Nas últimas décadas, a humanidade progrediu a uma velocidade sem precedentes em diversos âmbitos, tais como o combate à pobreza extrema, o aumento da esperança média de vida e o aumento do acesso a serviços básicos, como a electricidade, saúde e educação. No entanto, enfrentamos novos desafios, como as alterações climáticas e as pandemias globais, que nunca antes foram travados a esta escala.

Embora as novas tecnologias e as startups, sozinhas, não possam resolver todos estes desafios, são, sem dúvida, um fator chave para os ultrapassar. Ao lado de políticos comprometidos e cidadãos empenhados, vamos precisar de muitos inventores e empreendedores engenhosos que construam soluções escaláveis para alguns destes problemas. Imaginemos um mundo com uma fonte inesgotável de energia através da fusão nuclear, métodos sustentáveis e acessíveis de cultivar alimentos, produção de cimento e aço sem emissão de CO2. Sim, há ainda muito a fazer – e a sonhar!

Numa economia de mercado, no entanto, não é suficiente ter apenas uma grande ideia. Na maioria dos casos, é necessário capital e apoio para desenvolver a ideia, tirá-la do papel e torná-la escalável. É aqui que entra o capital de risco. Os investidores de risco são necessários, uma vez que não há nenhum ator no sistema financeiro que esteja disposto a financiar tais empreendimentos já que têm uma taxa de fracasso de 90%.

If you can’t invent the future, the next best thing is to fund it. (John Doerr)

Nos últimos anos (especialmente na Europa e nos EUA) observei várias apps de entrega de hambúrgueres absorverem centenas de milhões de dólares de capital de risco para unicamente reduzirem o seu tempo de entrega em alguns minutos. Pessoalmente, acredito que há melhores investimentos para fazer uso desses dólares.

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Alguns exemplos de como o capital de risco pode ajudar a resolver grandes problemas incluem:

  • Nos cuidados de saúde, pode ajudar a financiar o desenvolvimento e a comercialização de novas tecnologias e tratamentos médicos, tais como sistemas avançados de administração de medicamentos, dispositivos médicos e soluções de saúde digitais.
  • Nas questões ambientais, pode apoiar o desenvolvimento de energias renováveis e empresas que trabalham em abordagens inovadoras de gestão de resíduos e tratamento de água.
  • No âmbito da educação, pode ajudar a financiar o desenvolvimento de novas tecnologias e plataformas educativas, que promovem o acesso à educação para pessoas de todo o mundo.

Precisamos que o capital de risco volte a fazer aquilo a que se propôs inicialmente: investir em empreendimentos de risco que, em caso de sucesso, podem mudar o mundo para melhor. Menos foco na entrega de hambúrgueres, mais foco em problemas reais.