“Posso prometer ser sincero, mas não imparcial”
Goethe

O PSD está perante dois caminhos nas suas eleições directas, protagonizados por dois homens tão diferentes entre si como são os rumos que se abrirão na política portuguesa, consoante a vitória de um, ou de outro.

Certamente que o PSD não resolverá já os seus problemas pelo simples facto de escolher um ou outro, mas como dizia Goethe, o mais importante escritor alemão de todos os tempos, e certamente do agrado do germanófilo Rui Rio ou do literato e culto Paulo Rangel, “neste mundo sempre imperfeito, o melhor é dar-se satisfeito com o bom até que o tempo e as circunstâncias lhe permitam alcançar o melhor”.

E é esta a decisão de qualquer militante do PSD com capacidade eleitoral activa: escolher qual é o caminho melhor.

Tenho um voto, que exercerei de forma livre e consciente. Falo apenas por mim e sem qualquer sindicato de voto. Só controlo o meu voto e a minha voz. Por isso tenho também a vantagem de ter liberdade de dizer o que entender e de expor a minha visão do papel que deverá ser o deste partido político. E penso que quem deverá assumir em primeiro lugar esse papel deverá ser o Paulo Rangel.

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O meu voto é assim em Paulo Rangel.

Existem razões de ordem afectiva e de adesão emocional ao legado da velha militância do PPD, a par com uma esperança algo romântica, de um regresso colectivo ao sonho interrompido de Francisco Sá Carneiro, que decidem o meu voto.

Um voto que, estou certo, partilharei com milhares de militantes em Lisboa. Militantes convictos e decididos mas também com um sentido enorme de urgência pelo nosso país.

Mas há também uma dimensão política racional, objectiva, que coincide com a minha decisão afectiva nestas eleições directas. Existem escolhas decisivas que o PSD terá de desfazer e de fazer. O caderno de encargos do futuro PPD/PSD no actual contexto internacional e europeu – e sobretudo no actual quadro de grave astenia nacional – é mesmo muito pesado.

A liderança de Paulo Rangel significará sem dúvida o regresso de uma certa sanidade mental ao actual sistema político. Primeiro porque Paulo Rangel está nos antípodas de António Costa e do actual mainstream político-mediático em tudo o que me parece essencial na política. Um contraste fundamental para a mobilização de qualquer alternativa política alternativa ao PS e à esquerdização do país, que infelizmente não tem sido possível de vincar pelo PSD nos últimos 4 anos.

A verdade é que, ao contrário do Dr. Rui Rio, Paulo Rangel gosta mesmo de Política e do Parlamento (foi um dos nossos maiores líder parlamentares). Paulo Rangel é um homem culto, cosmopolita, arguto, sagaz, e de uma inteligência superior. Ele entende a complexidade do mundo bem como a simplicidade evidente das pequenas coisas.

O PSD precisa de um líder com ideias claras para o país, com convicções e com um rumo. E precisa de mudar de vida para mudar o futuro dos portugueses. O nosso partido não poderá continuar por mais tempo a ser vacilante nas grandes escolhas, periclitante nos momentos decisivos, frágil no verbo, repentista nas propostas, e tosco no estilo.

Há um património ideológico, de causas, que estão na génese do que somos e que continuam disponíveis para que o PSD as recupere e as reapresente a Portugal. O mesmo património que nos deu a legitimidade popular da Aliança Democrática de Francisco Sá Carneiro, que nos deu a aposta na prosperidade de Aníbal Cavaco Silva no final da década de 80 e início da de 1990, e que deu ao país a primeira grande proposta liberal de Pedro Passos Coelho em 2010. Porque a se há coisa que a História nos pode ensinar é que o PSD só pode almejar governar Portugal quando se apresenta com um programa claro de mudança.

E nesta disputa ninguém personifica tão bem essa ânsia reformista como Paulo Rangel.

O PSD precisa de acertar o passo com o futuro, de resgatar para si as novas gerações, de representar o eleitorado ansioso e destratado das grandes áreas urbanas e suburbanas e de devolver aos portugueses o sonho da prosperidade e da mobilidade social ascendente.

Coisas como as redes sociais e o seu impacto nas democracias, ou o que vai ser a medicina nos próximos 20 anos, ou as consequências do envelhecimento humano nas sociedades europeias, ou a recuperação da soberania económica e produtiva da Europa, ou a coesão territorial do nosso país, ou as alterações climáticas, não se podem encaixar mais na cartilha dos programas banais que fazem as campanhas dos partidos, mas das causas que um partido do centro-direita democrático insubstituível como o PSD, deve abraçar. JÁ!

Imaginem só o que será a próxima campanha eleitoral com um partido revigorado e mobilizado. e com Paulo Rangel na estrada todos os dias, durante os próximos 2 meses! Não é por acaso que próceres do socialismo imobilista como Augusto Santos Silva, o Comissário Adão e Silva, Ana Catarina Mendes, ou Ferro Rodrigues, tenham vindo terçar armas contra a candidatura de Paulo Rangel.

O contraste que Paulo Rangel poderá estabelecer com António Costa nos próximos sessenta dias não poderá ser mais efectivo. Enquanto Paulo Rangel declama poemas de cabeça, António Costa assassina o português e a sua gramática. Enquanto Paulo Rangel poderá estabelecer uma relação de comunicação adulta e directa com os portugueses, António Costa socorrer-se-á da mesma estafada comunicação mediada pelo spin e pelo comentariado que subsidia com o seu poder. Enquanto Paulo Rangel postulará uma democracia liberal, moderna e tolerante, António Costa terá apenas para nos oferecer uma mexicanização suave do país.

Paulo Rangel irá falar de políticas e de ideias para o futuro. António Costa irá matraquear apenas a promessa da bazuca.

Paulo Rangel irá apresentar um contrato aos portugueses que reponha o elevador social.

António Costa irá apenas garantir a gestão do declínio.

Para o PSD o caminho melhor é Paulo Rangel. Porque se o PSD quiser mobilizar o centro e a direita para ganhar Portugal então não há mesmo outro caminho.