Reconhecemos a importância da União Europeia para as nossas vidas e para o País. Mas uma maioria assinalável ignora que, de cinco em cinco anos, tem o dever de participar na eleição dos deputados europeus. Sabemos dos apoios que a União Europeia tem dado para o nosso desenvolvimento e qualidade de vida. Gostamos de cruzar livremente fronteiras, de poder trabalhar ou fazer negócios com os diversos países, ou das oportunidades do Erasmus para os jovens estudantes. Mas depois, muitos esquecem o dever de votar e contribuir para que os deputados representem os nossos interesses e ideias. Esta é uma realidade que a baixa participação nas eleições europeias evidencia.

Contudo, as eleições de 9 de junho para o Parlamento Europeu têm razões especiais para serem encaradas de modo diferente. A guerra na Ucrânia, provocada pela invasão da Rússia de Putin, é uma ameaça séria para a Europa. Só não vê quem não quiser. As extremas direitas europeias, aliadas aos radicais ligados a Trump nos EUA, querem dividir e destruir o projeto europeu. São conhecidas as suas ideias, intenções e objetivos. É conhecido o seu papel na saída da Grã-Bretanha, em 2020, com o chamado “Brexit”.

Nenhum outro ato eleitoral para o Parlamento Europeu teve, por isso, razões tão fortes para a participação eleitoral. Nunca o futuro da União Europeia dependeu tanto do nosso voto e participação cívica. Nunca os valores da civilização europeia estiveram tão ameaçados. Nunca os verdadeiros interesses dos países e dos seus povos correram tantos riscos. Nunca a urgência de uma verdadeira união em torno da Europa foi tão evidente.

O crescimento da extrema-direita em toda a Europa, e também em Portugal, devem fazer-nos acordar para a necessidade de uma mobilização pelos valores democráticos. Os deputados europeus que elegermos vão representar-nos nos próximos cinco anos. E irão defender ideais, políticas, reformas e consensos de acordo com os valores de cada partido. Para o bem, mas também para o mal. E, por isso, este não é o momento para nos alhearmos, mas antes para uma massiva mobilização em torno deste ato eleitoral e do projeto europeu, que devemos defender.

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