Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro de 2022, o limiar de pobreza no Brasil era de 485 reais (88,5 euros) mensais per capita. O da extrema-pobreza situava-se nos 168 reais (30,6 euros) por mês. É com este dinheiro que os pobres vivem!

Em 2022, Lula da Silva, dando cumprimento às exigências para ser candidato à Presidência do Brasil, declarou ter um património de R$ 7.897.921,57 (sete milhões oitocentos e noventa e sete mil novecentos e vinte e um reais e cinquenta e sete cêntimos) que equivalem a € 1 491 127,59 euros. Curiosamente, como bom comunista que é, 80% desse montante foi aplicado num plano de previdência privada.

Quando se recandidatou em 2006, Lula da Silva declarou ter um património de R$ 839.033,52, sendo que a maior parte desse montante estava aplicada em fundos de renda fixa. Ou seja, entre 2006 e 2022, o património de Lula da Silva aumentou quase 10 vezes mais.

Lula da Silva é mais um exemplo do trabalhador marxista que enriquece à custa da política. É rico, sabe que é rico, mas não o reconhece publicamente. Os ensinamentos e conselhos de Fidel Castro ajudaram. Podemos dizer que Lula da Silva é uma espécie de diferente de pobre. É um pobre riquíssimo. Como é que alguém que tem uma fortuna de quase oito milhões é frustrado? Felizmente, apesar de ser pobre, não vai ser sem-abrigo. Um dos benefícios do cargo de Presidente é uma moradia.

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No discurso no encerramento do Fórum Económico Brasil-Angola, Lula da Silva afirmou “Eu te confesso que não consigo me conformar que é normal um cidadão nascer pobre e morrer pobre, seu filho nascer pobre e morrer pobre, e seu neto nascer pobre e morrer pobre. Não é possível. Não é normal. E não pense que eu sou frustrado porque eu sou pobre, não”. Isto é gozar (zombar) com os pobres. Mas Lula acredita convictamente que é pobre e justifica essa condição com a Operação Lava Jato. Portanto, mesmo tendo um património de quase 8 milhões de reais, Lula da Silva não passa de um pobre. Pessoalmente, penso que Lula nem sequer é pobre de espírito.

Alguém é capaz de me explicar como é que um trabalhador, ex-metalúrgico e ex-sindicalista, mesmo tendo sido Presidente do Brasil entre 2003 e 2011, tem um património de quase 8 milhões de reais? Não se preocupem. A pergunta é retórica. Os marxistas tem sempre uma explicação para o seu dinheiro. Afinal, o dinheiro dos marxistas é imaculado, casto e puro.

A postura de Lula da Silva pode ser vista em José Sócrates, António Costa e Pedro Nuno Santos. Acreditam convictamente nas coisas mirabolantes que dizem. Corrupção não é incomum no Brasil. Nos dois primeiros mandatos presidenciais de Lula, o Mensalão e o escândalo dos cartões corporativos são exemplo. Pior foi o que se descobriu depois. Em 2015, a Polícia Federal estimou perdas de R$ 42,8 bilhões na Petrobras na sequência de irregularidades relacionadas com a Operação Lava Jato que, para além de pagamentos ilícitos também serviram para pagar as campanhas de partidos políticos como PT, PP e MDB. O PT deve ser um dos partidos mais ricos do mundo. Como Presidente de Honra, Lula da Silva recebia mensalmente a quantia bruta de R$ 35.048,48.

Como o Presidente do Brasil tem uma palavra na indicação dos nomes dos Directores ao Conselho de Administração da Petrobras, indicação essa que normalmente era acatada, Lula da Silva não tinha como dizer que não teve influência no caso Petrobras. Adicionalmente, foi igualmente incapaz de justificar a posse do triplex Guarujá (vendido em hasta pública por 2,2 milhões de reais). E as tácticas utilizadas pela defesa de Lula da Silva fizeram jus aos métodos marxistas. Em vez de responderem às acusações, preferiram a intimidação e os ataques de carácter aos agentes da lei.

Há outra circunstância que é reveladora da personalidade de Lula da Silva (e de Dilma Rousseff). Através de uma interpretação abusiva da lei, sem qualquer consideração pelo princípio da moralidade, enquanto cumpriam as funções oficiais como Presidentes, tanto Lula da Silva como Dilma Roussef ficaram com os presentes oferecidos por entidades estrangeiras. Só os devolveram em 2019, após determinação do Tribunal de Contas, que apenas analisou uma parte das ofertas. Contudo, este assunto ainda não foi completamente esclarecido. Mas ter-se apropriado das ofertas feitas à Presidência do país diz muito acerca de Lula.

O que é que me levou a escrever este artigo sobre Lula da Silva? Bem, foram as suas habituais sugestões utópicas e mirabolantes, desajustadas da realidade. Já sabemos que à semelhança de outros ilustres marxistas, Lula da Silva gere exemplarmente os seus bens pessoais (7,8 milhões de reais) enquanto não põe o mesmo empenho na gestão do dinheiro público, ou dos outros. E, apesar de estranhar qual a razão para um Chefe de Estado não defender o direito internacional, não me vou a referir à posição deplorável de Lula da Silva na questão da Ucrânia e de Israel.

O Presidente do Brasil veio defender que o FMI transforme a dívida dos países africanos em investimento em infraestruturas. Ora, a dívida dos países africanos ao FMI situa-se nos 800 mil milhões de dólares e Lula da Silva questiona-se sobre a razão de ambas as partes não serem capazes de transformar a “dívida do continente africano em dinheiro para investir no desenvolvimento ao invés de pagar para ele”.

Vamos analisar esta ideia. Divida é algo que já se deve. Isto significa que houve um empréstimo que criou essa dívida. E também significa que o dinheiro emprestado já tenha sido utilizado e que não exista. Logo, para além de não ser possível devolver o dinheiro por este já ter sido gasto qual é o mecanismo que possibilita a sua transformação em investimento? Será que Lula se estava a referir a um novo empréstimo?

E há outra questão que deve ser referida. Há sinais de mudança em alguns países africanos, mas sendo conhecida a tradicional gestão dos líderes africanos, que percentagem dos 800 mil milhões de dólares foi utilizada em benefício pessoal? É conhecida ou quantificável? Lula teve isso em consideração ou é algo perdoável a-priori?

Uma vez marxista, sempre marxista. Lula da Silva é fiel às suas crenças. E não apresenta soluções. Só confusões.