O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio defendeu esta sexta-feira que deve ser feito um “debate sério” no país sobre a regionalização, “em nome” do interesse nacional, dos contribuintes e de uma despesa pública “mais saudável”.

O Poder Local Democrático, nestes 40 anos tem, como digo, uma obra notável e é isso que me faz ponderar e colocar à consideração do debate público se nós queremos estancar esta dívida brutal, se nós não devemos repensar da melhor maneira a forma de gerir os recursos públicos. E é aqui que eu enquadro um debate sobre a regionalização, sério, à escala nacional”, declarou.

Para Rui Rio, que falava em Elvas, no distrito de Portalegre, durante uma conferência promovida pelo PSD de Elvas sobre o “Poder Local, Reabilitação Urbana e Eurocidade”, o debate em redor da regionalização deve ser feito “em nome” do interesse nacional, dos contribuintes e de uma despesa pública “mais saudável”.

Rui Rio afirmou que “quem decide tem que estar mais próximo daquilo que é o problema e, dessa forma, conseguirá com menos dinheiro fazer mais, tal como as autarquias também o conseguiram ao longo destes 40 anos”.

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Em nome do interesse nacional, em nome dos contribuintes, em nome de uma despesa pública mais saudável, nós temos de fazer um debate de como é que vamos resolver isto. E nesse debate, em minha opinião, cabe a questão da proximidade do decisor político àquilo que são os problemas”, sublinhou.

Durante a sua intervenção, o ex-presidente da Câmara do Porto fez um balanço dos 40 anos de Poder Local Democrático, sublinhando, por diversas vezes, que o poder local transformou “de uma forma brutal” o país.

“Esquecendo as cinco maiores cidades, e se virmos todos os outros concelhos do país, a transformação em termos de qualidade de vida das pessoas que foi operada pelo poder local é brutal. Enquanto a administração central conseguiu muitas coisas boas, seguramente, para as populações, mas “conseguiu também muitos problemas”, observou.

“Se se lembrarem do que eram determinadas terras, Elvas, por exemplo, o que eram em 1972 ou 1973 e aquilo que são hoje, e aquilo que melhorou por força do poder local ou por força do poder central, o poder local dá 10-0 ao poder central”, acrescentou.