Há já alguns anos, cruzei-me com um livro que contava a história de um pastor que, ao sonhar com um tesouro, enveredou por uma viagem épica para, no fim, vir a descobrir que o tesouro estava no ponto de partida – literalmente no sítio em que tinha sonhado com ele.

Lembrei-me desta história recentemente, quando estávamos a pensar sobre este último ano, de como ele nos obrigou a fazer uma viagem épica e porque no final percebemos que tudo estava no ponto de partida… Mas expliquemos o que isto quer dizer.

Há 10 anos, iniciámos um projeto totalmente orientado e dedicado às pessoas – na área da formação e do teambuilding – e ao longo deste tempo sempre nos procurámos desafiar, não nos acomodarmos, encontrarmos soluções e parceiros diferenciadores. Inventámos novas atividades e formas de surpreender, reinventámos temas. Os participantes aderiam e, no final, grandes elogios.

Tudo corria mesmo muito bem! Muitos clientes, muitos projetos, muitos desafios superados e uma faturação confortável.

Até que chegou a segunda semana de Março de  2020.

Já sabem o que aconteceu. Entre o “vamos ver no que vai dar” e “isto é coisa para três meses”, a atividade parou, ou melhor, desapareceu.

De todos os lados ouvíamos os mesmos conselhos: “Têm de se adaptar” – pois… “têm de começar a fazer online” – pois… “têm de pensar diferente” – pois…

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E fazer ver a estes “sábios” da mudança que, por muito boa que seja uma plataforma online, nada substitui o estar fisicamente com as pessoas, o surpreender, as mensagens não verbais mais subtis, o humor das situações e, claro, o calor humano e as emoções que se transmitem?

Inesperadamente, foi começar o negócio quase do zero e foi, como sempre, procurar soluções inovadoras, diferentes e, claro, impactantes.

E nós que temos como claim “Changing Ways”, bloqueámos e entrámos em negação. Depois de discussões acesas, alguns desentendimentos, arrelias, horas infinitas a falar com parceiros e ver o que se fazia noutros países, muitas noites inquietas e de pânico por não faturarmos… tivemos de nos lançar para o “novo mundo” virtual. Sem perder a interação e o dinamismo, conseguimos criar e adaptarmo-nos a esta nova realidade. Os resultados foram melhor do que o esperado.

Foi quando parámos para pensar no que tínhamos feito e no que de novo tínhamos construído, em tempo recorde, que veio à lembrança a história do tesouro.

O tesouro sempre esteve no nosso ponto de partida e na verdade somos nós!

Fomos nós que metemos a mão na massa, fomos nós que quisemos encontrar a solução, fomos nós que fomos à procura, arriscámos sem saber o resultado.

Somos sempre nós que fazemos e faremos a diferença, com pandemia ou sem pandemia.

Sabemos que nem todos os negócios poderão funcionar online, mas sabemos que são as crenças limitativas de cada um que afastam novas oportunidades/possibilidades.

Só no momento em que pusemos tudo em causa, que deixámos de nos queixar sobre o que já não tínhamos, que deixámos de fazer comparações com o presencial, que decidimos avançar com tudo é que todas as soluções foram aparecendo e tudo começou a acontecer. Desde formação, a palestras, gaminares, atividades como escape games, sessões de magia e improviso, tudo se tornou possível!

Se nós conseguimos, também muitos conseguirão…não são só os outros que conseguem.

Boa sorte na vossa busca pelo tesouro!