O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, acusou este sábado a direita de estar “agora mais raivosa” num discurso após a reunião da Comissão Nacional dos socialistas. Segundo Costa, essa postura da direita deve-se ao facto de o governo “funcionar” e de fazer aquilo que cumpre.

“O Governo tem pouco mais de um mês e a direita, que começou por ficar raivosa pela existência do Governo, está agora mais raivosa porque não só o Governo existe como também porque o Governo funciona. E um Governo funcionar não é só fazer discursos, é fazer aquilo que disse que ia fazer. E aquilo que mais os incomoda é esta coisa extraordinária: é que nós fazemos aquilo que prometemos que íamos fazer.”

Costa recordou que o Governo vai aumentar o salário mínimo nacional para 530 euros, atualizar as pensões e reduzir gradualmente a sobretaxa do IRS até à sua extinção, prevista para 1 de janeiro de 2017.

O primeiro-ministro referiu ainda que o Governo não pode “mudar tudo já”, havendo uma necessidade de “compatibilizar a vontade de mudar” com compromisso de “conduzir o país a uma situação estável do ponto de vista orçamental, reduzindo progressivamente o défice e o nível de endividamento do país”.

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Por fim, falou ainda das reformas na educação. Esta semana o Governo anunciou o fim dos exames nacionais do 4º e do 6º ano (mantendo o do 9º), ao mesmo tempo que ditou a criação de provas de aferição no 2º, 5º e 8º anos.

“Nós não acabámos com os exames por acabar com os exames. Nós acabamos com os exames porque o que nós entendemos é que temos uma visão diferente de qual é a função da escola. A função da escola não é excluir, não é selecionar, é incluir, é transmitir conhecimento, é dar oportunidade a todos para adquirirem os conhecimentos e por isso poderem realizar-se plenamente na sua vida.”

O primeiro-ministro insistiu particularmente na explicação da criação de uma prova de aferição no 2º ano, que considera ser útil para “por um lado avaliar o funcionamento da escola mas também por outro lado para avaliar a situação de cada um dos alunos de forma a podermos intervir em tempo útil de forma a aproveitar a informação que obtivemos com aquela prova para recuperar aquele aluno”.

Momentos antes, António Costa tocou no assunto das eleições presidenciais, no dia em que a campanha oficial arranca e os dois candidatos da área política do PS, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, vão estar frente-a-frente num debate televisivo (20h45, TVI). Sem querer assumir a sua preferência — ao contrário do Presidente do PS, Carlos César, que momentos antes declarou o seu apoio a Sampaio da Nóvoa — Costa apelou à mobilização dos socialistas.

“É importante, essencial, que cada um e cada uma dos socialistas se mobilize no apoio à Maria de Belém e ao Sampaio da Nóvoa de forma a garantir que na segunda volta seja possível que um deles seja o próximo Presidente da República (…). O PS não tem candidato oficial mas cada socialista tem o dever de se bater por apoiar o candidato da nossa área.”