O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, afirmou, em Ponte de Lima, que a decisão sobre o futuro da coleção Berardo “deve ser tomada pelo Governo que sair das próximas eleições legislativas”.

“O contrato com Estado acaba em 2016, e nós consideramos que o destino ou futuro da relação do Estado, obviamente, deve ser articulado, mas a decisão deve ser tomada no contexto da próxima legislatura”, afirmou à Lusa o governante.

Jorge Barreto Xavier falava à margem dos trabalhos da primeira Convenção Nacional do Património Histórico-Cultural, hoje realizada naquela vila do Alto Minho.

O secretário de Estado da Cultura sublinhou que a coleção Berardo é um “bem patrimonial relevante”, orçado “em mais de 300 milhões de euros” e adiantou que, a possibilidade de aquisição pelo Estado “tem de ser estudada num contexto que deve ser decidida na fase final da alocação da coleção”.

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“Isso não significa que não tenha havido durante este período, deste Governo, um trabalho de contacto com a fundação. Tem havido contacto regular com o comendador Berardo”, sustentou.

Na terça-feira, o empresário e colecionador José Berardo afirmou que gostaria de manter a coleção no espaço expositivo do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, admitindo, de contrário, colocar a hipótese de criar um museu próprio.

José Berardo falava aos jornalistas durante a visita guiada à primeira exposição que tem a sua curadoria, “O olhar do colecionador/The collector’s eye”, com 35 obras de artistas portugueses e estrangeiros, e que abriu hoje ao público.

Questionado pelos jornalistas sobre o futuro da coleção, cujo acordo estabelecido com o Estado termina em 2016, José Berardo disse: “Não estou preocupado com a situação”.

“Tenho um contrato, que vou cumprir. Acaba para o ano e agora vamos esperar pelo novo Governo”, indicou, sobre a situação atual da coleção.

O Museu Coleção Berardo foi inaugurado em junho de 2007, possui uma exposição permanente de arte moderna e contemporânea com base na coleção do fundador, e apresenta ainda exposições temporárias.

A Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo, presidia por José Berardo, foi criada um ano antes da abertura do museu, para fazer a sua gestão e a do seu acervo, composto por 862 obras, avaliado em 2006 pela leiloeira Christie’s em 316 milhões de euros.