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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O diabo Chega, os líderes na Bruma e a autonomia. O jogo-debate de Francisco César e Paulo Moniz entre as regionais e a AR

Paulo Moniz defende Montenegro, Francisco César diz que Pedro Nuno não se quis apropriar de vitória do PS. Cabeças de listas dos Açores às legislativas em jogo-debate organizado pelo Observador.

Um não vê novidade numa aliança do Chega ao PSD, outro chama a isso uma dança com o diabo. Um não vê mal nenhum em Montenegro ir aos Açores na noite eleitoral, outro diz que Pedro Nuno Santos só não vai por respeito à autonomia. Um considera Vasco Cordeiro arrogante, outro define José Manuel Bolieiro da mesma forma. Paulo Moniz e Francisco César são os cabeças de lista, pelos Açores, de PSD e PS às legislativas de 10 de março.

Chegam antes do Observador ao local marcado para o jogo-debate, no Louvre Michaelense, mas não se acanham e ficam na conversa enquanto o aparato radiofónico não é montado. São adversários, debatem muitas vezes e até são primos afastados. Desta vez a conversa, em Ponta Delgada, nos Açores tem outras características: decorre em plena da campanha das regionais e pré-campanha das legislativas e é embalado pela Marralhinha, um jogo da Ilha Terceira que vão jogando entre cada pergunta. Irritam-se a espaços mas, sempre, com espírito democrático e contenção qb. Sobre o jogo da Marralhinha, o que menos importa, é preciso esperar pelo o último parágrafo para saber quem ganhou.

[Começa o jogo da Marralhinha: Os dados são lançados por ambos os jogadores. Calhou seis a ambos os jogadores. Equilíbrio total entre o Bloco Central]

Governo com o CHEGA. O “parceiro” desde 2020 e a “dança com o diabo”

O primeiro tema a debate é a presença do Chega num futuro Governo liderado pelo PSD de José Manuel Bolieiro. Paulo Moniz, cabeça de lista do PSD às legislativas, diz-se espantado por um acordo entre o PSD/Açores e o Chega/Açores ser apresentado como uma “novidade” quando o Chega na região “é parceiro de apoio parlamentar da solução governativa”. Já Francisco César, cabeça de lista pelo PS, diz que o acordo com Chega “teve consequências na vida das pessoas”, acusando o PSD de ter diminuído o RSI por pressão do acordo de Governo com o Chega.

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Paulo Moniz o acordo com o Chega é inevitável, tendo em conta aquilo que são as sondagens neste momento?

Paulo Moniz: Esta é uma questão que o Presidente José Manuel Bolieiro respondeu já insistentes vezes, e repetiu-o ontem: aquilo que está em cima da mesa é a confiança numa maioria absoluta. E é este o compromisso que ele tem. Mas queria deixar já uma questão muito clarificada, que me tem surpreendido de facto, que é, parece que essa questão do Chega nos Açores perguntam como uma novidade, como uma coisa realmente que nunca aconteceu. Recordo que nos Açores, desde 2020, o Chega é parceiro de apoio parlamentar da solução governativa da coligação, e portanto, quando me fazem a pergunta, causa-me alguma estranheza, espanto. Agora, em concreto sobre esse ato eleitoral, o que disse o presidente José Manuel Bolieiro foi muito claro: ele está a pedir uma maioria absoluta, e é com esta maioria absoluta que ele está a trabalhar e com este foco.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

As sondagens dizem diferente, Francisco César.

Francisco César: O que me causa estranheza é a estranheza do Paulo Moniz. Porque, vamos a ver, o Chega fez parte da solução governativa, ou da solução que viabilizou este governo, nos Açores. Houve consequências. A primeira foi a instabilidade total que acabou por fazer cair o governo. Portanto, primeira razão, para se perceber a instabilidade do Chega — e foi durante todo o mandato. A segunda é que nós, às vezes, achamos que o acordo de incidência parlamentar da direita não tem consequências, a extrema-direita não tem consequências. E tem, na vida das pessoas. Uma das imposições foi uma diminuição do Rendimento Social de Inserção. Ora, isso aconteceu nos Açores em cerca de 40 a 45%. À partida nós ficamos todos satisfeitos, se isso tiver como consequência ou isto for causado por uma diminuição da pobreza. Esse é o objetivo de qualquer governante: diminuir os apoios porque eles não são necessários. Mas não. O que aconteceu nos Açores é que a pobreza aumentou ao mesmo tempo que se diminuíram os apoios sociais.
E diminuíram apenas por pressão política do Chega. Os Açores não eram a região mais pobre do país, passaram a ser a região mais pobre do país nestes últimos três anos, também por consequência de diminuição da pobreza. Diminuição dos apoios sociais. E isso tudo deve fazer-nos refletir. Porque quando nós dançamos com o diabo, isso acaba por ter consequências e a direita acabou por ter consequências. Agora imaginem o que seria, isso foi só com o acordo parlamentar, imaginem o que seria, porque o que está aqui em causa é isto: com o Chega, e neste caso o José Pacheco, que é o líder do Chega, é aqui sentado no Conselho de Governo a tomar decisões, como secretário, ou por exemplo, da Solidariedade ou da Segurança Social. Isso pode efetivamente acontecer.

"O RSI diminuiu apenas por pressão política do Chega"
Francisco César

Paulo Moniz: Antes disso, há aqui uma questão prévia: quando o Francisco [César] fala em instabilidade, recordo que quem deitou abaixo o Governo não aprovando o orçamento foi o Partido Socialista, a Iniciativa Liberal e o Bloco de Esquerda, nem foi o Chega. Portanto, vamos ser rigorosos. Quem votou contra a solução foi o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e a Iniciativa Liberal. Quando fala em instabilidade, parece, eu não digo anedótico porque eu percebo o que diz, mas quando temos um Governo de António Costa com maioria absoluta e condições ímpares para governar o país, e implode e é ele maior motor de instabilidade e por isso fomos novamente a eleições, estamos conversados quanto à instabilidade. Quanto à questão da pobreza, é importante também ressalvar: os Açores nunca tiveram tanta gente empregada como agora. Aliás, há falta de mão de obra em muitos sectores nos Açores.

Porque há mais gente empregada ou porque houve mais fiscalização?

Paulo Moniz: As duas circunstâncias. Para nós há aqui um aspeto fundamental, são dados factuais. Nunca houve tanta gente tão empregada como nos Açores. Agora, quanto à questão do RSI, independentemente de nós acharmos que quem precisa de ajuda deve ter, isso para nós é uma pedra basilar, até do ponto de vista da nossa matriz ideológica. Agora, achamos que quem não deve ter, não deve mesmo ter. E, portanto, a fiscalização é fundamental. Até porque se cria uma injustiça relativa a quem precisa e pode não ter ou ter menos porque há quem não precisa e está, efetivamente, a receber. A questão da pobreza é uma questão que não é subjacente ou ligada eminentemente só ao RSI. A questão da pobreza é uma questão que se verificou fruto de muitas circunstâncias, muitas delas desadequação da capacitação profissional àquilo que é a oferta económica. Esse é um problema fundamental. E há esta pobreza que é de longa duração, que não se resolve nem se responde somente com o RSI. Não estou a dizer isso, estou a dizer que a pobreza aumentou. E esse é que é o problema.

"Estou surpreendido: perguntam essa questão do Chega nos Açores como uma novidade e eu recordo que nos Açores, desde 2020, o Chega é parceiro de apoio parlamentar da solução governativa da coligação"
Paulo Moniz

O Francisco César dizia há pouco como é que seria o executivo com o José Pacheco no governo. O que lhe pergunto é se é diferente e se é possível o Chega ter secretarias regionais.

Paulo Moniz: Estar a falar em cenários no pós 4 de fevereiro ou em 5 de fevereiro, julgo é um exercício que não devemos fazer por uma razão: aquilo que a coligação pediu e pede confiantemente é uma maioria absoluta. Agora, é evidente que também caberá ao líder, neste caso da coligação, o José Manuel Bolieiro, interpretar um conjunto, um conjunto de indicadores que irão surgir das eleições.

Mas é um crime de violência de lesa-pátria o Chega integrar o Governo?

Paulo Moniz: Não, não. Percebo, naturalmente, as pessoas que não concordam com a linha política do Chega, que entendem um conjunto de circunstâncias da sua atuação, eu respeito isso. Mas todos também devemos respeitar aquilo que é o quadro político português e aquilo que são partidos que estão na legalidade constitucional…

Francisco César: Gosto muito de ouvir o Paulo Moniz a defender o Chega.

Paulo Moniz: Não estou a defender o Chega. Estou a defender a constitucionalidade do nosso regime. E há aqui um problema. Quando nós lançamos ataques que são um bocadinho paralelos àquilo que é o rigor da nossa organização política, não estamos a contribuir para a saúde do sistema, estamos a contribuir para a abstenção. Porque há aqui uma coisa: se um partido não respeita o sistema constitucional que está, o Tribunal Constitucional inviabiliza e legaliza o partido. Se ele é aceite do ponto de vista das nossas regras, devemos respeitar, como eu respeito o Bloco de Esquerda, o Partido Socialista ou outro qualquer, que não significa que eu não discorde  profundamente daquilo que são.

Franscisco César: Também é  legal privatizar o Serviço Nacional de Saúde desde que seja universal e gratuito.

Paulo Moniz: Isso é outra conversa.

Franscisco César:  Agora, eu não sou a favor disso.

Paulo Moniz: Mas isso é outra conversa. O problema é que o Serviço Nacional de Saúde… É legal tirar as pessoas…

Franscisco César:  É legal, mas eu não concordo com isso.

Paulo Moniz: É que não concorda, mas nunca houve tanta gente com o seguro privado quando os governos socialistas…

Franscisco César: O problema aqui é defender o Chega.

Paulo Moniz: Eu não estou a defender o Chega. Estou a defender o nosso regime.

Francisco César: Mas isso defendemos todos

Paulo Moniz: Não parece.

Francisco César: Mas a minha divergência é política, não é outra.

Paulo Moniz: Não pareceu.

Francisco César: Se não, eu estava no Tribunal Constitucional como outros camaradas meus a pedirem a ilegalização do Chega. Para o Paulo Moniz, o Chega não é um problema.

Paulo Moniz: Não disse que o Chega é um problema ou deixa de ser um problema. Eu disse que devemos respeitar, do ponto de vista do Chega, os eleitores que vão votar neste partido como noutros, eu respeito, porque são eleitores no uso da sua livre capacidade de escolha e não devemos, por essa razão, do meu ponto de vista, estigmatizar ninguém.

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Francisco César, o PS vai ter uma vitória de Pirro? Há sondagens indicam que o PS pode vencer, mas mais uma vez, sem servir para nada. A decisão de Costa em 2015 pode fazer com que o PS não volte a ganhar a região.

Francisco César: Vamos a ver uma coisa, nós respeitamos, respeitamos a soberania parlamentar. Vamos a ver. Se houver uma maioria de direita e o PS, apesar de o PS ter ganho eleições, responsabiliza quem está em segundo lugar. O PS achou que poderia, com António Costa, fazer um acordo parlamentar com os partidos mais à esquerda. Partidos que fazem parte do sistema político, que têm uma visão não totalmente, mas em algumas matérias, muito diferente da nossa. Mas que respeitam as instituições e que têm uma linha em que foi possível acordar aquilo que nós não nos poderíamos entender e entender sobre aquilo que nós podíamos divergir. Isso foi fácil. Bom, agora, o PSD é que tem que dar uma resposta cabal, que é, os portugueses, e neste caso em particular os açorianos, sabem com o que é que podem contar. Ainda não sabem com o que é que podem contar da parte do PSD. Montenegro, por exemplo, disse, chega nunca. Podemos acreditar, não acreditar, mas foi conclusivo. Nos Açores, aquilo que nós sabemos sobre o Chega é, não abrimos a porta, não fechamos a porta. Isso não quer dizer nada, aliás, para bom bem-entendedor, meia palavra basta. Quer dizer que, se não fecham a porta, nem abrem a porta, quer dizer que existe, pelo menos, a possibilidade de acontecer. Isto deve ficar claro. O PS não está refém. Se nós tivermos maioria para governar, iremos exercer este mandato, porque temos que ser coerentes connosco próprio. O que as sondagens dizem, neste momento, é que as eleições estão muito renhidas, taco a taco. Colocam um cenário de maioria absoluta, pelo menos da parte do PS, como algo mais inverosímil. O PS é possível lá chegar, mas é muito difícil. Nós, o que sabemos, é que nós devemos mobilizar o eleitorado para que ele possa ter uma escolha clara entre o projeto do Partido Socialista, que é claro, que sabem com quem é que pode ser realizado, e com o projeto do PSD, em que, apesar de não se saberem o que é que eles querem, não sabem como é que eles irão fazer. Se sozinhos, ou se acompanhados por outra força política, neste caso, o Chega.

"O que as sondagens dizem, neste momento, é que as eleições estão muito renhidas, taco a taco. Colocam um cenário de maioria absoluta, pelo menos da parte do PS, como algo mais inverosímil"
Francisco César

Paulo Moniz, esta incoerência aparente entre aquilo que defende Luís Montenegro e o que defende o José Manuel Bolieiro pode prejudicar o PSD?

Paulo Moniz: Para já, não acho que haja incoerência nenhuma. O líder nacional disse que, com o Chega, não fará qualquer acordo político e não conta politicamente com o Chega no quadro das eleições legislativas. Na Madeira, por exemplo, que é impor. O PSD tem a sua estrutura continental, e tem duas estruturas autónomas, Açores e Madeira. No caso da Madeira, Miguel Albuquerque disse que, com o Chega, não faria qualquer acordo. E, de facto, acabou por fazer um acordo de incidência com o PAN.

Francisco César: Bolieiro também disse que nunca faria, aliás, ao Observador, um acordo com o Chega.

Paulo Moniz: Nos Açores, de facto, há uma coligação de três partidos que encontram uma solução governativa, de incidência parlamentar alargada com o IL e com o Chega, para governar durante os três anos que nós tivemos no poder executivo. E, portanto, são matrizes diferentes, respeitadoras da esfera de decisão de cada uma das estruturas. Como eu acabei de dizer, até o exemplo da Madeira é diferente do exemplo dos Açores.

"No caso da Madeira, Miguel Albuquerque disse que, com o Chega, não faria qualquer acordo. E, de facto, acabou por fazer um acordo de incidência com o PAN."
Paulo Moniz

[Prossegue o jogo da marralhinha: Saiu um 3 para Paulo Moniz, que avança três casas e um dois para Francisco César, que avança apenas duas. O deputado do PSD segue na frente, mas o do PS acrescenta que é “só por um, dentro da margem de erro”. O jogo vai servindo para despressurizar quando o debate está mais tenso] 

Madeira. Desagradável e sem impacto vs. os agressivos liberais

Sobre a situação da Madeira, Paulo Moniz diz que o caso não afeta, nem indiretamente, as eleições regionais dos Açores, mas admite que “não é agradável”. Sobre o ataque da IL a Bolieiro, Moniz acusa Nuno Barata, o líder regional dos liberais, de “desespero”. Já Francisco César regista que a IL é “mais agressiva com o PSD do que com a própria esquerda” e lamenta que os partidos à direita se ataquem tanto uns aos outros, mas estejam dispostos a unir-se para formar um novo Governo. Além disso diz que Marcelo, para ser coerente com o que fez no continente, tem de convocar eleições também na Madeira.

Avançamos agora para o tema da contaminação da campanha dos Açores com a Madeira. Ainda ontem vimos o líder da Iniciativa Liberal Açores a tentar misturar o Governo PSD daqui com o Governo PSD de lá e a lançar suspensão. Isto é um problema para o PSD aqui nos Açores?

Paulo Moniz: Primeiro, eu acho que é um problema para o representante do IL, porque demonstra alguma, digamos, eu não queria usar a palavra desespero, mas alguma já… O lançar mão de tudo
para, porventura, sobreviver. Porque, de facto, o que se passa na Madeira é uma situação desagradável, está no quadro jurídico a ser investigada, corre o seu processo normal na Justiça, mas é preciso não esquecer que, politicamente, na Madeira a solução vai ser encontrada aparentemente, amanhã e seguirá o seu curso normal. Estas questões de nós estarmos a misturar em relação às eleições nos Açores, que foi esta a sua pergunta, não faz muito sentido, para não dizer que faz nenhum sentido, porque, repare, desse ponto de vista, que no caso de José Sócrates, soubemos na quarta-feira ou na terça-feira que o Tribunal da Relação voltou, digamos, a indiciá-lo por aquele conjunto alargado de crimes pelo qual na primeira versão estava indiciado, entre eles corrupção, e, portanto, este também é um assunto que me parece que não tem influência no decurso das eleições legislativas dos Açores. É um problema que é da Madeira, não é agradável, é evidente. Cria um sentimento de alguma tristeza e desagradável, pela circunstância em si, que não é boa para ninguém, mas sinceramente não vejo uma influência, se quiser, direta, quer em resultados, quer na intenção de voto.

Francisco César, Vasco Cordeiro, por acaso, não tem ido por aí, não tem feito essa ligação. A Madeira está a perturbar o destaque mediático que os Açores estão a ter nesta altura?

Francisco César: É o próprio Presidente do PSD Açores que diz que perturba a campanha. E perturba porquê? Porque nós introduzimos ou reintroduzimos nesta campanha, em vez de discutirmos aquilo que verdadeiramente a região precisa, introduzimos a palavra corrupção. Não que isto tenha… Os Açores também têm os seus casos, que estão já em processo de acusação, envolvendo responsáveis políticos, mas não este o tema da campanha. Em meu ver, não deve ser o tema da campanha, porque o principal problema do país, nem da região, não é a corrupção. É um problema, mas não é o principal. O principal é o rendimento, é a vida das pessoas. Corrupção é o que o Chega gostaria que fosse introduzido. Portanto, tem influência indireta por via disso.

E prejudica os dois partidos ao centro?

Francisco César: Prejudica o sistema político. Quando discutimos, numa campanha eleitoral, que é quando há pressão, que é assim que funciona, discutimos os nossos projetos para o país ou para a região em particular. Quando introduzimos aqui, a falibilidade, a capacidade que as pessoas podem ter de incorrer no erro em proveito próprio, estamos a fugir de tudo o que deve ser uma campanha, porque o princípio de uma campanha é a confiança. E portanto, isso não é bom. Gostaria que isto não tivesse acontecido, mas aconteceu. O que eu relevo daqui foi: há aqui uma consequência política na região interessante,
que é a direita não se entende nos Açores. A direita não se entende nos Açores. Basta ver que a Iniciativa Liberal nos Açores é mais agressiva com o PSD do que com a própria esquerda. O Chega, muitas vezes, é mais agressivo com a direita do que com a própria esquerda. Mas depois, no final, querem todos fazer parte da solução governativa. E nós tivemos a experiência dos últimos três anos em que eles não se entendiam. E portanto, isto é a única consequência. Ou seja, este foi mais um motivo para a Iniciativa Liberal atacar
a coligação entre o PSD e ele. Bom, o único problema é que o que é que interessa ao Partido Socialista esse tema da Madeira? Há o tema regional em si, que o PS Madeira deve ter uma posição. Ao Partido Socialista apenas nos interessou uma questão, muito simples, que é a coerência em relação àquilo que aconteceu no continente em relação ao PS. Vamos a ver, do ponto de vista dos princípios, nós achávamos que Miguel Albuquerque não se tinha que demitir. Não se tinha que demitir. Em segundo, nós achávamos também que, demitindo-se, poderia haver uma solução dentro do próprio governo, regional da Madeira, que indicasse outro. O único problema é que, a nível nacional, isso não foi decidido desta forma. Não tendo sido decidido desta forma pelo próprio Presidente da República, em coerência, na Madeira também não poderia ser decidido de uma forma diferente daquilo que foi decidido a nível nacional. Daí a nossa crítica. Primeiro, então, se se demite, a nível nacional, foi uma opção do próprio, e o PSD achava que isso deveria acontecer, também deveria ter essa mesma opinião em relação ao PSD-Madeira. Se, por acaso, a nível nacional, são convocadas eleições, existindo na Madeira uma solução de estabilidade, em coerência no país também havia, na Madeira. E, portanto, a única questão que relevo é essa. Fora isso, o que nós temos é que investigar. A única coisa que eu critico, em termos de processos judiciais, é que, quando se fala em justiça, a justiça tem que ser rápida. Não deve ser apressada, mas deve ser rápida. Porque as pessoas não podem estar, sucessivamente, a arder em praça pública, enquanto a investigação é feita e demora, sabe-se lá, quanto tempo.

"A Iniciativa Liberal nos Açores é mais agressiva com o PSD do que com a própria esquerda. O Chega, muitas vezes, é mais agressivo com a direita do que com a própria esquerda. Mas depois, no final, querem todos fazer parte da solução governativa."
Francisco César

[Os dois candidatos voltam a lançar os dados para o jogo da Marralhinha. Sai dois a Francisco César e cinco a Paulo Moniz, que segue na frente:]

Líderes nos Açores. Moniz defende Montenegro, César elogia Pedro Nuno

Sobre a presença dos líderes nacionais na campanha, Paulo Moniz sai em defesa de Luís Montenegro e diz que é “perfeitamente normal” que queria estar perto das estruturas de campanha. Diz que não aceita, no entanto, ingerências de Lisboa no PSD/Açores. Já Francisco César diz que Pedro Nuno Santos limitou-se a perguntar aos Açores o que precisavam e revelou que até estava prevista uma presença maior. Deixou ainda uma farpa a Montenegro, dizendo que Pedro Nuno Santos disse que não queria ir à noite eleitoral para não se aproveitar do resultado.

Os líderes nacionais virem aqui neste momento da campanha. É ou não um desrespeito pela autonomia? Queria ouvir os dois sobre isto.

Paulo Moniz: Não, não acho que seja desrespeito nenhum. É natural que os líderes nacionais queiram estar perto das estruturas dos seus partidos. Isso é uma circunstância perfeitamente normal e compreensível. Aliás, eu não percebo porque é que isto é um motivo de comentário. É o mais natural.

"Não, não acho que seja desrespeito nenhum [Montenegro estar na noite eleitoral]. É natural que os líderes nacionais queiram estar perto das estruturas dos seus partidos. Isso é uma circunstância perfeitamente normal e compreensível."

Mota Amaral disse quando Luís Montenegro foi à Madeira de Noite Eleitoral que era um desrespeito absoluto pela autonomia. Em coerência, ele que é presidente honorário do PSD Açores deve achar o mesmo. Não partilha dessa opinião?

Paulo Moniz: Depende do enquadramento. A questão é, se vai lá para condicionar coisas, percebo que o Dr. Mota Amaral prefira esta opinião, como é evidente. Porque começámos a nossa entrevista, pelo menos naquilo que foi a minha explicação, a falar no respeito pelas duas realidades diferentes do Continental, que são as duas autonomias. Agora, uma coisa é a ingerência na esfera de poder e da atuação autonómica de cada estrutura. Outra coisa é querer estar com os seus, porque o partido é o mesmo evidentemente, e querer estar presente. Não vejo nada, nem problema nenhum nisso. Em qualquer partido, seja qual for o líder, acho naturalíssimo.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Foi diretor de campanha de Pedro Nuno de Santos nas diretas do PS, teve que se afastar, gosta mais de Açores do que Pedro Nuno de Santos, mesmo assim. Também quer também acha útil estar cá Pedro Nuno de Santos? E já agora pergunto-lhe se me pediram especificamente para não estar na noite eleitoral, se acha que na noite eleitoral já não fazia sentido.

Francisco César: Não, eu falei com ele várias vezes, e o Vasco Cordeiro também. Ele dez-me uma pergunta muito simples. O que é que precisam de mim? Foi assim mesmo. Eu faço o que vocês quiserem.
É essa solidariedade que se pede a um líder nacional. E nós dissemos: vem cá. Nós gostávamos que estivesses em pelo menos dois comícios e depois estivesses connosco na rua, se for possível, se o tempo permitir. Quando fomos ver as datas, ele disse: mas eu estou em Bruxelas na quinta-feira. Já não consigo desmarcar, porque nós tínhamos pedido inicialmente para vir apenas a São Miguel, mas depois pedimos para ir também à Terceira. À Terceira ele ainda tentou ver se apanhava um voo de Bruxelas direto para cá, mas não foi possível, nem via Lisboa, e portanto o Pedro Nuno está a fazer aquilo que pediram: que é ser solidário com os seus camaradas aqui nos Açores.

E se ele viesse na noite eleitoral?

Francisco César: A maneira mais fácil de responder a isso é dizer o que aconteceu. Ele perguntou, ‘Queres que eu vá aí na noite eleitoral ou vai parecer que eu me vou aproveitar? Eu disse: ‘Se vieres, és bem-vindo’. Ele disse: ‘Não quero que pareça que  me estou a aproveitar nenhum resultado eleitoral porque se houver uma vitória dos Açores essa vitória não se deve a mim. Essa vitória deve-se ao Partido Socialista’. Eu disse: ‘Então fica em Lisboa. Nós vamos conversando durante a noite, o Vasco Cordeiro irá falar contigo, irás fazer provavelmente a reação no Rato’. E, portanto, o que ficou acordado foi nós conversarmos durante aquela noite o Pedro, o que quis, foi ser solidário com os seus camaradas. É essa atitude que nós devemos ter. O problema de Luís Montenegro na Madeira, eu não critico isto, é que parecia, e concordo com o que o Paulo Moniz diz, parecia que estava-se a aproveitar. Não podia ser apenas para estar naquele momento com os seus companheiros na Madeira. Bom, às vezes é preciso só ter cuidado para não fazer, porque às vezes o que parece.

Paulo Moniz: Ou que se deve querer fazer parecer.

Francisco César:Também levou aquela comitiva enorme atrás de si. Eu sei que se o Pedro viesse cá não trazia uma comitiva enorme atrás de si, mas isso é com cada um, não é, a meu ver, relevante. O que interessa é, quando é necessária solidariedade, o secretário-geral ou o presidente do partido está presente ou estão presentes? Sim. E também virá depois na outra na sua campanha. Inclusive ainda ontem me perguntou quando é que dava jeito de vir e portanto é isso que está a ser feito.

Paulo Moniz, pode ser um desconforto na noite eleitoral o Luís Montenegro estar ao lado da José Manuel Bolieiro quando ele disser que quer um acordo estável e que a única força possível é o Chega. Isso vai ser um embaraço?

Paulo Moniz: Eu não sei se na noite eleitoral isso vai acontecer porque temos a expectativa como lhe disse há pouco da maioria absoluta.

As sondagens não dizem isso, mas também se enganaram há três anos e portanto é legítimo que diga.

Francisco César:Pode até haver uma maioria absoluta do PS. Também pode, está tudo em aberto.

Paulo Moniz: Também pode. A grande lição destas duas sondagens da Aximage e da Católica é que qualquer cenário é possível quer no âmbito das margens de erro, quer dos próprios limites máximos e mínimos. Respondendo à sua questão; Não, porque ainda ontem não sei se teve oportunidade de ouvir as declarações do Presidente Luís Montenegro em que ele disse que respeita sempre as autonomias e portanto ele respeitará aquilo que é ou aquilo que vierem a ser as decisões que possam ser tomadas pelo presidente Bolieiro no quadro da sua função enquanto presidente da estrutura açoriana do PSD e líder desta coligação que se apresenta às eleições. E portanto, desse ponto de vista não vejo, de todo, isso. Agora, isso não pode é criar confusão naquilo que o presidente Montenegro reafirma quase diariamente. Já começa a ser um bocado caricato sempre que lhe perguntam.

Francisco César: Posso fazer uma provocação, Paulo Moniz?

Paulo Moniz: Todas.

Francisco César:O que é engraçado é que o Luís Montenegro quer vir para a junta das autonomias, mas não as conhece bem.

"O que é engraçado é que o Luís Montenegro quer vir para a junta das autonomias, mas não as conhece bem"
Francisco César

Paulo Moniz: Ao contrário. O presidente do PSD já foi a sete das nove ilhas e  vai a duas, quinta e sexta-feira Quantas vezes o Pedro Nuno Santos visitou as ilhas?

Francisco César:Várias vezes.

Paulo Moniz: Todas?

Francisco César:  Comigo já visitou quase todas. Não sei se todas. Também o Pedro Nuno Santos entrou há pouco tempo.

Paulo Moniz:Entrou há pouco tempo? Não. Ele já está em função governativa com a área dos transportes há muitos anos. Ele podia e deveria, se calhar, fazer um périplo  para conhecer a realidade.

Francisco César: O engraçado é ir numa quinta e numa sexta-feira numa quarta e numa quinta-feira em Janeiro para as Flores e para o Corvo É mesmo não conhecer a meteorologia.

Paulo Moniz: É ao contrário. Eu alertei-o exatamente.

Francisco César: Pode ser a desculpa perfeita para não estar em São Miguel naquele dia.

Paulo Moniz: Ele não precisa de desculpas, nunca precisou e isso não tem a ver sequer com a personalidade de ser na primeira pessoa as dificuldades que os açorianos experimentam especialmente os das Flores e Corvo com as dificuldades que o clima os impõe, em particular à mobilidade. Foi a resposta dele, inclusive.

[Voltamos ao jogo da Marralhinha: Sai cinco a Francisco César e seis a Paulo Moniz, que segue na frente]

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SATA. A privatização é mesmo uma exigência de Bruxelas

Francisco César diz que a posição do PS é que o Governo regional não devia perder a maioria do capital da Azores Airlines (a operação internacional da SATA), mas que, se for essa a exigência da UE, como diz o Executivo de José Manuel Bolieiro, limita muito outras opções. Para Paulo Moniz, que prefere a privatização

Avançamos então para a SATA: Queria saber o que é que pensam sobre a privatização ou manutenção da SATA na esfera pública.

Paulo Moniz: A questão da SATA internacional, que é aquela que me perguntou e de facto é aquela sobre a qual tem vindo a ser feito todo o processo de privatização, isto decorre de um conjunto de circunstâncias graves A SATA surge em 2020 com um passivo estrondoso, uma falência técnica e entra num processo da auxílio estatal autorizado por Bruxelas e desse ponto de vista há um conjunto de remédios ou se quiser de obrigações que têm que ser cumpridas, nomeadamente a abertura do capital a privados O que acontece é que fruto do acumular de exercícios profundamente negativos de anos com prejuízo, chegou-se a um ponto em que mesmo com aquilo que foi o suprimento financeiro para retirar dessa situação débil financeiramente da empresa ela tem um histórico, tem uma pegada difícil e claro isso só por si não é um fator muito positivo para um processo de abertura a privados, mas a abertura a privados não é só a questão digamos do funcionamento imediato do capital ou se quiser.

Mas desejavelmente ela seria aberta a privados a maioria do capital?

Paulo Moniz: Sim, porque repare este é um sector, e nós temos que compreender isto este é um sector altamente competitivo é fundamental ter parceiros que conheçam efetivamente a aviação, a aviação hoje em dia é diabólica enquanto mercado, enquanto modelo de negócio e é fundamental que venha um parceiro não só que conheça do negócio, mas que traga uma coisa muitíssimo importante que é a economia de escala, a economia de escala é algo fundamental, porque quando se vai comprar um avião, se comprar 20 ou 30 naturalmente as condições, os preços quando se negocia combustível tudo, tudo que é negociado em grande quantidade na aviação tem impactos brutais em termos de funcionamento de economia encontrar um parceiro estável, privado e dar uma solução de futuro à SATA neste caso às Airlines porque falamos na SATA internacional, é crucial e é uma tarefa difícil no quadro em que se deixou chegar a companhia

Francisco César…

Francisco César: É uma pergunta complexa e se nós achamos que muitas vezes a TAP é um assunto complexo, a SATA é maior ainda. A SATA é mais pequena, sim, mas tendo em conta o peso que tem na vida das pessoas nos Açores e o impacto que tem, é muito maior do que o resto do país. A SATA não teve bons exercícios, a SATA vamos dizer, as Azores Airlines e também a interna não foi não correu bem com os governos do PS a SATA é um assunto complexo na vida dos açorianos, muito maior até do que tem a TAP. Não correu bem nos governos PS, apesar de terem sido os governos PS que criaram a SATA internacional nos moldes que permitiu que ela hoje fosse a segunda companhia aérea do país. Não correu bem na altura também não correu bem com os governos do PSD a reestruturação. Não está a correr bem. O facto é que Bruxelas obriga na sua aprovação, tanto quanto diz o governo regional e acreditando na palavra do governo regional, Bruxelas obriga a privatização de mais de 50% do capital.

Paulo Moniz: Das Azores Airlines.

Francisco César: Portanto da companhia aérea que voa do continente, que voa dos Açores para o continente português e para o estrangeiro. Por princípio achava que a empresa não deveria ser privatizada na totalidade do capital. É uma opinião pessoal. No PS Açores a gente pensa assim, mas não temos outra resposta, porque é isso que impõe Bruxelas, segundo o que diz o governo regional dos Açores. Nunca ninguém viu planos de reestruturação. Sendo uma obrigação de privatizar mais de 50% do capital, temos de nos proteger. O processo de privatização devia obrigar que um dos parceiros ou o parceiro principal tivesse experiência ou fosse um agente no âmbito da aviação. Não fosse um fundo que viesse para cá apenas para ganhar dinheiro com a empresa. E, em segundo lugar, em que o Estado mantivesse uma posição no capital da empresa. O Estado da região, neste caso, que lhe permitisse ter uma palavra a dizer. Basta ver que, por exemplo, no processo de privatização atual ao fim de 3 anos quem ficar com a empresa pode tirá-la dos Açores e pode até deixar de voar para os Açores. Portanto, o que é que me interessa privatizar a SATA se for para ela deixar de voar para os Açores? É livrar-nos de um problema, eu quero é deixar de ter um problema, mas que a empresa sirva de alguma coisa para a região a situação que ela chegou.

Paulo Moniz: A situação que ela chegou e que foi deixada, limita muito o leque de opções.

Francisco César: O Paulo Moniz quer sempre meter a culpa em alguém, pronto eu assumo a minha parte de culpa, a minha a responsabilidade coletiva daquilo que…

Paulo Moniz: No quadro parlamentar [o Francisco César] tem até declarações sobre isso enquanto como responsável pela área dos transportes.

Francisco César: Claro, mas nós no partido assumimos responsabilidade todos no âmbito, não há uns que têm e outros que não têm.

Paulo Moniz: Parece que a SATA chegou aqui, digamos, com esses passivos de 500 milhões de euros e coisas desta ordem de grandeza caídos do céu. Não. Quer dizer, vários anos de opções que foram feitas, que de alguma forma redondaram nessa solução que encurta este leque.

[Regressa o jogo da marralhinha: Paulo Moniz segue na frente por duas casas]

Melhor presidente. Vasco César ou Mota Amaral?

Quem foi o melhor Presidente do Governo Regional dos Açores?

Francisco César: Vasco César.
Paulo Moniz: Mota Amaral.

Francisco César, qual a melhor característica de Luís Montenegro?

Francisco César: A capacidade de ir ao confronto político.

Paulo Moniz, qual a melhor característica de Pedro Nuno Santos?

Paulo Moniz: Imprevisível.

Paulo Moniz, qual o maior defeito de Vasco Cordeiro?

Paulo Moniz: A arrogância.

Francisco César, e o maior defeito de José Manuel Bolieiro?

Francisco César: No caso também acho que é a arrogância.

Preferiam ser ministros na República ou presidentes do Governo Regional?

Paulo Moniz: Estou a candidatar-me a deputado da Assembleia da República eleito pelos Açores. Estarei sempre ao serviço dos Açores e dos açorianos naquilo que eles entenderem que eu posso vir a ser útil e naquilo que o meu partido também assim entender.

Francisco César: Eu, para já, gostava de ser deputado. Gostava de ser eleito. Depois logo se verá na República. Desde que ajude a minha terra, a coisa correrá bem. E dá para tudo.

[Termina então a última jogada na Marralhinha e Francisco César, assume que ao intervalo está a perder: “Não está terminada a primeira volta e Paulo Moniz. Mas ainda faltam 1, 2, 3, 4 voltas”. O jogo vai ter de ficar para mais tarde]

 
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