Passava pouco tempo das 22 horas quando se ouviu um estrondo “enorme”, conforme descreveram os Bombeiros de Sesimbra. A explosão, que supostamente deveria ter sido “controlada”, aconteceu numa pedreira em Sesimbra, mas ouviu-se em Alverca. A PSP acompanhou o processo, mas a detonação inesperada obrigou a uma investigação por parte da GNR.

A explosão pretendia destruir material fora de prazo — nove mil metros de cordão detonante –, informou o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, em declarações às televisões. “A queima foi feita de acordo com as regras, com acompanhamento da PSP”, referiu o presidente. Augusto Pólvora refere que não era suposto que tivesse ocorrido uma explosão, antes que tivesse sido feita uma queima do material.

“Quando os engenhos [explosivos] não são detonados na tonalidade e ficam resíduos explosivos, depois, é necessário fazer rebentamentos controlados, ou seja, é necessário provocar um incêndio controlado de explosivos”, disse à Lusa Paulo Flor, porta-voz da Direção Nacional da PSP.

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Segundo Paulo Flor, numa dessas ações levadas a cabo por uma empresa especializada, “a carga terá sido superior ao normal e provocou um estrondo, que, com a propagação junto à água, fez com que tivesse sido ouvida em Setúbal e na região de Lisboa”, acrescentou.

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A explosão que, se sentiu depois das 22 horas de quarta-feira, ocorreu no paiol de numa pedreira da Sobrissul, na freguesia do Castelo, informou ao Observador o comando de Bombeiros de Sesimbra, mas a destruição do material foi feita por outra empresa – Maxampor -, referiu Augusto Pólvora. O presidente da Câmara de Sesimbra explicou que a utilização da pedreira se justifica com o facto de estes espaços terem uma licença especial para casos destes.

Pedreiras Sesimbra

A pedreira está dentro do parque natural da Arrábida

Poucos minutos após a explosão após a explosão, vários utilizadores na rede social Twitter – hashtags #estrondo, #explosao e #Sesimbra – davam conta de terem sentido o enorme estrondo que se fez sentir desde a península de Setúbal, até Cascais e Alverca, referiu ao Observador o Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal. A explosão, como confirmou o comandante distrital, não causou vítimas e a equipa de bombeiros que se deslocou ao local já estava de regresso ao quartel depois das 23:30. No local ficou a GNR para apurar os acontecimentos.

“A GNR está a averiguar as circunstâncias em que ocorreu a explosão, a identificar as pessoas responsáveis e estão a ser feitas peritagens no local. Depois disso vamos elaborar o expediente e fazer a participação da ocorrência ao Ministério Público”, disse à agência Lusa fonte da GNR. Segundo a mesma fonte, o alerta para a explosão foi dado cerca das 22:30 e a GNR, assim que chegou ao local, criou um perímetro de segurança.

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O presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, afirmou que as pessoas que tenham sofrido danos provocados pela explosão na pedreira devem apresentar queixa na GNR, de modo a serem indemnizadas. “Tenho conhecimento de pelo menos duas pessoas com relatos de vidros partidos e o que as autoridades dizem é que devem apresentar queixa na GNR para identificar os prejuízos, de modo a serem efetuados os autos e depois se possa sustentar uma possível indemnização”, disse à Lusa Augusto Pólvora.

Atualizado às 8:45