Logo a seguir às eleições várias pessoas perguntaram-me: “Chega? Porquê?”.

Antes de mais, devo dizer que sou de direita e defendo políticas liberais clássicas e conservadoras. Na minha perspectiva, a actual matriz política portuguesa é fundamentalmente de esquerda. O PSD posiciona-se mais à esquerda, do que à direita. Tanto é, que os eleitores têm muitas dificuldades em distinguir o PS do PSD.

É por isso que, o primeiro partido com que, verdadeiramente, me identifiquei e para o qual contribuí, foi a Iniciativa Liberal. As ideias promovidas por Carlos Guimarães Pinto defendiam muito do que eu, silenciosamente, acreditava como sendo o melhor caminho para colocar um país estagnado em crescimento. Mas, ao fim de dois anos, vi-me forçado a sair. O partido com que me identificava revelou-se uma fraude. Actualmente já não é reconhecido com o que defendia quando entrou no Parlamento, e internamente, apresenta-se pouco democrático e liberal. Veja-se o “caso” Carla Castro.

A minha aproximação ao Chega teve uma motivação ligeiramente diferente das que vou ouvindo por aí. Após analisar os partidos existentes, verifiquei que o Chega teria maior probabilidade de mostrar ao país que políticas de direita podem trazer crescimento económico e aumento da qualidade de vida. O Chega defende no seu manifesto político medidas e propostas de teor liberal clássico, nomeadamente na economia.

É verdade que, na última campanha o teor parece um pouco afastado do manifesto, mas acredito ter sido por razões de crescimento estratégicas, e sei que muitos dos que estão na liderança do Partido continuam fiéis a esses princípios do Liberalismo Clássico. E que se irão manter. Reservo que no momento certo serão fundamentais para a prossecução desses valores económicos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A meu ver, e de uma perspectiva da teoria política, acredito que o Chega é um bom ponto de partida para trazer ao país crescimento económico e devolver liberdades individuais que têm sido subtraídas à democracia portuguesa. Acabando-se também com um bipartidarismo quase perpétuo, que pouco ou nada favoreceu Portugal nos últimos 50 anos.

Tenho 35 anos, e toda a minha vida assisti o PS e PSD a promoverem, através da comunicação social, os seus “grandes feitos políticos”, reflexo de um Estado pesado e centralizado. Um Estado que se arroga de saber mais o que é melhor para os Portugueses, mais do que eles próprios.

E o resultado está à vista, o país está há muitos anos a ser liderado por Partidos de Esquerda, socialistas, fruto de geringonças, e por um Partido tímido socialista, que é o PSD. São Partidos que defendem o dirigismo, o paternalismo e o excessivo peso do Estado na vida das pessoas. Sempre com prejuízo das liberdades individuais, e com impedimentos imensos e danosos do crescimento económico.

Na verdade, Portugal não tem crescimento económico há muitos anos e nenhum dos governos resolveu esse problema.

A última década concedeu ao país uma conjuntura económica excepcional que foi completamente desperdiçada. Tudo o que são os serviços mínimos, justiça, segurança, saúde e educação, foi completamente destruído. Houve desinvestimento e não existiram reformas. Pelo contrário, legislou-se para penalizar e dificultar a vida dos Portugueses.

O Interior está completamente esquecido. Quem lá vive sofre muito na pele as dificuldades de acesso a serviços e à falta de empregos, e tendo que viver com os mesmos impostos elevados que existem nas cidades litorais. A falta de motivação, para se viver no interior, tem levado a uma contínua desertificação e a provocar a emigração.

Os pequenos empresários e as pessoas sentem também o peso do Estado, quer pela via fiscal, quer pela regulamentação. Uma pessoa que cometa um erro a pagar um imposto pode ver a sua vida totalmente limitada e até mesmo perder tudo, sem possibilidade de defesa. É um exagero. Uma empresa que queira arriscar num investimento tem muitos problemas pelo excesso de regulamentação, pela dificuldade em empregar e pela grande dificuldade de acesso a financiamentos.

O excesso e o descontrolo da imigração é um problema grave e que afeta diretamente a vida das pessoas. É escusado negar, e vir acusar as pessoas de xenofobia. As comunidades e as famílias tem estruturas sócio económicas próprias, e elas sentem isso na pele. Estar a fazer experiências sociais é perigoso e leva a rupturas imprevisíveis, a imigração tem de ser controlada, com cuidado e com responsabilidade.

A ideologia de género está a criar fortes problemas psicológicos nas crianças, muitas delas que refletem os problemas familiares através dessas atitudes.

Há uns anos as preocupações típicas dos adolescentes revestiam-se de distúrbios alimentares como a anorexia. Agora temos a disforia de género, com a diferença que a esta não permitimos tratamento: exigimos afirmação e celebração. Os custos destas experiências são caríssimos. Ignoram-se problemas reais e falhamos às crianças. Que um adulto queira tomar determinado rumo na sua vida, que o faça livremente. Terá capacidade para prever e assumir as consequências dessas mesmas escolhas. As crianças ainda não tem essa liberdade de escolha, por que são isso mesmo: Crianças! Com a “ideologia de género” não estamos a sensibilizar crianças para nada, estamos a doutrinar, e isso é grave.

O Chega defende a redução do peso do Estado. Defende uma justiça célere. Defende mais agilidade e o adequado financiamento das forças de segurança. O Chega defende que o ensino deva preparar as crianças e jovens para o seu futuro profissional, sem doutrinações e que lhes permitam ser elas próprias e com as suas convicções e não aquilo que outros querem que elas sejam.

Defende também que a saúde deva ser financeiramente sustentável, para que se reduzam filas de espera e para que se possam tratar mais pessoas com menos recursos.

Em suma, o Chega defende que os portugueses possam ser eles próprios, e defende que o Estado os possa servir, sem servir-se deles. Ao contrário do que gostam de inventar por aí, é um partido bastante democrático e com uma grande diversidade de militantes.