador “Browser predefinido” e aí “permitir que os sites sejam recarregados no modo Internet Explorer”.

Modo explorer

Nas definições é necessário permitir para que os sites sejam recarregados no modo Explorer

Assim que se carrega na opção “Permitir”, o Edge pede que reinicie o browser para que a alteração faça efeito. Bastará clicar no botão “reiniciar” que aparece automaticamente para que o navegador o faça sozinho.

Apesar de o acesso ao modo Explorer já ter sido permitido, sempre que os utilizadores precisarem de aceder a um site que dependa ainda do browser antigo precisam de ativar esta funcionalidade. Para isso, voltam a carregar nos três pontinhos no canto superior direito do ecrã. Aí carregam numa opção que agora já aparece: “Recarregar no modo Internet Explorer”.

Opção para ativar o Explorer

A opção “Recarregar no modo Internet Explorer”

A Microsoft quer assim garantir que os utilizadores não sofrem com as consequências da sua decisão e que conseguem continuar a utilizar o Explorer — ainda que apenas dentro do Edge — quando não existe qualquer outra opção para ser possível aceder a um determinado site “relíquia”, como lhe chama o jornal The Guardian, ou a uma aplicação online.

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