Atualmente, enfrentamos grandes desafios a nível global, como a crise climática, a pobreza energética e o preço da energia. A aposta nas energias renováveis pode ser a solução para muitos destes problemas. Não será simples, mas em comunidade será, certamente, mais fácil.

As energias renováveis são o presente e o futuro de um planeta mais saudável e sustentável e, por isso, é importante apostarmos cada vez mais neste tipo de energias, que são capazes de se regenerarem num curto espaço de tempo e, mais importante que tudo, são sustentáveis.

Nos últimos anos, a Europa tem procurado afastar-se, cada vez mais, dos combustíveis fósseis, no entanto, os países europeus ainda dependem muito deste tipo de combustíveis. No caso de Portugal, de acordo com os dados de 2020, do Eurostat, os combustíveis fósseis ainda representavam 71% da energia bruta disponível no país.

Posto isto, é necessário fazer mais do que aquilo que temos feito até agora, para diminuirmos a dependência dos combustíveis fósseis e, consequentemente, para combatermos as alterações climáticas. Como comunidade, podemos ter um papel fundamental nesta mudança e é aqui que entram as comunidades energéticas. Mas, afinal, o que são comunidades energéticas, em Portugal, mais conhecidas como Comunidades de Energia Renovável (CER)?

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As comunidades energéticas são associações de indivíduos, empresas ou organizações locais que se unem para gerar, consumir e partilhar energia renovável, sobretudo energia solar. Isto significa que uma comunidade energética pode ser constituída por um grupo de vizinhos de um prédio que adquirem um sistema fotovoltaico com o intuito de produzir a sua própria eletricidade e reduzir a fatura energética ou por uma ou várias empresas que juntam vários edifícios para partilharem a energia entre si.

Estas comunidades são, assim, impulsionadas pelo princípio da participação ativa dos cidadãos na produção e gestão de energia, e trazem um conjunto de vantagens, tais como a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, o aumento da autonomia energética e a redução das faturas de energia. Adicionalmente, fortalecem, ainda, as comunidades locais, diminuem a pobreza energética e permitem que as pessoas reduzam os seus níveis de consumo de energia.

Posto isto, é importante apoiar as comunidades energéticas, reconhecer o seu potencial e valorizar a sua participação ativa. Ao fazer isto, estamos a contribuir para um futuro energético mais sustentável, onde as comunidades têm o poder de moldar o seu próprio destino energético.

Em Portugal, estas comunidades energéticas estão a dar os primeiros passos. Todavia, é preciso reforçar que, para que estas comunidades prosperem, é essencial o apoio contínuo do Governo e das entidades reguladoras, através de políticas favoráveis de incentivos financeiros e da simplificação e agilização dos procedimentos administrativos. Só assim será possível impulsionar o desenvolvimento de comunidades energéticas no país e construir um futuro onde a energia limpa, acessível e sustentável é uma realidade para todos.