Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, disse este domingo à SIC Notícias que têm de ser as pessoas ou as comunidades a combater os fogos porque os bombeiros não chegam: “Temos que nos autoproteger”, disse o governante no pior dia de fogos do ano em Portugal. “As comunidades têm de ser proativas”, ao invés de ficarem à espera do socorro dos “nossos bombeiros e aviões”. António Costa não censurou as palavras do secretário de Estado.

Têm de ser as próprias comunidades a ser proativas e não ficarmos todos à espera que apareçam os nossos bombeiros e aviões para nos resolver os problemas. Temos de nos autoproteger, isso é fundamental”, disse Jorge Gomes à SIC-Notícias.

O secretário de Estado da Administração Interna argumentou que os meios são limitados: “Mesmo que tivéssemos 50 mil homem no teatro de operações havia localidades a que não conseguíamos chegar”. E acrescentou: “Tínhamos meios aéreos que não puderam atuar em nenhum teatro de operações porque as colunas de fumo não o permitiram”, continuou.

O governante começou por dizer que o dispositivo tinha sido reforçado em “mil operacionais”, tendo em conta as previsões meteorológicas. “Sabíamos que a semana ia ser difícil e tínhamos o dispositivo que para nós era suficiente”, explicou no início das declarações. “Um trabalho que vamos desenvolver para o futuro é tornar as nossas comunidades mais resilientes e para tornar as nossas mais comunidades a saber como se comportar nas situações como as que estamos a viver hoje. Porque os meios são finitos.”

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O primeiro-ministro, António Costa, reagiu às declarações do secretário de Estado pelas três da manhã desta segunda-feira quando saiu do comando da Autoridade Nacional da Proteção Civil, em Carnaxide. Mas não censurou as palavras de Jorge Gomes, nem sequer admitiu que tivesse dito que as pessoas não deviam ficar à espera dos bombeiros: “O secretário de Estado apelou a que devemos todos na medida do possível, primeiro, evitar ter qualquer comportamento que tenha risco, adotar medidas de auto proteção e em terceiro lugar procurar ajudar os outros, se estiver ao nosso alcance”, afirmou o primeiro-ministro.

Artigo atualizado às 03h18 de segunda-feira com a reação do primeiro-ministro.