A Peak Season é, de certa forma, como o sushi: há quem adore e há quem deteste. Nas empresas, esta época alta – que inclui o Dia de Compras na Net, o Cyber Monday, a Black Friday, o Natal, entre outros – é muito desejada mas, ao mesmo tempo, temida. Mas como podemos transformar esta fase numa experiência mais deliciosa para qualquer organização?

Esta altura é um dos períodos mais importantes para os negócios, representando uma oportunidade de aumentar receita e lucro, mas também de fortalecer a notoriedade da marca no mercado. Assim sendo, neste último trimestre do ano é natural que os departamentos enfrentem uma pressão considerável e o marketing não é exceção.

Algumas empresas optam por ficar apenas com o “sashimi”, isto é, ações sem muita preparação. Muitas vezes lançam algo ao mercado sem uma estratégia adequada e esperam que funcione. Contudo, hoje em dia, simplesmente estar presente ou comunicar nessas datas já não é suficiente.

Outras empresas tentam fazer várias ações em simultâneo, como o “urumaki”. São como peças de sushi recheadas de ingredientes desconexos que podem parecer apetitosos à primeira vista, mas faltam-lhes uma base sólida e a adequação à essência da marca para satisfazer o paladar dos clientes. É comum misturarem estratégias que viram em concorrentes.

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Agora podemos estar a questionar-nos: “Mas será que há alguma peça que funcione aqui?”

Para mim, o “temaki” é a estratégia ideal. Eu sou suspeita – porque adoro essa peça –, mas já vão perceber onde quero chegar. Assim como o arroz é a base essencial do sushi, o planeamento estratégico é a chave para uma campanha de marketing bem sucedida na Peak Season. É protegido por uma camada generosa de alga, que simboliza a essência da marca sempre presente. Para dar robustez à campanha, há alguns passos essenciais a seguir no planeamento estratégico:

  • Análise do histórico da empresa: fazer a avaliação do que já foi realizado nas Peak Season anteriores ou em momentos semelhantes, bem como os resultados obtidos.
  • Análise do mercado e da concorrência: ganhar sensibilidade em relação ao contexto atual e compreender os pontos mais relevantes na jornada do consumidor.
  • Definição de objetivos claros para a Peak Season: escolher os KPIs e métricas de acompanhamento. Ao longo das semanas, manter estas informações sempre presentes e atualizadas para todos os colaboradores vai ajudar a alcançar ou chegar mais perto dos objetivos desejados.
  • Verificação de A a Z: sabemos bem que a primeira impressão é crucial e que muitas pessoas vão conhecer a marca, ver as redes sociais e visitar o website neste período. É fundamental validar se tudo funciona corretamente.
  • Trabalho de equipa: o marketing é essencial neste momento para alavancar as outras áreas e é importante que todos trabalhem em sintonia, pois nenhuma área será eficaz por si só. Destaco a importância de uma logística eficiente, de um suporte ao cliente robusto e de uma equipa de vendas alinhada com a comunicação escolhida.
  • Definição do “recheio”: falta apenas rechearmos o nosso “temaki” para ficar irresistível. Neste caso, refiro-me à definição da comunicação adequada a cada etapa do funil e a cada persona da marca e ainda à escolha das ofertas e campanhas especiais que vão ser disponibilizadas nessa época. É de notar que elas não seriam nada sem o arroz e a alga.

Ser um “temaki” não é simples, mas é a chave do sucesso num ambiente tão competitivo onde todos querem aproveitar o facto de os consumidores estarem mais atentos e dispostos a conhecer novas marcas e a fazer compras.

Se existisse uma fórmula mágica para a Peak Season, nenhuma marca falharia. Portanto, é hora de as marcas começarem a criar o próprio “temaki” de marketing e desfrutarem dos resultados.

Bom apetite!

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõe o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.