Olá, o meu nome é João Roque, tenho quinze anos, e por tudo o que me digam, eu identifico-me e orgulho-me de fazer parte da «geração floco de neve».

O texto de opinião de Carlos Miguel Fernandes é um texto depreciativo sobre a minha geração, onde ele a caracteriza como sendo uma geração onde tudo nos é suavizado, como se vivêssemos na nossa própria bolha. Mas aqui encontramos o problema chave da «geração somos melhores que vocês».

Ao longo do texto, o autor ridiculariza a maneira como somos educados, mas nem uma vez ele apresenta uma única solução sustentável para o problema. Porquê?

Eu vejo isto como um ato de inveja por não termos que nos sujeitar às mesmas dificuldades que vocês passaram, uma inveja de não poderem ter tido uma infância tão arco-íris como a nossa.

Quando, o autor afirma que nos dias de hoje os clássicos são postos de parte pela minha geração, que são somente para os instruídos, deveria ter feito uma investigação prévia, uma vez que somos a primeira geração onde a força física é posta de lado e o intelecto valorizado acima de tudo. Tenho colegas que leram Crime e Castigo de Fiódor Dostoiévski, 1984 de George Orwell e Por Quem os Sinos Dobram de Ernest Hemingway, eu próprio li o Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, o Velho e o Mar de Ernest Hemingway e o Grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald. E a diferença abismal é que nós lemos por prazer, porque queremos, não para mostrar ou exibir.

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Outro erro catastrófico, não analisado no texto, é que a «geração floco de neve» é educada pelas mesmas pessoas que nos criticam, que não fazem nada para além disso. Se calhar, nós estamos bem e vocês estão com medo, medo da mudança. Vocês sempre se sentiram superiores até agora e estão aterrados do que desconhecem, daquilo que não dominam, a minha geração.

Nós somos frágeis, nós somos sensíveis, nós somos umas merd*nhas, mas penso que pela primeira vez alcançámos o que o ser humano mais procura: pura felicidade. Apesar da nossa tenra idade, temos espírito crítico, somos capazes de defender aquilo em que acreditamos, pensamos ser capazes de fazer a mudança, tal como a Greta a “salvar o mundo”. Às vezes pode ser com extremos e estupidezes como tentar educar os nossos próprios pais, mas não nos escondemos nas sombras sem voz, sem poder, mas sim, fazemos por tentar perceber aquilo que nos é desconhecido.

Adeus, chamo-me João Roque, tenho quinze anos e sou um membro feliz e orgulhoso da «geração floco de neve».