A Câmara de Deputados do Brasil está a viver uma semana importante. Nos últimos dias, foram votadas diversas reformas no sistema político do país, como o fim da reeleição para Presidente e a aprovação da doação de empresas para partidos políticos. No entanto, uma imagem que circula nas redes sociais tem chamado a atenção.

Durante o plenário da Câmara, a equipa de reportagem do canal SBT apanhou o deputado João Rodrigues a ver imagens de conteúdo pornográfico no telemóvel. O vídeo apresenta ainda o parlamentar a mostrar a imagem a outros deputados.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo desta quinta-feira, o deputado confirmou que era mesmo ele quem aparecia no vídeo e que se tratava de “uma imagem imprópria” no telemóvel, enviada através de um grupo de amigos na aplicação WhatsApp. “Às vezes, abro o WhatsApp para ver recados, informações. Bom, nesses grupos de WhatsApp que eu tenho, todo mundo tem, tem muitos amigos que mandam muita sacanagem. Quando abri o WhatsApp, realmente tinham postado uma imagem imprópria. Cutuquei o deputado do lado e mostrei pra ele: ‘Olha que merda que mandaram’. Ele olhou, riu, e eu apaguei (…)”, explica.

É possível ver o vídeo do flagrante abaixo:

João Rodrigues diz que “este tipo de brincadeira é frequente”, mas adverte que “quando são coisas impróprias, abre para ver do que se trata e vai apagando”.  “Eu abro o WhatsApp para ver do que se trata. E nesse caso cutuquei o deputado ao lado para mostrar: ‘Olha o que me mandaram’. E quando vi, eu apaguei. Foram várias. Umas dez imagens, eu apaguei todas”, diz à publicação.

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Questionado sobre se acha correto ver este tipo de imagens no plenário, durante as votações, defende-se dizendo que quando abre a aplicação, não sabe o que está a ser partilhado. “Não sei qual é a mensagem, então eu abro e vou descartando. Recebo todos os dias, todas as horas, muitas informações, de amigos, de prefeitos, fazendo pleitos, ou sugerindo: ‘Deputado, cobra isso, fala aquilo’, perguntando sobre reforma política”, diz.

O parlamentar disse ainda que vai tomar medidas jurídicas contra a equipa de televisão, porque “violaram um equipamento privado” e que não teme nenhuma represália da Comissão de Ética da Câmara de Deputados do Brasil pelo incidente. “Eu sou um cidadão normal que recebi um vídeo, assisti e deletei. Não compartilhei ou repassei até porque isso não me acrescenta em nada”, justifica à revista Carta Capital.

João Rodrigues está no seu segundo mandato como deputado federal e já foi Presidente de Câmara duas vezes de cidades no interior do estado de Santa Catarina.