A líder do CDS mantém o tom crítico sobre a atuação do Governo nas polémicas mais recentes, como os fogos de Pedrógão Grande ou o roubo de equipamento militar em Tancos e insiste na necessidade de intervir em alguns ministérios. Sem querer “queimar etapas, nem antecipar cenários”, Assunção Cristas diz que, para já, “o remédio” que o Governo de António Costa deve adotar é “demitir os dois ministros” – referindo-se a Constança Urbano de Sousa, da Administração Interna, e a Azeredo Lopes, da Defesa – para combater “a quebra da autoridade do Estado”, afirmou em entrevista na Antena1, que passa hoje às 10h.

Para a líder centrista, as demissões são uma solução que permite “encontrar pessoas que possam por mão nos ministérios e restabelecer a confiança” e admite que o seu partido tem uma iniciativa preparada para responder a António Costa, caso o primeiro-ministro não satisfaça o pedido de demissões. Embora não responsabilize este governo pelo ocorrido em Pedrógão Grande ou em Tancos, defende “que não pode acontecer este tipo de reacção”.

Posso dizer que este governo não tem estado à altura da gravidade das situações, porque não falou a uma só voz nem teve autoridade”.

Ainda assim, considera que “ainda estamos longe do momento de estar em causa o regular funcionamento das instituições”. Até porque, reforça, “enquanto houver um primeiro-ministro com apoio parlamentar e que se relaciona regularmente com o Presidente da República e com o Parlamento, creio que não está em causa o regular funcionamento das instituições”.

Sobre os cortes de mil milhões de euros das cativações, que ontem estiveram em debate no Parlamento, Assunção Cristas não entende “como é que o Governo planeia continuar a governar nestas circunstâncias”. E considera que todos os políticos “devem refletir na forma como alocamos os nossos recursos”, afirmou. “É preciso refletir” nos cortes que fazemos, referindo-se também aos cortes do governo que integrou. Lembra a bancarrota e que “hoje temos um governo com um défice muito abaixo do que Bruxelas exige”.

Assunção Cristas, que é também candidata do CDS à Câmara Municipal de Lisboa, abordou o tema das autárquicas na entrevista à jornalista Maria Flor Pedroso. E confessa que, se liderasse uma coligação com o PSD para a capital, “se tivéssemos uma só candidatura, certamente que era mais fácil ganhar”.

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