No curso da última década, as disrupções introduzidas pela tecnologia impactaram de forma generalizada todos os sectores de actividade. Para a grande maioria, com um efeito permanente, levando à reavaliação por parte das empresas da sua forma de actuar. A indústria das comunicações não é excepção. Na realidade, este é um sector que se encontra no epicentro desta tempestade, onde a disrupção é a norma e diversas tendências ameaçam o modelo de negócio tradicional dos operadores de comunicações.

As regras do jogo alteraram-se de forma substancial. As fronteiras entre sectores de actividade esbateram-se, a concorrência tornou-se mais global, as expetativas dos consumidores mais exigentes e os investimentos em ativos físicos como salvaguarda de retornos futuros tornam-se de forma gradual irrelevantes. Para os operadores de comunicações isto significa que a adopção clássica do “business as usual” já não funciona. A sua competitividade e sustentabilidade dependem da sua capacidade em pensar diferente e inovar. Em boa verdade, trata-se de rescrever as regras do sector tal como as conhecemos.

A tecnologia nunca evoluiu tão rapidamente. De igual forma, a sua evolução futura nunca será tão lenta como agora. E essa dinâmica está a ser aproveitada pelos principais players globais como uma vantagem competitiva para pensar diferente e inovar nos serviços que fornecem. Por outras palavras, aproveitam a disrupção tecnológica para surpreender os consumidores numa constante superação das suas expectativas e melhoria da sua experiência.

Acresce o efeito Covid-19. De uma forma geral, os operadores de comunicações realizaram um excelente trabalho ao garantir a continuidade dos serviços que prestam e Portugal não foi excepção. Com um aumento massivo na sua utilização, as redes de telecomunicações estiveram à altura das suas responsabilidades. Qual o impacto positivo? O aumento da satisfação dos clientes e um reforço na reputação do sector na sociedade. E mais. A sua pronta resposta social à pandemia permitiu aos operadores de comunicações reforçarem um dos seus principais ativos: a confiança do consumidor.

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Os operadores de comunicações encontram-se, pois, numa posição reputacional ímpar. Uma oportunidade única que lhes permite (dir-se-ia, mesmo, obriga) a ambicionar a reimaginar novas formas de servir os seus clientes, com novos produtos e experiências, mais digitais e personalizadas, sejam indivíduos, famílias, PME, grandes empresas ou entidades públicas.

E que oportunidades são essas para os operadores de comunicações? A possibilidade de aliar o engenho humano à tecnologia Cloud na execução de uma verdadeira transformação organizacional, tornando-se mais relevantes na sociedade moderna e compatível com os padrões de consumo atuais. A tecnologia Cloud apresenta-se já, e de forma reconhecida, como um dos pilares estratégicos nas agendas de transformação das organizações, permitindo de forma inequívoca reconhecer a Cloud como um elemento acelerador que os operadores de comunicações podem e devem rentabilizar.

E as possibilidades que se abrem com a tecnologia Cloud não se resumem a reduções de custos tácticas. Pelo contrário, a Cloud é um poderoso instrumento com um impacto verdadeiramente nuclear no funcionamento das organizações, permitindo i) acelerar a modernização da função SI/TI, combater a obsolescência tecnológica, refrescar o talento e induzir novas formas de trabalho; ii) gerar novas fontes de receita com a criação de produtos e modelos de negócios com ecossistema de parceiros; e iii) acelerar a inovação e melhorar continuamente as suas operações, adequando-as às dinâmicas do mercado. Algumas empresas já percorreram este caminho e os resultados confirmam as expectativas. Ambicionar e compatibilizar evolução tecnológica e otimização de orçamentos de SI/TI não é ficção. Posicionar a tecnologia como promotora de um melhor serviço ao cliente ou desmaterializar operações não é ficção. Ambicionar novas fontes de receita pela utilização da Cloud não é ficção.

Poucas indústrias assistem ao nível de disrupção que o sector das comunicações vive atualmente. A digitalização está a ocorrer em todo o espectro, redefinindo o papel dos operadores de comunicações. Cabe a cada um ser dono do seu futuro e ambicionar não somente a sobrevivência, mas um papel de protagonismo como agente de digitalização da sociedade. O seu futuro depende disso, e a tecnologia Cloud é uma importante mais-valia!