A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam 47.5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. Em Portugal, a estimativa do número de casos com demência  sobe para mais de 205 mil pessoas, número que poderá chegar aos 322 mil casos até 2037.

Sabemos cada vez mais de casos públicos e nas nossas redes pessoais de casos dramáticos de doentes com demência. Desde casos de fugas em hospitais; acidentes domésticos, por fugas de gás, por desaparecimentos perto de residências, ou incêndios; ou ainda temas de acidentes rodoviários por mau uso dos sentidos das estradas.

Um dos mais preocupantes destes casos, por implicar um serviço primário para a sociedade, são os incidentes em ambiente hospitalar. Nestes casos, além da solução de ter sempre um acompanhante, a tecnologia pode ser uma importante  aliada.

A tecnologia pode, claramente, ter um papel relevante nestas situações, atualmente, já existem soluções inovadoras com capacidade para localizar pessoas desaparecidas em tempo recorde, utilizando drones e Inteligência Artificial (IA).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O objetivo destas soluções é claro: agir rapidamente, especialmente nas primeiras 48 horas após o desaparecimento de uma pessoa, um período crucial para o sucesso das operações de busca, especialmente quando se trata de pessoas com deficits cognitivos, doenças neuro degenerativas ou deficiências. A utilização de drones equipados com tecnologia de ponta pode cobrir áreas extensas de forma rápida e eficaz, enquanto os algoritmos de Inteligência Artificial podem analisar dados em massa para identificar padrões e locais de interesse.

Adicionalmente, implementar estas tecnologias não se trata apenas de uma questão de eficiência, mas também de responsabilidade social. É dever das instituições de saúde e das autoridades competentes adotar medidas que garantam a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos. Integrar soluções tecnológicas para enfrentar desafios como desaparecimentos é, sem dúvida, um passo crucial nesse sentido.

A recolha e o processamento de dados para localizar pessoas desaparecidas podem ser fundamentais para o sucesso das operações de busca. No entanto, é crucial garantir que essas informações sejam utilizadas de forma ética e responsável. Isto significa adotar medidas robustas de proteção de dados que assegurem a privacidade e a segurança das informações dos envolvidos. Além disso, é necessário garantir a transparência na utilização destes dados, informando adequadamente as pessoas sobre como as suas informações são utilizadas e obtendo sempre o seu consentimento.

Agora que se repensa todo o Sistema Nacional de Saúde, um dos pontos a ter em conta deveria ser a utilização de tecnologias para a prevenção e tratamento de doentes, assim como para processos logísticos como admissão e gestão de doentes.  A utilização destes novos mecanismos, junto com novos processos e organização, permitirá dar um serviço cada vez mais adequado a uma população cada dia mais envelhecida e com doenças degenerativas.