O ministro da Defesa considera “absurda” a ideia de poder vir a retirar a confiança às chefias militares, depois de concluído o relatório sobre as duas mortes nos Comandos. Em entrevista à RTP, Azeredo Lopes mostrou-se convicto de que haverá conclusões dos inquéritos até ao final do ano, sendo que, além das averiguações que estão a ser feitas pelo Exército, decorre ainda outra investigação autónoma conduzida pelo Ministério Público. Tudo averiguações que o governante espera que cheguem a bom porto e que não sejam apenas “para inglês ver”.

“Espero que essas averiguações não sejam para inglês ver, e tenho a certeza que não vão ser. Mas que sejam para apurar as circunstâncias trágicas que levaram não só à morte de duas pessoas mas também aos restantes nove casos” de jovens que ficaram feridos durante uma prova de formação dos Comandos do Exército, disse o ministro, sublinhando que nunca, “em nenhuma circunstância”, considera “normal” a morte de duas pessoas nestas condições.

Questionado sobre se, em função das conclusões do inquérito, o Governo podia vir a retirar a confiança ao Chefe de Estado Maior do Exército, Azeredo Lopes considerou uma “hipótese absurda”, na medida em que só admitiria retirar a confiança à chefia militar se entendesse que as conclusões “omitiam ou escondiam alguma coisa”. “Mas tenho a certeza, tanto quanto posso ter, de que isso não está em causa e de que há uma vontade firme e transparente do Exército em esclarecer o assunto”, disse.

Na mesma entrevista, o ministro da Defesa voltou a mostrar-se convicto de que haverá conclusões dos inquéritos até ao final do ano e que, se forem detetadas falhas no curso de Comandos, a decisão será solucionar as falhas e não extinguir a formação. Para já, o atual curso continua “sob elevado escrutínio”, sendo que os próximos foram suspensos como medida de “precaução” até os inquéritos estarem concluídos.

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