O líder do PSD voltou esta sexta-feira a escrever um artigo de opinião na newsletter diária do partido, denunciando que apesar de ter “uma feição diferente”, ainda “há muita austeridade disfarçada”. Num artigo intitulado de “A falsa alternativa”, Pedro Passos Coelho defende que, sem medidas alternativas, a “menina dos olhos dos socialistas“, o défice, “teria sido claramente superior a 3%“. O Conselho de Finanças Públicas, recorde-se, disse que o défice público seria de 2,5% sem medidas extraordinárias (embora Passos considere nas suas contas outras medidas que não são consideradas extraordinárias como é o caso da baixa dos juros ou o congelamento do investimento).

Passos Coelho quer os louros da margem financeira que existe atualmente para governar. O presidente social-democrata defende que se hoje há “espaço de manobra para ter mais escolhas nas políticas públicas, isso deve-se tão só ao facto do Governo PSD/CDS ter sido bem-sucedido na estratégia de recuperação nacional que pôs em prática.” O presidente do PSD acrescenta que “enquanto esta maioria governar (…) o país continuará adiado.”

O líder do PSD alerta que o Governo de António Costa “cortou a direito onde no passado sempre considerou que era criminoso cortar, no investimento público, e como não há memória de se cortar em décadas de democracia, incluindo no tempo da bancarrota.” Sobre o défice, Passos acredita que, sem medidas extraordinárias, passaria os 3% através das seguintes medidas, que diz valerem 1,4% do PIB:

  • a redução não programada de investimento público (0,9%);
  • a redução da fatura com juros da dívida (0,2%);
  • o processo extraordinário de regularização de dívidas (0,3%).

Passos defende ainda que os socialistas, em vez de acelerarem “a recuperação económica, atrasaram-na.” Para o líder do PSD “é lícito supor que, se a estratégia defendida pelo governo anterior tivesse prosseguida, a recuperação económica e do emprego seria sensivelmente mais forte“. Ou seja: Passos acredita que, com PSD no Governo, o crescimento era maior e o desemprego menor.

O líder do PSD lembra também que “os partidos da atual maioria, quando foi difícil trabalhar para livrar Portugal do resgate, defendiam políticas que teriam colocado [Portugal] na situação de incumprimento, como aconteceu com a Grécia.”

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