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England Prepares For Second Lockdown
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NurPhoto via Getty Images

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Limite de pessoas à mesa e confinamento total. Como outros países da Europa enfrentam a quinta vaga no Natal

Governo antecipou as medidas previstas para a semana após o Ano Novo e apertou as regras para o Natal. Noutros países da Europa, as regras de contenção já estão ativas desde o início de dezembro.

Portugal vai antecipar para a semana entre o Natal e o Ano Novo um pacote de medidas que só devia entrar em vigor a 2 de janeiro, mas há países que já apertaram a malha no início do dezembro. Os testes obrigatórios em hotéis já são uma realidade em Itália, as lotações nos estabelecimentos são uma prática comum em toda a Europa e as limitações no consumo de bebidas alcoólicas já existem na Bélgica. Eis como outros países estão a enfrentar a ameaça do Natal e como se comparam com Portugal.

Alemanha

Alemanha não planeia qualquer confinamento antes do Natal, nem sequer um aperto de medidas no país, mas apertou a malha às viagens vindas do Reino Unido, Dinamarca, França, Noruega e Líbano: desde domingo que mesmo quem está vacinado tem de testar negativo para entrar em território alemão e tem de cumprir duas semanas de isolamento à chegada. Os bares e discotecas têm de fechar portas em áreas com uma incidência superior a 350 casos semanais por 100 mil pessoas, os eventos ao ar livre não podem receber mais de 15 mil pessoas (incluindo jogos da Bundesliga) e todas devem estar completamente vacinadas; e não pode haver fogo de artifício nas festas de Ano Novo.

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O país também já tinha imposto restrições mais pesadas a quem não quis ser vacinado contra a Covid-19: a não ser que tenha recuperado da doença nos últimos seis meses, quem não está vacinado só pode encontrar-se com duas pessoas além do seu agregado familiar, não pode entrar em restaurantes, cinemas, espaços de lazer e em lojas de comércio não essencial. No Natal e Passagem de Ano, só são permitidos ajuntamentos de até 10 pessoas.

A situação epidemiológica na Alemanha está mais controlada do que em Portugal, com uma incidência que na segunda-feira estava nos 733 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, mas em tendência decrescente: cá são 579 casos, mas a incidência continua a subir.

Áustria

Na Áustria, que esteve em confinamento geral durante três semanas até 12 de dezembro, o confinamento exclusivo para quem não está vacinado contra a Covid-19 vai continuar ativo pelo menos até ao fim do ano. Mas o governo anunciou que aliviaria as medidas no Natal e na Passagem de Ano até mesmo para quem ainda não foi vacinado: nos dias 24, 25 e 26 de dezembro, assim como dia 31 e 1 de janeiro, podem juntar-se até 10 pessoas sem prova de vacinação concluída.

Quem está completamente vacinado pode reunir-se em grupos de 25 pessoas. Além disso, o recolhimento obrigatório — que exigia que toda a gente estivesse em casa a partir das 23h — vai ser levantado a 31 de dezembro para as celebrações do Ano Novo.

A Áustria está agora com uma incidência de 534 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, ligeiramente abaixo de Portugal, e continua numa descida meteórica.

Bélgica

Esperam-se mais novidades sobre medidas específicas para o Natal na próxima quarta-feira, mas as crianças a partir dos 12 anos já estão desde o início do mês num regime híbrido de aulas presenciais e à distância. As férias escolares após o Natal serão prolongadas e o teletrabalho mantém-se obrigatório sempre que possível, mas o restante comércio deve continuar em funcionamento — embora tenha de encerrar às 23h.

Uma das medidas mais inusitadas impostas para a época festiva determina que, mesmo que as famílias decidam celebrar num evento ao ar livre, no jardim de uma casa privada, o grupo não pode ter mais de quatro pessoas e só um dos convidados poderá entrar para ir à casa de banho — os restantes têm mesmo de regressar à sua própria casa; e nem sequer podem comer nem beber. Mais: só pode realizar estas festas no jardim quem possa receber os convidados diretamente no ar livre, sem que eles tenham de passar pelo interior da casa para aceder ao espaço.

Embora em descida desde o início do ano, a incidência belga continua significativamente acima da de Portugal: é de 1274 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, mais do dobro dos 579 casos registados por cá.

Dinamarca

Dinamarca considerou que um confinamento pesado ainda não seria necessário no país, mas desde 17 de dezembro que os cinemas, teatros, recintos de espetáculos e parques temáticos estão fechados. Outras medidas incluem a proibição de vender bebidas alcoólicas a partir das 22h, a limitação de espaços em lojas e locais de culto (que podem exigir a apresentação de certificado digital), a extensão do uso obrigatório de máscara nos transportes públicos e lojas; e a obrigatoriedade em mostrar o certificado digital em restaurantes, bares e cafés. As discotecas estão fechadas e todo o comércio deve encerrar a partir das 23h até às cinco da manhã.

Quanto ao ensino, as escolas primárias estão fechadas desde 15 de dezembro até dia 4 de janeiro. Os alunos em internatos e escolas profissionais independentes foram mandados para casa no domingo, 19 de dezembro, e por lá devem permanecer até sexta-feira, 7 de janeiro de 2021. Só entram nas universidades, em estabelecimentos de saúde, lares ou espaços de visita em prisões quem tiver certificado digital Covid-19.

À semelhança de Portugal, a Dinamarca também tem registado uma subida no número de novos casos. Os dados mais recentes dizem que a incidência dinamarquesa estava nos 1.911 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, enquanto Portugal está nos 579 casos. Mas o aumento da incidência em Portugal está a ser mais lenta que na Dinamarca.

Espanha

Em Espanha, o Governo não anunciou até ao momento quaisquer medidas nacionais para enfrentar a Covid-19 durante as festividades natalícias. As regras estão antes a ser implementadas ao nível local: Andaluzia, Aragão, Canárias, Baleares, Cantábria, Catalunhas, Comunidade Valenciana, Galiza, Múrcia, Navarra, País Basco, Melila e Ceuta implementaram a necessidade de mostrar o certificado digital, mas só se os proprietários dos espaços — como restaurantes ou lojas — quiserem.

A Catalunha exige também que todos os contactos de alto risco com casos positivos cumpram quarentena obrigatória (tal como Portugal anunciou esta segunda-feira com a atualização da norma da Direção-Geral da Saúde). Navarra, Galiza, País Basco e Canárias também limitaram o número de pessoas que podem participar em celebrações familiares: um máximo de 10 pessoas de dois agregados familiares em locais de risco elevado; e de seis pessoas do mesmo agregado em locais de risco muito elevado. O primeiro-ministro Pedro Sanchez vai reunir na quarta-feira com o Governo para decidir se implementa ou não um pacote de medidas no Natal.

Espanha tem estado abaixo de Portugal no que toca à incidência de casos de Covid-19, mas ultrapassou na segunda-feira com uma subida em flecha nas 24 horas anteriores: os espanhóis passaram de 540 casos em duas semanas por 100 mil habitantes no domingo para 711 casos; enquanto Portugal sofreu uma subida ligeira no mesmo período de tempo.

França

França decidiu impor regras mais apertadas para quem chega do Reino Unido: só entra em território francês quem for cidadão do país ou quem necessitar de viajar por “motivos de força maior”. Todos têm de apresentar um teste negativo realizado menos de 24 horas antes e isolar-se durante pelo menos dois dias. O primeiro-ministro Jean Castex recomendou aos autarcas que cancelem o fogo de artifício típico das festividades do Ano Novo; e à população que faça testes rápidos antes das reuniões familiares. Paris foi mais longe e cancelou mesmo todas as atividades que estavam previstas para os dias 31 de dezembro e 1 de janeiro.

Portugal e França estavam equiparados até meados de novembro, momento a partir do qual a incidência em ambos os países começou a aumentar. Mas a situação epidemiológica francesa deteriorou-se mais depressa: neste momento, vai nos 1.054 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, enquanto em Portugal está nos 579 casos.

Irlanda

Já desde 7 de dezembro que as discotecas estão encerradas na Irlanda e os bares e restaurantes têm de se cingir ao serviço de mesa — e só podem sentar seis pessoas por reserva. Será assim pelo menos até dia 9 de janeiro. As mesas têm de estar distanciadas em pelo menos um metro, não se podem pedir várias mesas numa mesma reserva e toda a gente tem de utilizar máscara quando circula. Os espetáculos em espaços interiores, como recintos, devem operar com 50% da capacidade e as pessoas só devem receber visitantes de, no máximo, três outros agregados familiares.

Apesar de as medidas na Irlanda estarem em vigor há mais tempo, a evolução irlandesa está a ser semelhante à portuguesa: os casos estão em subida, mas lentamente. Há, no entanto, uma diferença significativa: a incidência irlandesa está muito acima da portuguesa: é de 1.289 casos em duas semanas por 100 mil habitantes.

Itália

Os italianos não estarão sob medidas mais restritivas ao longo do Natal e Passagem do Ano. As regras que vigoram neste momento, desde 6 de dezembro, são as que serão adotadas na época festiva: aqueles que não foram vacinados estão proibidos  de entrar em restaurantes, cinemas, teatros e eventos desportivos. Também só pode frequentar hotéis e recintos desportivos quem, além de ter um certificado de vacinação, apresente um teste negativo à entrada.

As pessoas vacinadas mantêm, portanto, liberdade quase total e, se forem testadas à presença do SARS-CoV-2 ou se tiverem recuperado da Covid-19, podem mesmo obter um “super passe verde”, que abre muito mais possibilidades, como fazer a refeição no interior dos restaurantes (não apenas nas esplanadas) nas três zonas com nível de risco menos elevado, permanecer em hotéis e utilizar transportes públicos.

Tal como acontecia com França, a incidência italiana e a portuguesa eram semelhantes até os dois países começarem a escalar a quinta vaga de Covid-19. Agora, continuam a registar subidas a ritmos parecidos, mas Portugal tem uma situação epidemiológica menos controlada: tem 579 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, enquanto Itália tem 475 casos.

Luxemburgo

Atualmente, os ajuntamentos em casa ou em eventos privados estão sujeitos às regras gerais para reuniões: as festas particulares com até 10 pessoas não precisam de restrições ou de medidas adicionais de saúde pública, mas se tiverem entre 11 e 50 todas devem usar máscaras e cumprir um distanciamento físico de pelo menos dois metros. Os organizadores de festas com 51 pessoas ou mais têm de atribuir um lugar sentado fixo a cada convidado.

O Governo português optou por não colocar limites ao número de pessoas que se podem reunir em ajuntamentos privados (na via pública, no Natal e Ano Novo, o limite são 10 pessoas), mas de resto tem uma situação epidemiológica mais favorável: os últimos dados colocam Luxemburgo acima de Portugal na incidência, com 838 casos em duas semanas por 100 mil habitantes.

Noruega

Noruega entrou em confinamento parcial a 12 de dezembro — o culminar de quatro atualizações às medidas contra a Covid-19 instituídas em duas semanas. Os bares e restaurantes estão proibidos de servir bebidas alcoólicas — uma regra que levou vários proprietários de bares a decidirem simplesmente fechar as portas —, os ginásios e piscinas foram encerrados, o teletrabalho é obrigatório para todas as profissões que o permitam.

As regras nas escolas também vão ser apertadas: as escolas primárias e básicas vão entrar no “nível amarelo” de preocupação, que implica o cumprimento do distanciamento físico, locais fixos para cada estudante se sentar, impedimento do contacto físico entre pessoas e a redução do contacto entre turmas. As escolas secundárias e universidades estarão no “nível vermelho”, que obriga ao ensino à distância parcial e a redução das turmas.

Portugal e a Noruega tinham estado num ritmo de subida de casos semelhante, mas este tem aumentado em território norueguês. Ainda assim, a realidade epidemiológica portuguesa está mais controlada: os 579 casos em duas semanas por 100 mil habitantes está consideravelmente abaixo dos 1.2312 casos registados na Noruega.

Países Baixos

Os Países Baixos estão desde domingo em confinamento e assim permanecerão pelo menos até meados de janeiro. Ao longo deste período, cada agregado familiar só pode receber em casa dois convidados — excluindo crianças abaixo dos 13 anos —, um número que aumenta para quatro entre dias 24 e 26 de dezembro; e entre 31 de dezembro e 1 de janeiro. Todo o comércio não essencial está de portas encerradas e só pode funcionar para recolha de encomendas, bares e restaurantes também só devem trabalhar em regime take away, os ginásios e cabeleireiros estão fechados e, quanto às cerimónias, só os funerais podem continuar a acontecer. As escolas vão estar fechadas pelo menos até dia 9 de janeiro.

Os Países Baixos estão a registar cada vez menos casos de infeção pelo SARS-CoV-2: depois de ter passado um pico no início do mês, o país entrou em rota decrescente e agora tem uma incidência de 1.277 casos em duas semanas por 100 mil habitantes. Ainda assim, muito acima de Portugal.

Reino Unido

O primeiro-ministro Boris Johnson ainda não anunciou quaisquer medidas específicas para o Natal em Inglaterra, mas o governo já recomendou que toda a gente faça testes rápidos de antigénio antes de reunir com familiares e amigos em espaços interiores. As máscaras também são obrigatórias agora em quase todos os espaços interiores em Inglaterra, com exceção dos bares, discotecas e restaurantes.

Entre as nações britânicas, a Escócia é a que já anunciou medidas mais específicas: no Natal, o governo pediu que se cancelassem as festas familiares ou que, no mínimo, sejam limitadas a poucas pessoas; que toda a gente seja vacinada e testada antes dos ajuntamentos, que se mantenha a boa ventilação dos espaços e que todas as regras de higiene sejam cumpridas.

Depois, a partir de 26 de dezembro, todos os eventos ao ar livre serão limitados a apenas 500 pessoas; e os eventos em espaço interior a 200 pessoas sentadas ou 100 em pé. Os jogos de futebol deixarão de ter público, as festas de Ano Novo foram canceladas; e todos os bares, discotecas e espaços que vendam bebidas alcoólicas têm de se cingir ao serviço de mesa a partir de 27 de dezembro. Será assim durante pelo menos três semanas.

Apesar da demora em estabelecer novas medidas em Inglaterra para enfrentar o Natal, a situação epidemiológica na generalidade do Reino Unido está a deteriorar-se mais depressa, e de modo mais grave, do que em Portugal. O Reino Unido tem agora 1.379 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, mas há uma semana não chegava aos 1.000. Em Portugal, havia 507 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, enquanto agora está ligeiramente acima.

Suécia

A partir de 23 de dezembro, os eventos públicos com mais de 20 convidados só serão permitidos se todos estiverem sentados, tenham ou não sido vacinados contra a Covid-19 — atualmente, esta medida só está em vigor em eventos públicos em espaços interiores com mais de 100 pessoas.

Aqueles que tiverem mais de 500 participantes são obrigados a exigir certificado de vacinação à entrada, mas, em eventos mais pequenos, se os proprietários dos espaços não exigirem uma prova de vacinação à entrada, só será permitida a entrada de grupos com um máximo de oito pessoas; e devem estar distanciados em pelo menos um metro. Quanto aos restaurantes, também a partir de 23 de dezembro, as mesas têm de estar separadas em um metro no mínimo e os grupos têm de ser limitados a oito pessoas. O teletrabalho é recomendado, mas não obrigatório.

As limitações nas lotações dos espaços também voltaram a ser estabelecidas pelo Governo português, mas por cá a incidência é mais alta do que na Suécia. Enquanto Portugal regista agora 579 casos em duas semanas por 100 mil habitantes, a Suécia fica-se pelos 381 casos e a incidência está a crescer mais devagar.

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