Depois de se ter encontrado duas vezes com Donald Trump e após alguns telefonemas, o ex-candidato presidencial Mitt Romney anuncia que já não vai ser Secretário de Estado da próxima administração norte-americana. A decisão foi tornada pública através da sua conta de Facebook, onde o antigo governador do estado do Massachusetts escreveu: “Foi uma honra ter sido considerado para ser Secretário de Estado do nosso grande país”.
“As minhas discussões com o Presidente eleito Donald Trump têm sido agradáveis e esclarecedoras”, diz ainda Mitt Romney, que durante a campanha para as eleições presidenciais foi um forte crítico de Donald Trump.
A retirada de Mitt Romney, juntamente com a saída de Rudy Giuliani entre o lote dos elegíveis para chefiar a diplomacia dos EUA sob Donald Trump, abre ainda mais o caminho para a nomeação de Rex Tillerson, diretor-executivo da petrolífera Exxon e homem próximo do Presidente da Rússia, Vladimir Putin. De acordo com vários relatos na imprensa norte-americana, os dois conhecem-se há cerca de 20 anos. Em 2013, Tillerson recebeu das mãos do Presidente russo a Ordem da Amizade, que distingue estrangeiros que cooperem diretamente com Moscovo.
I will be making my announcement on the next Secretary of State tomorrow morning.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 13, 2016
O anúncio do sucessor do atual Secretário de Estado, John Kerry, será feito na manhã de terça-feira, conforme avançou Donald Trump na sua conta de Twitter.
Segundo fontes da equipa de transição indicaram ao The New York Times, Rex Tillerson vai mesmo ser a escolha de Donald Trump. Se tudo isto se confirmar, os EUA deverão ficar mais próximos de reconsiderar as sanções que aplicaram à Rússia em 2014, depois da anexação da Crimeia — uma medida que pode beneficiar algumas empresas, nomeadamente a Exxon.
A perspetiva de um homem próximo de Vladimir Putin liderar a diplomacia norte-americana está a causar alguns transtornos na política norte-americana — tudo isto à medida em que surgem outros relatos de que a CIA confirmou que a Rússia interveio diretamente nas eleições presidenciais dos EUA para garantir a vitória de Donald Trump.
“Eu não sei qual era a relação do senhor Tillerson com Vladimir Putin, mas vou dizer que é algo que me preocupa”, disse o senador republicano pelo Arizona e ex-candidato presidencial em 2012, John McCain. “É preciso dar o benefício da dúvida ao Presidente dos Estados Unidos, porque o povo fez a sua escolha. Mas o Vladimir Putin é um bandido, um rufia e um assassino, e quem quer que o descreva de outra maneira está a mentir.”