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Mariana Leitão é recandidata ao Conselho Nacional da IL
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Mariana Leitão é recandidata ao Conselho Nacional da IL

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Mariana Leitão é recandidata ao Conselho Nacional da IL

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Mariana Leitão: "Números das sondagens não me preocupam. IL vai sair reforçada da disputa interna"

Presidente do Conselho Nacional da IL vai recandidatar-se e é a única representante da ala de João Cotrim Figueiredo nesta corrida ao órgão do partido. Mariana Leitão desvaloriza postura de críticos.

Mariana Leitão, atual presidente do Conselho Nacional da Iniciativa Liberal e apoiante de Rui Rocha, acusada de ser um dos rostos da falta de democracia interna do partido, desvaloriza as críticas e defende que os membros têm “o direito a manifestar o que pensam”.

Em entrevista ao Observador, confrontada com a última polémica em que o Conselho Nacional se viu envolvido, Mariana Leitão criticou quem pediu a sua demissão por considerar que houve “desconhecimento” e aproveitamento. Aos olhos da presidente do Conselho Nacional, que matém o tabu sobre uma eventual recandidatura ao cargo de presidente deste órgão, a jogada não passou de uma “chamada de atenção” dos críticos internos, alinhados com a oposição a João Cotrim Figueiredo.

Questionada sobre as acusações de vários críticos sobre a falta de disponibilização de documentos do partido, grupo onde se inclui Tiago Mayan Gonçalves, a conselheira assegura que existe sempre um “debate alargado” nas reuniões e “toda a abertura para o escrutínio”. Mas Mariana Leitão vai ainda mais longe para dizer que se houver “desconforto ou o entendimento de que há ausência de informação” os conselheiros “poderão sempre expressá-lo através do voto”.

“Pedido de demissão? Foi uma chamada de atenção”

Nos últimos meses, houve acusações de falta de democracia interna na IL, críticas constantes ao funcionamento do partido e do Conselho Nacional e até um pedido para que se demitisse da presidência desse órgão. Faz sentido recandidatar-se?
Candidato-me por dois motivos: o Conselho Nacional foi determinante para o sucesso da IL e a minha recandidatura é por querer continuar a fazer parte dessa trajetória de sucesso. Por outro lado, a equipa é composta por pessoas com enorme valor, espírito crítico, que serão um forte garante das ideias liberais. As críticas fazem parte do processo. Mas críticas à falta de democracia interna estão um pouco deslocadas. O pedido de demissão revela algum desconhecimento sobre o funcionamento do órgão e pareceu-me ser mais uma chamada de atenção do que uma situação fundamentada.

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Antes de falarmos das críticas e desse escrutínio ao Conselho Nacional, João Cotrim Figueiredo disse que saía do partido por uma questão de necessidade de renovação. Se for eleita para o Conselho Nacional está disposta a não se candidatar a presidente para dar o mesmo sinal de renovação?
São dois momentos diferentes. Uma coisa é estar-me a candidatar agora enquanto cabeça de lista de uma lista ao Conselho Nacional. Haverá outro momento que será a determinação das listas que vão candidatar-se à mesa do Conselho Nacional.

Mas está nas suas intenções voltar a candidatar-se a presidente do Conselho Nacional?
Como já disse, essa será uma situação posterior.

“Há toda a abertura para o escrutínio interno”

Tiago Mayan Gonçalves, em entrevista aqui no Observador, acusou o Conselho Nacional de não dar acesso a várias informações, quer contratos do partido, quer contas. Há uma tentativa de esconder informações a conselheiros e até a membros da direção ou são tudo acusações falsas?
Em todas as reuniões do Conselho Nacional há um debate em que os vários membros podem questionar, fazer pedidos de esclarecimento e depois há o momentos do voto. Portanto, se houver desconforto ou o entendimento de que há ausência de informação poderão sempre expressá-lo através do voto.

Então não lhe chegaram queixas de que os conselheiros não estavam a ter acesso a informação ou a contas que tinham de ser votadas?
Os documentos são partilhados com os membros do Conselho Nacional e isso é devidamente tratado nas reuniões, que muitas vezes duram dias inteiros. Há um debate alargado em que todos podem intervir as vezes que entenderem e há toda a abertura para o escrutínio.

Uma das últimas reuniões esteve marcada e acabou por não acontecer. Os conselheiros queixaram-se de “desrespeito” pelo cancelamento em cima da hora e por haver uma relação demasiado próxima entre o Conselho Nacional, a Comissão Executiva e o grupo parlamentar.
Esse é que é o equívoco. Marcar aquele Conselho Nacional não foi uma prerrogativa do grupo parlamentar, foi do presidente do Conselho Nacional. Foi entendido que havia necessidade de discutir documentos estruturantes do partido de forma a que membros do Conselho Nacional se pudessem pronunciar sobre eles, dar contributos e enriquecer os documentos. Estando o documento pronto por parte do grupo parlamentar e tendo sido dada essa informação foi prerrogativa do Conselho Nacional ouvir os membros.

O partido já estava a viver um processo eleitoral interno e esse foi um dos argumentos usados pelos deputados. Ou seja, o grupo parlamentar entrega um documento, o Conselho Nacional admite que é urgente convocar essa reunião, depois recua. Afinal, qual era a urgência?
A urgência está justificada pela necessidade de receber esses contributos e para permitir que o grupo parlamentar tivesse, no arranque dos trabalhos parlamentares, esses contributos. Houve uma alteração no entendimento do grupo parlamentar em relação ao documento e foi solicitado que fosse retirado. É isso que dá origem à desconvocação do Conselho Nacional.

Mas quando recebeu o documento e marcou a reunião, o entendimento do grupo parlamentar era que devia haver uma discussão?
Não, o grupo parlamentar apresentou o documento finalizado e o Conselho Nacional decidiu que sim, que os membros deviam ser ouvidos e contribuir. Já tinha acontecido relativamente à situação da revisão constitucional.

E o Conselho Nacional aceitou a opinião dos deputados quando consideraram que não era a altura certa para discutir?
Não é uma questão de opinião. O grupo parlamentar solicitou que o documento fosse retirado. Havia um ponto único no Conselho Nacional e se o grupo parlamentar retira o documento não há documento que suporte a ordem de trabalhos. Isso é que leva à desconvocação do Conselho Nacional.

Depois de ter avaliado todas as críticas e o que foi dito, entende que o Conselho Nacional fez tudo certo neste processo?
O Conselho Nacional fez tudo o que deveria ter feito para garantir que os membros têm uma voz ativa nos documentos estruturantes do partido.

Não percebe as razões que levaram ao seu pedido de demissão?
Perante o que expliquei acho-as infundadas. No seio desta campanha interna, parece-me que foi uma forma de se chamar a atenção.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Estivemos todos determinados em alcançar o sucesso”

A Mariana Leitão é um dos nomes que representam a continuidade do partido e a única candidatura ao Conselho Nacional dessa corrente. Antecipa um choque entre estruturas caso a sensibilidade da futura liderança do partido não coincida com a composição do Conselho Nacional?
As estruturas de qualquer organização servem para alcançarem um objetivo comum. Falar dessas ruturas ou oposições não tem grande enquadramento. Onde há essa possibilidade de oposição é na apresentação de moções de estratégia global, que se confrontem porque estão a definir estratégias diferentes. Os membros do Conselho Nacional, depois de eleitos, estão a representar-se a si próprios e acredito que todos nós vamos ter como missão primordial garantir que a moção é executada.

Não foi isso que aconteceu nos últimos anos quando grande parte das críticas à Comissão Executiva vieram de membros do Conselho Nacional.
Os membros do Conselho Nacional pensam e têm o direito a manifestar o que pensam. Houve respeito entre órgãos, o Conselho Nacional foi determinante para o sucesso da IL, houve cooperação e respeito. Estivemos todos determinados em alcançar esse sucesso.

As questões internas são as que mais dividem as candidaturas à liderança da IL. Como atual presidente do Conselho Nacional, considera que as inerências da direção neste órgão podem prejudicar a democracia interna do partido?
A composição e o funcionamento dos órgãos estão definidos nos estatutos que foram aprovados há pouco mais de dois anos. Qualquer alteração só pode ocorrer quando houver uma nova convenção estatutária. O que é importante é que esse processo seja feito de forma aberta, informada e participativa.

Além de Carla Castro que insistiu muito neste ponto desde o início, o próprio Rui Rocha já admitiu que é a favor da redução das inerências ou que deve haver uma discussão sobre o tema. Conhecendo a dinâmica do Conselho Nacional, tem uma proposta sobre como poderiam funcionar estas inerências?
Numa convenção estatutária haverá várias ideias em confronto e prevalecerá aquelas que os membros votarem. Terei oportunidade de dizer o que considero ser a melhor solução.

Não quer relevar?
Não e acho que essa é uma discussão que guardarei para um processo de revisão estatutária. Face aquilo que já se percebeu que é uma vontade dos membros, se for eleita para o Conselho Nacional, tudo farei para que exista esse processo.

"A IL defende intransigentemente a liberdade política, económica e social e é normal que haja pessoas que se enquadram mais na defesa do um pilar do que outro e não há nenhum problema nisso."

“Números das sondagens não me preocupam”

Cotrim Figueiredo justificou a saída porque sentiu que não tinha capacidade para cativar novos públicos e fazer a IL crescer. Nessa altura o partido tinha números nas sondagens mais favoráveis do que agora, onde em algumas pesquisas surge até com 2%, mas não é a única em que desce. Esta tendência preocupa-a?
As sondagens devem existir para fazer algumas análises, mas não são determinantes nem representam os resultados na prática. É importante ponderar e perceber a melhor estratégia a implementar. Mas não são números que me preocupem.

João Cotrim Figueiredo teve bons resultados eleitorais, tornou-se o quarto partido mais votado. Nos dois meses que passaram desde a decisão, a IL parece estar a viver numa luta interna vista de todos. Há forma de o partido sair reforçado destas eleições?
O facto de haver tantas listas candidatas aos órgãos é um sinal de vitalidade e maturidade do partido. Acho que temos uma hipótese de sair reforçados porque é percetível haver um número elevado de pessoas disponíveis para dar o seu contributo e ajudar a fazer crescer a IL. Tenho a certeza que a seguir às eleições todos vão estar focados em continuar a fazer crescer a IL e a divulgar as ideias liberais. Não tenho dúvida nenhuma que vamos sair reforçados destas eleições.

Mas compreende as críticas a Rui Rocha depois da forma como a candidatura foi anunciada, quase como se fosse o herdeiro natural e por direito de João Cotrim Figueiredo?
Compreendo que as pessoas possam ter perceções diferentes sobre a mesma situação. Mas o que interessa é vermos a diversidade de listas e candidatos. Isso só pode ser um bom sinal.

A candidatura de Carla Castro tem sido acusada de poder levar a IL a desaparecer como aconteceu com o CDS. Bernardo Blanco, deputado e apoiante de Rui Rocha, disse-o aqui no Observador. Uma rutura radical com o passado pode ser o fim da IL?
Acho que é normal dentro da IL haver várias tendências. A IL defende intransigentemente a liberdade política, económica e social e é normal que haja pessoas que se enquadram mais na defesa do um pilar do que outro e não há nenhum problema nisso.

Acredita que vai continuar a ser assim independentemente da candidatura que ganhar?
Acho.

Como é que um grupo parlamentar pode funcionar se o vencedor for uma pessoa sem qualquer apoio entre os deputados da IL na Assembleia da República, como é o caso de Carla Castro?
Estou-me a candidatar ao Conselho Nacional…

… suponho que a vida do partido no grupo parlamentar também a preocupe.
Claro. Mas acho que qualquer uma das candidaturas vai apresentar na sua moção de estratégia global qual é a forma que vê para o funcionamento do partido e as ideias que quer para fora do partido. Caberá aos membros na Convenção determinar qual acham que é a melhor moção e a melhor equipa.

"Se houver desconforto ou o entendimento de que há ausência de informação poderão sempre expressá-lo através do voto."

“O PSD tem de fazer um bocadinho mais”

Faz sentido um partido numa luta interna apresentar uma moção de censura?
Não acho que uma situação condicione a outra. A IL já mostrou estar mais do que preparada para desafios eleitorais, já o fez com enorme sucesso e não acho que o facto de estarmos a três semanas das eleições possa condicionar o facto de o país já não aguentar mais socialismo e António Costa.

Se houvesse mesmo uma antecipação de eleições legislativas a Iniciativa Liberal ainda não tinha líder. Acha que estava em condições para ir a umas eleições ou tendo em conta que existe uma maioria absoluta foi apenas uma questão política?
A IL daqui a três semanas terá um líder, já deu provas de conseguir fazer face a esses desafios e, mais uma fez, o país está farto de socialismo e, sim, é importante, independentemente das circunstâncias internas, apresentar essa reivindicação e moção de censura face a tudo o que tem acontecido num Governo que nem um ano tem e que já deu provas de enorme desgaste e incompetência e não se podem deixar passar estas sensações em claro.

Escreveu num artigo de opinião no Expresso que “a ascensão do pedronunismo significará a erosão acelerada e o fim do costismo”. Esta crise política é uma oportunidade para a IL?
O que tem acontecido nos últimos meses é lamentável e ver isso como uma oportunidade custa-me, considerando que é à custa daquilo que se passa no país, do empobrecimento do país, de estarmos com os piores índices em todos os níveis. É preciso haver reformas, que haja coragem de as fazer e a IL tem as ideias, já mostrou estar preparada para as implementar e tem a coragem para as implementar.

Marcelo Rebelo de Sousa dizia que esta alternativa ainda não estava construída. O PSD tem de fazer um bocadinho mais para ajudar a criar esta alternativa à direita?
O PSD tem de fazer um bocadinho mais, nomeadamente na questão das reformas. Se o PSD for um PSD alternativo ao PS, essas reformas nunca serão feitas. É crucial para que se mude a mentalidade e se tenha a coragem de fazer as reformas nomeadamente na educação, na saúde, na justiça, na própria organização do Estado para garantir que saímos desta trajetória de empobrecimentos que estamos com os sucessivos governos do PS.

 
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