A greve é um direito consagrado constitucionalmente e aparentemente uma arma para os trabalhadores obterem satisfação das suas reclamações laborais, sendo uma conquista da democracia.

São os sindicatos os seus promotores, pois são as organizações que representam os trabalhadores e marcam e organizam as greves dentro das regras impostas pela respetiva lei.

Foi aos sindicatos a quem o Primeiro Ministro, António Costa, instou a pressionarem o patronato, para revindicarem aumentos salariais. Isto para além do negociado pelo governo e as confederações patronais, no Pacto para a Competitividade que, como é público, são bastante superiores àqueles que o mesmo governo concede à função pública.

Esta atitude pode ser considerada da parte do chefe do Governo, um incitamento à greve.

Entretanto as classes profissionais da administração pública e do setor empresarial do Estado sentem muito mais que as do setor privado o aperto das suas remunerações e outras regalias laborais e genuinamente reclamam a sua melhoria, que este governo em princípio nega.

A intransigência do governo e das administrações das empresas públicas em satisfazer as justas reclamações dos trabalhadores, cada vez a verem os seus meios de subsistências a diminuírem, com uma inflação que vai enchendo os cofres das Finanças Públicas, leva os seus sindicatos a marcarem greves sobre greves, transformando os serviços que essas entidades públicas deveriam prestar num autêntico inferno para os portugueses.

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Greves na saúde, na justiça, na educação, nos transportes, nos mais variados serviços do Estado e empresas do mesmo são constantes e insistentes, no entanto, sempre dentro de parâmetros de ordem e segurança, em nada comparados com o que se passa na generalidade dos países da União Europeia.

Esse bom comportamento dos sindicatos dá um alívio ao Estado, um estímulo para tudo fazer para prolongar estas situações de greve que em nada o melindra.

Servindo-se do subterfúgio da negociação, o Governo vai entretendo os dirigentes sindicais no continuo prolongamento das negociações, com reuniões sobre reuniões durante meses, onde nada se adianta, de tal forma que obriga ao seu prolongamento e repetição, para se ir negociando sem fim e assim alimentando os sindicatos que vêem nestas batalhas uma prova de vida.

Entretanto os portugueses vão assistindo a estes diálogos de surdos e sofrendo na pele e no bolso todos os inconvenientes destas constantes greves praticamente em todas as áreas das suas vidas. Este agravar de vida dos cidadãos afeta fundamentalmente os mais desfavorecidos que têm de recorrer aos serviços públicos. Os protegidos do socialismo estão bem instalados na vida e facilmente encontram alternativas.

Entretanto o governo socialista rejubila com este caos em tudo o que são serviços que direta ou indiretamente são da sua responsabilidade, pois enquanto a população reclama para a indignidade das múltiplas situações que a afeta, nas escolas, nos hospitais, nos tribunais, nos transportes públicos e em muitos outros serviços do Estado, os cofres do estado e das empresas públicas em nada são afetados, antes pelo contrário.

O governo socialista e as empresas públicas só ganham, pois economizam em salários, em despesas de funcionamento e serviços, distraindo o povo e alimentando a comunicação social dos “casos” em que o primeiro-ministro, quase todos os ministros e secretários de estado, graças à sua providencial irresponsabilidade e incompetência em permanência, estão envolvidos.

Quem se alegra é obviamente o distinto ministro das Finanças, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, onde protagonizou contínuas ilegalidades em transferências financeiras milionárias para uma associação de que era presidente executivo, com o pretexto de realizar sem controle, entre outras coisas, obras da responsabilidade municipal.

As finanças ficam mais fortes, o défice diminui, o governo faz figura em Bruxelas, o povo sofre em silêncio, o país a caminho do socialismo empobrece, como é regra em todos os socialismos, e os fiéis socialistas e parceiros garantem o seu enriquecimento.

Hoje, por exemplo, entre outras, está a decorrer uma greve da CP. Só hoje, imagine-se quanto a CP economiza em salários, manutenção, combustível e serviços diversos, com as largas centenas de comboios abolidos, quando as suas receitas ficaram praticamente inalteráveis, já que sobre os passes não há reembolsos, nem tão pouco transportes alternativos.

Será que as greves conquistam alguma coisa?

Veja-se as dos professores. Já movimentaram centenas de milhares de pessoas no total, duram há meses, o ministro, marionete, vai entretendo, para se eternizarem, a classe dos professores, cada vez mais desmotivada e sacrificada, e os alunos e os pais vão sofrendo.

Resumindo; as greves são um” fait divers” e um ativo financeiro para o governo socialista que vai entretendo a nossa comunicação social e a mansidão dos portugueses.