Surgem cada vez mais notícias sobre Lula da Silva, e a sua intervenção nas comemorações do 25 de Abril de 2023. Notícias que não são totalmente verdade, pois esclareço desde já que se trata de uma coincidência!

O Presidente brasileiro vai estar de visita a Portugal entre os dias 21 e 25 de abril, contudo, entre 22 e 24 estará a provar pastéis de Belém e a comparar a picanha brasileira com a portuguesa, ficando disponível para o discurso oficial da sua presença apenas o dia 25 de abril, por coincidência, o dia da revolução dos cravos. Por coincidência, o discurso de “boas-vindas” fica para o dia da partida.

Mas não, não estará presente diretamente nas comemorações do 25 de Abril, essas só começam às 11h da manhã. Lula da Silva estará sim, com Marcelo Rebelo de Sousa e com Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República, às 10h numa sessão de “boas-vindas”, em princípio, exatamente no mesmo local da sessão solene de celebração do 25 de Abril às 11h. No fundo, uma grande coincidência, o dia, as pessoas, e veremos se até o local será similar. Fosse ele discursar dia 24 de abril e a opinião pública já seria outra.

Fico ainda com dúvidas se as duas figuras da democracia portuguesa fazem dois discursos neste dia para as duas comemorações, ou se falam apenas na cerimónia de “boas-vindas”, deixando o discurso da cerimónia solene do 25 de Abril para o próximo ano…

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É de realçar a importância que a presença de um chefe de Estado externo tem nestas comemorações. Aconteceu o mesmo com outros três chefes de Estado externos que visitaram Portugal nesta data, mas para participar efetivamente e ativamente nas comemorações do 25 de Abril. Um deles, o presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso (1999), diferente, contudo, desta coincidência. Pois reforço que Lula da Silva não vem às comemorações do 25 de Abril às 11h, vem sim a uma sessão de “boas-vindas” às 10h no Parlamento português.

Na minha opinião, é sempre importante celebrar a união entre dois países, acredito contudo que o dia não é o mais acertado. Deveria ser a casa da democracia aberta à opinião do verdadeiro povo português neste dia. Deveríamos ser nós a discursar, opiniões do povo ao invés de um político duvidoso que pouco conhece da nossa realidade. Gostava até de me inscrever, desde já, para ir falar em 2024, se é que tal abertura utópica para com o povo exista até lá e abrirem inscrições!

E já que estou em sugestões, se queremos efetivamente criar boas relações neste dia para com os países de língua oficial portuguesa, porquê repetir o único que já visitou Portugal nesta data, em 1999? Deixo como reflexão para os próximos anos pensarmos em convidar um presidente de Angola, Cabo Verde, Moçambique ou qualquer outro país de língua oficial Portuguesa, que, por coincidência, nunca receberam tal convite.