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Web Summit 2022 Opening Night in Lisbon, Portugal, 01 November 2022. Web Summit is considered the largest event of startups and technological entrepreneur ship in the world, takes place from 1 to 4 of November in Lisbon. MIGUEL A. LOPES/LUSA
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A geração Z foi um dos temas em destaque na Web Summit

MIGUEL A. LOPES/LUSA

A geração Z foi um dos temas em destaque na Web Summit

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Geração Z(EO). Os futuros patrões faltaram à escola para vir discursar na Web Summit

São jovens e querem provar que não se preocupam só com as redes sociais. A geração Z é o futuro. Os futuros trabalhadores e os futuros patrões. Na Web Summit encararam a multidão como gente grande.

Não têm medo de falar, embora possam ficar nervosos em frente a grandes multidões. Apesar do que as gerações mais velhas pensam, não se consideram preguiçosos e querem ver mudanças no mundo. De forma sucinta, Gen Z é o nome que caracteriza a geração de pessoas que nasceram entre a segunda metade dos anos 1990 até ao início do ano 2010.

Mas são muito mais do que isso. Nasceram na internet, cresceram com um telemóvel no bolso e assistiram à evolução das tecnologias. Em conferências na Web Summit admitiram ter por hábito “seguir a corrente” e “ir com a moda”, mas também mostraram que não se preocupam só com as redes sociais.

Apesar da tenra idade, não se abstiveram de falar abertamente sobre os seus futuros e investimentos. Afinal, dentro de alguns anos serão a maioria dos trabalhadores mundiais e, alguns, os nossos futuros patrões. São uma geração que quer ser ouvida e procura ser levada a sério.

Aos 15 anos, faltaram à escola para vir a Lisboa defender a geração Z perante milhares

São ainda menores de idade, mas falam como gente grande. Aos 15 anos, Ashna Nirula e Ciara Sejour tiveram a oportunidade de faltar uma semana às aulas para virem falar sobre a geração Z perante milhares de pessoas na Web Summit.

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Ao Observador, as duas garantiram que quando regressarem a casa têm muito para estudar, mas, para já, concentram-se em aproveitar Lisboa e as personalidades que podem conhecer nos bastidores da feira tecnológica.

Ashna Nirula e Ciara Sejour deslocaram-se até à capital portuguesa com a The Knowledge Society, mais conhecida como TKS, uma organização que tem um progama extracurricular para jovens que querem “impactar o mundo”.

A ideia é que se conseguimos treinar atletas a uma idade tão jovem, porque é que não podemos treinar CEO ao mesmo tempo? Esta é a ideia por detrás do programa”, disse Ashna Nirula.

Só “um terço dos candidatos” entra na TKS depois de passar por um processo extenso em que têm de subtemer uma texto sobre os temas com que se preocupam, gravar um vídeo e depois passar por uma entrevista muito parecida a uma entrevista de emprego. A partir daí, se entrarem no programa, têm sessões aos fins de semana para treinarem para ser futuros patrões.

Ashna Nirula faz parte da organização The Knowledge Society (TKS)

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Pelo meio, ainda arranjam tempo para defender a geração Z (à qual pertencem): “Eu acho que nós somos uma das mais adaptáveis gerações que já existiram. E acho que estamos numa altura da história em que temos acesso à maior quantidade de informação de sempre graças à internet”, afirmou Ashna Nirula.

Na Web Summit, a jovem de Toronto, Canadá, estava nervosa, mas admite que “há menos expectativas” em si por causa da sua idade. “As pessoas olham para a nossa idade e têm menos expectativas. Se eu fosse a mesma pessoa, num corpo de uma pessoa mais velha, sinto que as as expectativas seriam muito mais elevadas”.

Ciara Sejour é amiga de Ashna Nirula. A jovem de Maryland nunca tinha saído dos EUA até vir a Lisboa esta semana. Entrou para a TKS depois de nas suas stories no Instagram lhe aparecer um anúncio da organização. “Vi-os 17 vezes e na 17.ª vez decidi carregar nele e ouvir um pouco mais dele e pensei ‘isto é muito fixe’. Então, candidatei-me” e “entrei”.

Interessada principalmente em tecnologia educacional, a jovem de 15 anos está a estagiar na Kira Learning, uma startup onde é ensinada “inteligência artificial e ciência computacional” aos estudantes. Acerca do futuro, disse ao Observador que ainda há “muito tempo para descobrir”, mas criar uma startup está certamente nos planos.

Até lá e enquanto ainda não está preparada para arrancar com o seu próprio negócio, Ciara Sejour preocupa-se em desmistificar os principais estereótipos relacionados com a geração Z, principalmente o facto de os outros acreditarem que os jovens não se preocupam com nada mais do que as redes sociais. “Estamos a ser mais vocais” e a “trabalhar para mudar [os problemas que acreditamos que existem no mundo]”.

Harris Reed é ZEO da Edelman

Sportsfile

Sai o CEO, entra ZEO: Harris Reed

Harris Reed, não-binário, apresenta-se como ZEO, o primeiro do mundo. Não se trata de uma gralha, mas da definição para o CEO dos tempos modernos, o ‘patrão’ da geração Z. A Edelman, empresa americana de relações públicas, criou em junho um “Gen Z Lab” composto por 100 funcionários da geração Z.

Descrevendo o movimento como “inovador”, foi a empresa que entregou a Haris Reed o cargo de ZEO, com funções de consultoria cultural e criativa para o laboratório da geração Z — departamento que quer “aconselhar clientes que procuram envolver o consumidor” jovem.

Considerada pela Edelman como “ícone cultural em ascensão”, Haris Reed fez-se acompanhar na Web Summit por Jackie Cooper, global chief brand officer da empresa. Em conferência, a dupla mostrou ter opiniões fortes no que ao envolvimento dos jovens diz respeito.

Somos a geração da transparência, do Twitter, do TikTok. Preparem-se. Não tenham medo [de serem cancelados]”, considerou Harris Reed, que acrescentou que a geração Z não é sobre “cancelamento”, mas sim “sobre responsabilidade” para o futuro.

Acreditando que as empresas têm que ter um “apetite para a mudança” e que a geração Z “só quer ser ouvida”, Harris Reed terminou a sua intervenção e deu a palavra a Jackie Cooper, que, por sua vez, também defendeu os jovens. Na opinião da global chief brand officer, a Edelman “abanou” um bocadinho o “barco” ao incorporar a geração Z.

No entender de Jackie Cooper, os jovens querem apenas “que o mundo seja melhor”. “Não é sobre ativismo. É sobre ações e fazer a diferença” para tornar o mundo melhor. “Se querem que o vosso negócio tenha futuro, tenham a Gen Z do vosso lado”.

Harris Reed e Jackie Cooper na Web Summit de 2022

Sportsfile

Shares, a primeira plataforma para os “investimentos da próxima geração”

A geração Z é cuidadosa com investimentos e preocupa-se com o dinheiro, mas é desconfiada. Os jovens são mais prováveis de “seguir um conselho das redes sociais do que uma pessoa de 51 anos”. Quem o diz é Pavi Dhiman, que declarou que quando não sabem onde investir, os jovens tendem a seguir o que os amigos fazem.

O perfil dos investidores mais novos foi retratado por Pavi Dhiman numa conferência na Web Summit. A rapariga de 16 anos considerou que as empresas devem “gravitar” para os jovens da geração Z, porque se estes continuarem a investir, serão os investidores do futuro.

Pavi ficou entusiasmada ao ouvir que as algumas empresas já têm alguma atenção à geração Z. Uma delas é a Shares, uma app onde é possível comprar ações, investir maioritariamente em empresas norte-americanas e adicionar contactos para ter acesso aos movimentos e atividades dos amigos na plataforma.

Shares

A Shares foi criada em maio deste ano

Quando foi criada, em maio, a Shares não sabia qual seria a audiência que iria atrair. Agora, “é engraçado” porque “mais de 65% da nossa audiência tem menos de 25 anos”, contou Benjamin Chemla, cofundador e CEO da startup do Reino Unido ao Observador.

Descrita como sendo a primeira rede social para os “investimentos da próxima geração”, a Shares “infelizmente” só pode ser utilizada por maiores de 18 anos. “Infelizmente” porque como não são utilizadas “grandes quantias de dinheiro” (as “transações médias variam entre os 30 e os 40 euros”),  o CEO acredita que os menores deveriam ser permitidos na plataforma. “Os jovens da geração Z estão a investir mais na aplicação do que os millennials”, acrescentou.

A aplicação, que deverá chegar a Portugal no próximo mês, é gratuita, mas os seus utilizadores são cobrados de cada vez que fazem uma transação. A taxa fixa é de 0.79% do valor da transação.

Benjamin Chemla ouviu Pavi Dhiman dizer que a geração Z pode ser desconfiada. Para atrair a confiança dos utilizadores, a Shares conta com Ed Westwick, ator que participou em “Gossip Girl”, como “parceiro de negócios”. As irmãs Williams, Venus e Serena, também investiram na aplicação que já angariou “mais de 90 milhões de euros”.

“Trabalhar com um ator tão bom como o Ed ou grandes tenistas como as irmãs Williams ajuda-te a criar a confiança de que precisas (…) porque temos que nos relembrar que as pessoas nos estão a dar as suas poupanças. [As pessoas] têm de ter a certeza de que és uma empresa séria”, afirmou o empresário que explicou ainda que a Shares também faz parcerias com influencers no TikTok.

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