Os principais sindicatos da PT Portugal estão a organizar ações de protesto para as próximas semanas em reação ao que consideram ser “o maior ataque já visto” aos direitos dos trabalhadores da operadora e respetivos postos de trabalho – e convocaram uma greve para 21 de julho, a primeira que a empresa agora controlada pelo grupo Altice regista nos últimos dez anos.

Em causa está a transferência de trabalhadores da PT (Portugal Telecom) para outras empresas, incluindo fornecedores da própria operadora de telecomunicações, denuncia o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTAVV). “No ano passado foi mais de uma dezena da logística, no dia 1 de julho foram 37” da área informática para a Winprovit, estarão “mais 118 na calha”, escrevem em comunicado. No final da semana passada, como conta o jornal Público, soube-se que estariam a ser transferidos os contratos de mais de 100 trabalhadores para empresas como Visabeira, Sudtel e Tnord, com as quais a PT trabalha.

Estas foram as motivações e são agora os argumentos que os sindicatos e a comissão de trabalhadores invocam para justificar a “uma grande greve” no dia 21 de julho, a primeira grande paralisação que a francesa Altice enfrenta desde que comprou a empresa, há dois anos. A última greve foi convocada por três sindicatos no final de 2006 para contestar as alterações propostas pela empresa ao plano de saúde e carreiras. Na altura os trabalhadores acusavam a administração da PT de retirar direitos aos trabalhadores para financiar a defesa à oferta de aquisição lançada pela Sonaecom.

Ainda de acordo com o comunicado subscrito por oito sindicatos, e a que se junta a comissão de trabalhadores da PT Portugal, vão ser pedidas providências cautelares para tentar bloquear os processos de transferência. Vai ainda ser pedida a intervenção do Presidente da República, do primeiro-ministro e do ministro da tutela, entre outras entidades públicas.

A greve, contudo, não é a única ação de protesto prevista pelos sindicatos que representam os trabalhadores da empresa dona de marcas como a Meo ou o Sapo. Na próxima sexta-feira, dia 7, haverá uma concentração em frente ao ministério do Trabalho, em Lisboa, que se irá repetir em dias alternados até ao dia 20. Está ainda prevista uma reunião com o grupo parlamentar do PCP na próxima semana e vai ser pedido um encontro com carácter de urgência aos deputados do PS. Há também vários plenários de trabalhadores agendados nos edifícios da PT em Lisboa, Porto, Coimbra. Os protestos fecham com uma paralisação geral no dia 21, sexta-feira.

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