A mãe queria que ele aprendesse a tocar piano, mas o pai não foi na história. E, quando Miles Davis fez 13 anos, ofereceu-lhe um trompete. Diz-se que a intenção foi a de embirrar com a mulher, que não era apreciadora do som do instrumento.

Jamais se saberá se Miles teria conseguido protagonizar uma carreira brilhante sentado a um piano. O que é um facto histórico é que o trompetista legou alguma da música mais empolgante e inovadora do século XX . Não foi apenas um instrumentista talentoso e competente, um líder exigente e criterioso na escolha de quem o acompanhava. Miles Davis andou quase sempre à frente do seu tempo, em busca de caminhos novos.

Aos músicos com quem tocou, numa longa lista de estrelas que inclui nomes como John Coltrane, Bill Evans, Wayne Shorter ou Herbie Hancock, Davis pedia que tocassem aquilo que não estava nas pautas.

Faleceu em 1991. Se fosse vivo, o trompetista completaria 90 anos nesta quinta-feira. O Observador aproveita o pretexto para recordar dez temas entre uma obra vasta que empurrou o jazz para terrenos que, antes de Miles, ainda não tinham sido pisados.

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“Just Squeeze Me”, Miles: The New Miles Davis Quintet (1956)

https://www.youtube.com/watch?v=Mdg1crSdqaM

“‘Round Midnight”, ‘Round About Midnight (1957)

“Miles Ahead”, Miles Ahead (1957)

“Milestones”, Milestones (1958)

“So What”, Kind of Blue (1959)

“Teo”, Someday My Prince Will Come (1961)

“Joshua”, Seven Steps to Heaven (1963)

“Footprints”, Miles Smiles (1967)

https://www.youtube.com/watch?v=62p-CXrYmf4

“Shhh/Peaceful”, In a Silent Way (1969)

https://www.youtube.com/watch?v=X-OzELPUXqQ

“Jean Pierre”, We Want Miles (1982)