Esta foi uma semana sob o signo da visitação. Primeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou António Costa para confirmar que vamos receber 12,9 mil milhões para estourar, perdão, investir, e depois, António Costa apressou-se a visitar a Makro das infraestruturas. “A como está a ponte para Espanha?”, terá perguntado o Primeiro-Ministro. “Nem de propósito, Sr. Primeiro-Ministro. Esta semana, as pontes para Espanha estão com 20% de desconto”, respondeu o funcionário. “A sério? Então levo duas”, retorquiu Costa. E assim apareceram as duas pontes para Espanha no Plano de Recuperação e Resiliência. E um eléctrico rápido em Loures. E um autocarro autónomo no Porto. E novas estações para o tratamento de lamas. E não inventei nenhuma destas aquisições. Só que, já se sabe como é: quando um político vai às compras, para adquirir infraestruturas, com fome de popularidade acaba sempre por trazer imensas coisas com que não estava a contar.
Sendo indiscutível que António Costa anda prenhe de bazófia, Ursula von der Leyen devia fazer-se mulherzinha e assumir a maternidade da coisa. Isto, porque a presidente da Comissão afirmou que “Portugal é um modelo de como seguir um rumo”. E ainda que talvez seja necessária formação psiquiátrica para perscrutar a mente de alguém entusiasta do trabalho do nosso Governo, julgo que esta declaração só fará sentido se por “modelo” Ursula von der Leyen se estiver a referir àqueles modelos que posam para um pintor. É que, tal como esses modelos, também Portugal está completamente parado e não vai a lado nenhum. E só não está todo nu, porque se cobre de vergonha de cada vez que mendigamos dinheiro à Europa.
A parte óptima de termos primeiros-ministros socialistas é que um dia, eventualmente, os seus mandatos terminam. A parte horrível é que, com muito azar, eles acabam por ir parar à liderança da ONU. Posto a partir do qual, António Guterres esclareceu, recentemente, qual o seu estado de espírito acerca do milhão de mortos por Covid. Ora tentem lá adivinhar como é que o engenheiro qualificou esta cifra. Dou-vos duas hipóteses. Hipótese A: “Estupenda”. Hipótese B: “Arrepiante”. Se responderam “B”, parabéns, acertaram. Vê-se que seguem, com atenção, as transmissões da competição Miss Universo. Se ponderaram, sequer, a hipótese A, é minha responsabilidade avisar-vos que está na hora de tomarem a medicação.
Mas como nem todas as nações do mundo podem usufruir da liderança de estadistas desta grandeza, há um novo escândalo envolvendo Donald Trump. Veio agora a público que o presidente norte-americano não pagou impostos durante uma data de anos. É uma revelação vergonhosa, cujos contornos foram mais ou menos estes:
– Não vais acreditar! Então não é que o Trump não pagou impostos durante dez anos!
– Que escândalo! Quer dizer que, além de nazi e racista, também é caloteiro em sede de IRS?! Mas quantos biliões de dólares deve esse patife ao fisco?
– Não sei. Mas parece provável que não deva nada.
– Como assim? Não me digas que se limitou a aproveitar as leis em vigor nos EUA para pagar o mínimo de impostos possível?
– Acho que foi isso, sim. E ainda terá beneficiado de alterações legislativas aprovadas pelo Obama para ser reembolsado de impostos pagos em anos anteriores.
– Ah.
– Pois.
– Hum, hum.
– É que é mesmo nazi e racista, este Trump, hein!
– Ui, se é!
Razão tem Jerónimo de Sousa, que ainda no domingo nos explicou que “a realidade mostra que o capitalismo não é, nem pode ser e não será o fim da História”. Pois não. Aliás, há muito que já todos percebemos que o que dá cabo da História é mesmo o socialismo.
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