Os presidentes do Banco Sabadell e da Fundación la Caixa, dois dos principais bancos catalães, preparam um plano de contenção face a uma eventual declaração de independência da Cataluna. A resposta de Puigdemont a Mariano Rajoy, clarificando o sentido da sua declaração sobre a independência suspensa, feita no início da semana, deverá acontecer esta segunda-feira. Se o presidente da Generalitat concretizar essa declaração, as duas instituições bancárias não vão reconhecer legitimidade ao novo Estado e passarão a seguir apenas as indicações de Madrid.

É um golpe duro para Puigdemont. Depois de ver várias empresas anunciarem a saída das suas sedes para outras regiões ou países, o presidente da Generalitat poderia avançar com medidas de contenção contra a saída de capitais. Agora, o que Josep Oliu e Isidro Fainé vêm dizer é que, sendo declarada essa independência — como têm exigido as forças que apoiam Puigdemont no Governo catalão, como a CUP — não vão acatar quaisquer orientações vindas de um novo Estado independente, quer recaia sobre a saída de capitais quer pretenda recolher impostos que não os emanadas de Madrid.

“Estamos de acordo, tantos os [bancos] de origem catalã como os não o são, em que, passe o que se passar, não reconheceremos outra legalidade que não a espanhola e, por exemplo, continuaremos a praticar retenções fiscais em benefício da Agência Tributária estatal e não a catalã”, diz ao El Mundo um dos banqueiros envolvidos na decisão.

Puigdemont homenageia independentista dos anos 30

A medida, uma solução de recurso caso Mariano Rajoy não consiga, através da diplomacia, evitar essa declaração de independência por parte do Governo da Catalunha. A informação de que os bancos catalães se preparam para não reconhecer um Estado catalão independente surge no mesmo dia em que Puigdemont reiterou o seu compromisso com a “paz” e a “democracia”.

Puigdemont falava junta à tumba de Lluís Companys. A intervenções revestiu-se, por isso, de maior simbolismo, já que o antigo presidente da Generalitat, da Esquerda Revolucionária Catalã, como o atual presidente catalão, é hoje um símbolo do movimento independentista por ter declarado a independência da região em 1934, numa posição que o levaria à prisão. Acabaria fuzilado, no final dessa década, pelo regime de franco. Ali, Puigdemont quis “reiterar o compromisso com a paz, o civismo, a serenidade e também a firmeza e a democracia, como inspiradores de das decisões que temos de tomar”.

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