Nascidos no imediato pós-Segunda Guerra, miúdos nos anos 50, o cinema foi muito importante para nós.

Tínhamos começado a descobrir e a imaginar o mundo pela leitura, as palavras mágicas que serviam de guião às histórias aos quadradinhos do Mosquito, do Mundo de Aventuras, do Cavaleiro Andante; e tínhamos passado para os Salgari, das Edições Romano Torres, onde um italiano que nunca saíra de Itália nos levava do Polo Norte para a Malásia, do Corsário Negro para o Sandokan. Também nas Edições Romano Torres, lemos a colecção de Capa e Espada, histórias de heróis dos tempos onde tínhamos chegado com Os Três Mosqueteiros (que eram quatro…) do Dumas; heróis como os das “guerras religiosas” do Ponson du Terrail, dos Quatro Cavaleiros da Noite à Vitória do Rei Henrique, ou o Lagardère, de Paul Féval, nos princípios da Regência no século XVIII.

Isto antes de entrarmos na literatura “a sério” e no seu encanto, que Scott Fitzgerald descreveu como o encanto de descobrir que coisas que imaginamos e sentimos são, afinal, universais e que não estamos sós na nossa imaginação. A magia da leitura é também essa – a descoberta de mundos atrás de mundos, como um jogo de imagens de lanterna mágica, em que nos vamos desdobrando até ao infinito, sempre iguais, sempre diferentes.

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