809kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Sandro viveu três anos nas ruas de Lisboa até encontrar a Opus Diversidades, uma associação que, além de dar um teto à comunidade LGBTI, ajuda-a a refazer a vida
i

Sandro viveu três anos nas ruas de Lisboa até encontrar a Opus Diversidades, uma associação que, além de dar um teto à comunidade LGBTI, ajuda-a a refazer a vida

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Sandro viveu três anos nas ruas de Lisboa até encontrar a Opus Diversidades, uma associação que, além de dar um teto à comunidade LGBTI, ajuda-a a refazer a vida

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

"Assumi-me e puseram-me fora de casa." Sandro, Ângela e Nancy são transgénero e acabaram a viver na rua

Sandro, Ângela e Nancy acabaram na rua por assumirem a sua identidade e orientação sexual. Não são os únicos: a comunidade LGBTI representa quase metade dos sem-abrigo na Europa.

    Índice

    Índice

Sandro não teve um clique. Não foi de repente que percebeu que se sentia como um homem, nem foi subitamente que decidiu assumi-lo à família. Em vez disso, o jovem, de 29 anos, andou “toda a vida a descobrir-se”.

A primeira descoberta aconteceu aos nove anos, quando se começou a sentir atraído por mulheres. “Disse aos meus pais que era lésbica e eles foram aceitando as minhas namoradas”, revela ao Observador.

Os anos que se seguiram, contudo, mostraram que não era esse rótulo que o servia melhor. Nomeadamente quando o seu corpo se começou a desenvolver, os seus “peitos a crescerem” e o “instinto maternal” a falhar. “Aos 24 anos, cheguei a um ponto em que percebi que aquilo não era o que queria para a minha vida. ‘Não sou isto’, pensei”.

Não só pensou, como o expressou. Na altura, vivia apenas com o pai e o irmão mais velho, que sofriam de alcoolismo e descarregavam as furiosas bebedeiras em si. “Sofri de violência doméstica durante toda a minha infância. Quando o meu pai bebia, batia na minha mãe. Quando eles se separaram, fui eu o alvo”, confessou. “Foi uma vida muito horrível. Nunca tive uma infância bonita. Nunca tive um Natal feliz”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sandro teve as malas à porta de casa quando se assumiu como transexual

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Apesar de não ter tido uma vida fácil, Sandro estava disposto a mudar o rumo das coisas. E o primeiro passo que tomou foi assumir-se perante a família. Contudo, quando disse a palavra “transexual”, “a coisa não ficou lá muito famosa”. “Puseram-me fora de casa”, recorda.

A essa ordem, seguiram-se três anos em que chamou casa às ruas de Lisboa.

Mas Sandro não foi a único a perder o lar após assumir a identidade e/ou a orientação sexual. Segundo o mais recente relatório da Agência dos Direitos Fundamentais (FRA) da União Europeia, a comunidade LGBTI representa entre 20% a 40% de toda a população sem-abrigo existente na Europa, apesar de serem apenas 5 a 10% da população geral.

Estas pessoas, no entanto, não enfrentam apenas os mesmos problemas dos outros sem-abrigo. Além das noites gélidas e da fome permanente, lidam também com um tipo de discriminação diferente da que abandonaram quando saíram de casa. E esta tanto está nas ruas dos locais onde dormem, como instalada nos abrigos que os acolhem.

"Nos abrigos, não há distinção de camaratas enquanto a operação [de redesignação genital] não tiver sido feita. Já tinha mudado de nome, e as pessoas já me chamavam Sandro, mas continuava a ter de usar os balneários femininos."
Sandro, 29 anos

Além de Sandro, o Observador falou com outras duas pessoas que já dormiram nas pedras da calçada, após a família os ter abandonado por não concordar com a sua identidade. E tanto Ângela, como Nancy, estão focadas em dar uma reviravolta à sua vida.

Aos quatro, Ângela descobriu-se. Mas só com a morte do pai é que se “libertou”

Ângela descobriu cedo que não encaixava na pele com que nascera. Com apenas quatro anos, começou a pedir às pessoas que deixassem de a “tratar por ele”, e que mudassem para “ela”. Contudo, a resposta que teve do outro lado levou-a a manter esse “desejo em segredo” daí em diante.

“A tareia que levei do meu pai foi tão grande que nunca mais voltei a mencioná-lo”, recorda ao Observador. Apesar de ter deixado de expressar a vontade em ser menina, Ângela não a contrariou. No entanto, foi obrigada a escondê-la. Com apenas cinco anos, transformou o Action Man que herdou do irmão numa boneca. Isto até arranjar as suas.

“Comecei a esconder os meus próprios brinquedos”, explica. “Com os trocos dos recados no supermercado comprava as minhas bonecas e guardava-as debaixo do cesto onde estavam os outros brinquedos. É muito chato para uma criança ter este jogo de cintura.”

Em casa, esta foi a forma que a pequena Ângela arranjou para ser ela mesma. Já na escola, nunca precisou de vocalizar esse desejo. Pois os seus “gestos e a sua forma de falar e pensar” denunciavam-no.

“Sempre foi muito estranho ver um menino com comportamentos de menina. Tanto os funcionários como os professores e crianças gozavam comigo”, lamenta, acrescentando que as pessoas “eram mais agressivas” e que “afinavam a voz” quando falavam consigo.

Durante 38 anos, Ângela viveu escondida

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Durante anos, Ângela dividiu as “pancadas” que levava em casa com o bullying que sofria na escola. E só se conseguiu livrar de tudo isso após a partida de alguém importante na sua vida. “Felizmente, o meu pai morreu há vinte e tal anos”, desabafa. “Só nessa altura é que me consegui libertar.”

Aos 38 anos, a lisboeta renasceu e abraçou a vida que escondeu durante tanto tempo. Começou a transição e acabou por conhecer o seu marido, Daniel, durante o processo. Desse “casal transcentrado” surgiu uma criança, que é atualmente o centro das preocupações de Ângela. E que acabou por motivar outra mudança de vida.

“Já tinha morado na Alemanha e decidi voltar para lá para mudar a minha vida, pois cá não estava fácil. Larguei o quarto onde morava e fui à procura de melhores condições de vida. Mas não foi o que aconteceu”, confessa.

Durante um ano, Ângela tentou a sua sorte na Alemanha, mas a “falta de habitação” e de emprego levaram-na a voltar para Portugal e a abolir o plano de dar uma vida melhor a Daniel e ao filho. Quando regressou, o quarto onde tinha estado já estava a ser arrendado e, não “havendo espaço” na casa de família para ela, a mulher viu-se em situação de sem-abrigo. No entanto, no meio do azar, Ângela acabou por ter sorte.

“Sou considerada sem-abrigo, mas nunca vivi nas ruas“, revela. “Como faço algum tipo de ativismo nas redes sociais, tinha alguns contactos. Um deles era a Opus Diversidades.”

Pessoas LGBTQIA+ em situação de sem-abrigo não recebem “respostas especializadas”

Além de ser uma associação com diversas atividades dedicadas não só à comunidade LGBTI, como a todas as “minorias sexuais e étnicas”, a antiga Opus Gay serve como casa de acolhimento a “vítimas de violência doméstica”, a “pessoas em situação de perda ou ausência de autonomia” e a “sem-abrigo”, tendo atualmente seis pessoas alojadas — um homem gay e cinco pessoas trans, entre os 27 e os 52 anos.

Um deles é Daniel. “Quando o meu marido ficou sem-abrigo, foi logo para a associação, Por isso, quando precisei, liguei para lá, perguntei se não estava a passar à frente de ninguém e se podia ir viver com ele”, explica Ângela.

Ângela só libertou o seu verdadeiro eu, quando perdeu o pai

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

Em junho, Ângela fez as malas, mudou-se para perto de Daniel e do filho e arranjou não só um teto, como um “acompanhamento psicossocial”.

“Na Opus Diversidades, traçamos um plano de acompanhamento psicológico, jurídico, financeiro e social“, começa por explicar Helder Bértolo, presidente da associação. “Tentamos resolver algumas situações, nomeadamente quando as pessoas chegam com dívidas ou com outros problemas, refazemos os seus currículos e enviamo-las para encontrar trabalho. Este percurso leva a uma maior autoestima, dignidade e noção de vida autónoma.”

Segundo Helder Bértolo, “todos os utentes da associação estão atualmente empregados, mas ainda não têm condições para arranjar casa própria”. É o caso de Ângela. As terapias regulares do filho — que tem dificuldades de aprendizagem — obrigaram-na a arranjar um trabalho com flexibilidade de horários, mas cujo salário não permite, para já, uma vida independente.

“Vou fazendo limpezas. É a única forma de o acompanhar nas consultas”, confessa. No entanto, a mulher já tem outro plano em mente. “Estou à espera de respostas para fazer um curso de formação profissional e para terminar os meus estudos, para conseguir melhores oportunidades.” E a procura por melhores oportunidades descreve na perfeição a vida de Nancy.

Nancy fugiu do perigo e “escolheu” Portugal pela segurança. “Mas o que se diz na Internet é diferente do que acontece na realidade”

Nancy (nome fictício) não é de cá e nunca sonhou morar em Portugal. Foram as circunstâncias da vida que a trouxeram até à Península Ibérica. Ou melhor, a falta de segurança no seu país de origem, que prefere que não seja revelado.

A jovem vivia com os avós quando descobriu que era transgénero, e foi automaticamente renegada quando se assumiu. “Nem eles, nem o resto da família me aceitou. Tenho familiares na Nigéria, o meu pai é muçulmano, por isso foi complicado”, conta ao Observador.

Após ter exposto a sua identidade para o mundo, Nancy “perdeu toda a família”. Por isso, embarcou no processo de transição completamente sozinha, aos 38 anos, acabando por conhecer pessoas que a levaram por maus caminhos.

Durante essa mudança, Nancy conheceu um homem, com quem se envolveu romanticamente. A relação não demorou muito até tomar outras proporções. Proporções essas que ela nunca podia prever.

“Ele disse que tinha de trabalhar para ele por sexo. Acabei tudo e comecei a fugir dele, mas ele apanhava-me sempre e acabou por me vender a um gangue“, confessa.

Nancy foi levada para outro local do país e viveu com os seus traficantes durante algum tempo, até conseguir escapar. Aí, refugiou-se numa agência contra o tráfico sexual que, ao fim de um ano, a aconselhou a mudar de país, pela falta de segurança sentida.

“Procurámos na Internet qual seria o sítio mais seguro para a comunidade LGBTI e Portugal encaixou em todos os parâmetros”, recorda. “No entanto, o que se diz na Internet é diferente do que acontece na realidade.”

A antiga maquilhadora e enfermeira aterrou em setembro em Lisboa, pensando que tinha deixado a discriminação para trás. No entanto, não demorou muito para que a sentisse novamente.

"Estavam sempre a pedir-me o número, a dizer-me que era bonita e que queriam dormir comigo. Também me ofereciam drogas e diziam-me para fazer coisas para ganhar dinheiro."
Nancy

A primeira cama de Nancy em Portugal foi numa casa do Conselho Português para os Refugiados (CPR). Nessa, não se sentiu desrespeitada pelos técnicos, mas sim pelos outros utentes.

“Estavam sempre a pedir-me o número, a dizer-me que era bonita e que queriam dormir comigo. Também me ofereciam drogas e diziam-me para fazer coisas para ganhar dinheiro. Não era um bom ambiente”, descreve.

O mau-estar no centro de acolhimento não foi apenas sentido por Nancy. Durante os três anos em que Sandro viveu na rua, também enfrentou algumas dificuldades nos abrigos por onde passou.

“Nos abrigos, não há distinção de camaratas enquanto a operação [de redesignação genital] não tiver sido feita. Já tinha mudado de nome, e as pessoas já me chamavam Sandro, mas continuava a ter de usar os balneários femininos”, lembra.

O jovem descreve ainda que os banhos eram “como na tropa” — “era tudo corrido e não havia cabines” — e que os sucessivos pedidos para mudar de balneário foram sempre negados.

Ângela e Sandro foram discriminados quando tentaram dar a volta à vida

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

“Temos várias pessoas acolhidas que já tiveram respostas de centros de acolhimento e que decidiram sair e voltar à rua por terem sofrido discriminação”, relata Helder Bértolo. “As pessoas sentem-se mal, porque não as respeitam, não respeitam os seus nomes e a maneira como se sentem. É suposto ser um espaço de apoio e acaba por ser violento e de desconforto”, explica.

Para evitar este tipo de situações, a Opus Diversidades desenvolveu dois manuais destinados aos funcionários das casas de abrigo, para saberem como abordar a comunidade LGBTI que lá é integrada, e também para os “decisores nacionais e internacionais” para que “possam prevenir este tipo de situações”.

Os documentos a que o Observador teve acesso — disponíveis apenas na língua inglesa — destacam medidas de prevenção para as pessoas em condição de sem-abrigo, dicas para criar “espaços seguros e inclusivos”, um glossário de termos, nomeadamente de como usar pronomes, e casos específicos para dar um exemplo de como lidar com estas questões.

Além disso, a associação lançou uma campanha, com diversos slogans, para sensibilizar outros para a vulnerabilidade a que estas pessoas estão sujeitas, visto que os dados da FRA revelaram que cerca de um terço da comunidade LGBTI da Europa já esteve em situação de sem-abrigo.

Sara Malcato, psicóloga clínica da Associação Ilga-Portugal, também considera que é “através da formação e educação das pessoas que trabalham com a população em situação de sem-abrigo”, mas “também da população em geral”, que se consegue combater esta discriminação.

“Muitas destas violências ocorrem por parte de utentes e não de profissionais que as acompanham”, destaca ao Observador. “Ter legislação com discriminação positiva, ter uma rede que inclua e considere as especificidades das pessoas LGBTI+ e trabalhar a reincidência” são algumas das sugestões da associação.

Campanha de sensibilização da Opus Diversidade

Apesar de se ter sentido discriminada, Nancy recusa-se “a falar mal” do Conselho Português para os Refugiados, desculpando a ausência de ajuda prestada com o “excesso de trabalho” que dos funcionários. “Eles têm demasiado trabalho para poucos funcionários, por isso não vou dizer nada de mal. Eles pareciam apenas querer ver-se livres de mim, tanto quanto eu queria ver-me livre deles.”

Embora não tenha críticas a fazer ao CPR, tem vários elogios a fazer à Opus. Principalmente, por tê-la ajudado a ultrapassar um episódio que viveu com as forças de segurança, em que se sentiu discriminada.

“Antes de vir para a Opus tinha muito medo de sair à rua. Não confiava na polícia e tinha alguns problemas com as pessoas com quem morava no CPR“, confessa. “Mas tenho recebido apoio e terapia regular, que me têm ajudado a sentir-me mais viva mentalmente. Ainda fico nervosa de ir à rua, mas já vou às compras sozinha, por exemplo.”

Além disso, os funcionários da Opus têm ajudado Nancy a tratar da burocracia, tendo esta dito, com entusiasmo, que a sua “residência deve estar pronta dentro de dois meses”, e a construir um currículo, de forma a arranjar um emprego.

Olhando para trás, a mulher não deixa de se sentir uma privilegiada pela situação em que vive atualmente. Quando assumiu a transsexualidade, sabia que a discriminação estaria no seu caminho, “mas não sabia nada sobre tráfico humano ou sexual”. “Nunca pensei nisso. Porque a sociedade trata-te de uma forma diferente quando és uma mulher e quando és um homem”, revela, acrescentando que agora que já viveu nos dois corpos consegue perceber as desigualdades.

"Quando a tua família e o teu mundo deixam de te apoiar e tens de ir para cidades ou estados diferentes, corres um maior risco de te rodeares de pessoas que se vão aproveitar. Porque é isso que elas fazem. Atacam quem não tem família ou emprego."
Nancy

Além de se ter livrado dos problemas que surgiram nos primeiros anos após a transição, Nancy voltou a falar com alguns familiares. Especialmente com a mãe — de quem se despediu, presumindo “que não voltaria a vê-la”, tendo em conta o seu estado de saúde — e os irmãos. E sente que, se nunca tivesse perdido o contacto, talvez não tivesse passado pelo que trauma que passou.

“Quando a tua família e o teu mundo deixam de te apoiar e tens de ir para cidades ou Estados diferentes, corres um maior risco de te rodeares de pessoas que se vão aproveitar. Porque é isso que elas fazem. Atacam quem não tem família ou emprego”, destaca.

Sandro não passou pelo mesmo que Nancy, mas conhece bem a sensação de se sentir sozinho no mundo. Apesar de o jovem pertencer a uma comunidade que representa quase metade dos sem-abrigo na Europa, muitas vezes sentiu que não tinha ninguém para se amparar. Até há um ano e meio, quando foi recebido pela “família da Opus”, que não só lhe deu “cama, banho quente e comida”, como o ajudou a inscrever-se no curso profissional de pasteleiro. Agora, só deseja colocar as mãos na massa.

 
Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos