794kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Joaquim Chaves, Kika Veselko e Frederico Morais, os três portugueses que vão competir em Peniche (PEDRO MESTRE/WSL)
i

Joaquim Chaves, Kika Veselko e Frederico Morais, os três portugueses que vão competir em Peniche (PEDRO MESTRE/WSL)

Joaquim Chaves, Kika Veselko e Frederico Morais, os três portugueses que vão competir em Peniche (PEDRO MESTRE/WSL)

"Estamos a criar uma nova sazonalidade": os Supertubos de Peniche estão de volta e têm três portugueses dentro de água

Etapa portuguesa do WSL World Tour está de volta e conta com três surfistas nacionais. Peniche mantém-se como único evento europeu do circuito e impacto financeiro na região é de 12 milhões de euros.

A viagem de carro de Lisboa até Peniche, cerca de uma hora por boas estradas e sem interrupções, permite fugir à manhã cinzenta da capital e receber o sol do Oeste. Um sol que não vai prolongar-se durante o resto da semana e que deixa a terceira etapa do WSL World Tour, na Praia de Supertubos, refém da meteorologia dos próximos dez dias.

“A única previsão que temos é imprevisível”, brincou Francisco Spínola, diretor-geral da WSL para Europa, África e Médio Oriente, na apresentação oficial do evento. A 15.ª edição do MEO Rip Curl Pro Portugal foi lançada esta terça-feira em Peniche, no Hotel MH Peniche, e vai acontecer entre os dias 6 e 16 de março. É a terceira etapa do WSL World Tour, depois de Banzai Pipeline e Sunset Beach, ambas no Havai, e conta com a participação de três surfistas portugueses.

Depois de um ano fora do WSL World Tour, Frederico Morais voltou à elite do surf mundial em 2024 (PEDRO MESTRE/WSL)

Desde logo, Frederico Morais. O surfista de 32 anos regressou à elite do surf mundial em 2024, depois de um ano fora do World Tour, e vai jogar em casa após ter ficado em 17.º e nono nas duas primeiras etapas da temporada. Depois de não ter conseguido o apuramento para os Jogos Olímpicos de Paris e de ter falhado os de Tóquio por ter contraído Covid-19, o grande objetivo de Frederico Morais é manter-se no principal escalão – para isso, precisa de ser um dos 24 melhores a meio da época, em abril, depois dos dois eventos na Austrália.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Surfistas Joaquim Chaves e Francisca Veselko juntam-se a Kikas em Supertubos

Depois, Kika Veselko. Num ano em que já se tornou a primeira mulher a competir no Capítulo Perfeito de Carcavelos, a surfista de 20 anos que é campeã mundial júnior recebeu um dos dois wildcards e vai surfar as primeiras ondas no World Tour em Supertubos. Por fim, Joaquim Chaves. O jovem surfista de 20 anos também recebeu um wildcard, apesar de não estar no World Tour, e vai estrear-se ao mais alto nível depois de se ter sagrado campeão nacional no passado mês de outubro precisamente em Peniche.

“Vai ser um dos momentos mais importantes da minha vida, se não o mais importante. Sonho em participar no World Tour desde que comecei a surfar e sinto-me muito privilegiado por poder estar no meio dos melhores do mundo, por poder vestir a licra e competir com pessoas que idolatro. É uma oportunidade que vou tentar aproveitar ao máximo, vou levar esta etapa como uma experiência. Estou muito contente. Vou dar o meu melhor para poder representar Portugal da melhor maneira. Estou com muita vontade”, disse o surfista ao Observador.

O japonês Kanoa Igarashi, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, tem casa na Ericeira e fala português fluentemente (PEDRO MESTRE/WSL)

Existente desde 2009, o MEO Rip Curl Pro Portugal continua a ser a única etapa europeia do WSL World Tour, estatuto alcançado em 2022 quando o evento do sul de França saiu do calendário. Para além de Portugal e ao longo de 10 etapas, o Mundial passa por Estados Unidos, Austrália, Tahiti, El Salvador, Brasil e Fiji. Competem 36 homens e 18 mulheres e a meio da temporada existe o tal cut – só seguem em frente os melhores 24 homens e as melhores 12 mulheres, que ficam também automaticamente apurados para o World Tour de 2025.

O brasileiro Filipe Toledo – que interrompeu a carreira para cuidar da saúde mental – e a norte-americana Caroline Marks são os atuais campeões mundiais, sendo que o também brasileiro João Chianca e a também norte-americana Caitlin Simmers defendem o título em Peniche, onde venceram no ano passado. Na conferência de imprensa desta terça-feira, para além dos três surfistas portugueses em competição, marcaram ainda presença Kanoa Igarashi, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, John John Florence, atual líder da classificação masculina e campeão mundial em 2016 e 2017, Molly Picklum, atual líder da classificação feminina, e também a própria Caitlin Simmers.

Frederico Morais vai dar “tudo por tudo” no regresso à elite mundial do surf

Kanoa Igarashi, surfista japonês que tem casa (feita de raiz e pensada por si numa ideia que nasceu durante a pandemia) na Ericeira e que fala um português irrepreensível, garantiu que Portugal tem “as melhores ondas do mundo” e sublinhou a vontade de dar continuidade ao bom momento depois de ter ficado no segundo lugar em Sunset Beach. “No ano passado saí do Havai no último lugar, cheguei a Portugal com muita pressão por causa do cut. Agora estou numa posição melhor e quero aproveitar para entrar no top 5 e entrar na segunda metade do ano em posição de lutar pelo título mundial”, começou por dizer.

  • Para além dos surfistas portugueses e de Kanoa Igarashi, também Molly Picklum, Caitlin Simmers e John John Florence marcaram presença na conferência de imprensa (PEDRO MESTRE/WSL)

“Esta é uma etapa onde todos os surfistas querem chegar cedo e aproveitar as ondas. Podemos acordar um dia e ter os melhores tubos e condições para fazer aéreos, condições para mostrar tudo aquilo que treinamos na pré-época. Tenho casa na Ericeira e passo muito tempo cá a surfar com os portugueses. Vejo Portugal como uma segunda casa”, completou o surfista de 26 anos.

Surfista norte-americana Caitlin Simmers estreia-se a vencer na elite em Peniche

O facto de Peniche continuar no WSL World Tour não é propriamente um mistério: explica-se através das ondas de classe mundial, condição base para a aprovação da etapa, e do investimento financeiro público e privado que permite organizar um evento de tal envergadura. “Os apoios públicos, Turismo de Portugal e Câmara Municipal de Peniche e restantes organismos, não chegam a 15% dos 3,5 milhões de euros necessários para realizar o evento. O resto é privado, em que quase 30% vem do investimento privado local, da MEO e da empresas angariadas em Portugal e a restantes angariação da nossa equipa a nível internacional”, explicou Francisco Spínola, deixando claro que o evento “paga-se a si mesmo” através do “impacto direto dos impostos”.

O português Francisco Spínola é o diretor-geral da WSL para Europa, África e Médio Oriente (PEDRO MESTRE/WSL)

Para além das 500 pessoas envolvidas na preparação da etapa, a edição do ano passado contou com 150 mil pessoas na Praia de Supertubos – 30% eram cidadãos estrangeiros –, para além de 43,5 milhões de visualizações no site e na aplicação da WSL durante os heats. Números que a organização espera superar em 2024 e já a partir desta quarta-feira, com o primeiro período de avaliação das condições meteorológicas a arrancar às 7h30 e a competição a poder começar às 8h. O prize money total do MEO Rip Curl Pro Portugal ronda o milhão de euros e o impacto financeiro para a região de Peniche chega aos 12 milhões de euros.

“É inequívoco que o surf traz um desenvolvimento não só para a zona de Peniche, mas a todo o Oeste. Especialmente os locais que recebem provas da WSL, Ericeira e Nazaré. E não falo em termos de retorno mediático. Quem viaja pelo estrangeiro só ouve ‘Cristiano Ronaldo e Nazaré’. Estamos a criar um evento em março, a criar uma nova sazonalidade. Cada euro que entra nesta altura era um euro que não existia, é criado pelo evento”, terminou Francisco Spínola.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos