Pelo menos 3.106 pessoas foram detidas desde 1 de abril deste ano na Venezuela, na sequência de protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela ONG Foro Penal Venezuelano (FPV).

Segundo o presidente da FPV, o advogado Alfredo Romero, 370 civis estão a ser submetidos a julgamentos militares e o número de presos políticos subiu de 98 para 308. Através da sua conta no Twitter, aquele responsável precisou que 1.362 das pessoas detidas em 69 dias de protestos continuam presas. “O regime está a aumentar o número dos presos políticos, para aumentar o seu ‘botín’ (fichas de negociação), para controlar negociações políticas”, frisou.

Esta quinta-feira, numa audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, Alfredo Romero, denunciou vários casos de alegados abusos sexuais por parte de funcionários das forças de segurança contra pessoas detidas em manifestações. Por outro lado, explicou que o maior número de casos de abusos sexuais e violações de domicílio ocorreu em Los Altos Mirandinos, a sul de Caracas.

Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de abril último, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar dois acórdãos que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro. Dados divulgados recentemente pelo ministro da Comunicação e Informação, Ernesto Viegas, dão conta de que pelo menos 82 pessoas já morreram desde abril. No entanto, segundo o Ministério Público, o número de mortos é de 67.

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