Nas últimas horas, desde que foi publicada uma reportagem que mostra como Paula Brito Costa terá usado dinheiro da Raríssimas para fazer uma vida de luxo, a página de Facebook da associação sem fins lucrativos foi invadida de comentários e avaliações negativas.

A reportagem revela como a presidente terá recorrido aos fundos daquela associação — que só em 2016 recebeu quase um milhão de euros do Estado — em benefício próprio, gastando dinheiro em roupa de luxo, supermercado e cobrando as deslocações num carro topo de gama, de casa para o trabalho, diariamente. As acusações feitas contra Paula Brito Costa são corroboradas pelo testemunho de vários ex-funcionários da Raríssimas.

Na caixa de avaliações da página, onde é possível escrever comentários e atribuir entre uma e cinco estrelas (de “mau” a “excelente”), contam-se centenas de reações feitas nas últimas horas — no momento em que este artigo foi escrito registavam-se quase 500 avaliações com uma estrela (apenas 38 e 8 com cinco e quatro estrelas, respetivamente). A secção entretanto referida, que permite avaliar em página o serviço da associação, já não está disponível:

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“É repugnante! É desumano! Essa “senhora” não vale um sorriso dessas crianças. (….) Espero que se faça justiça rapidamente!”, é um dos muitos comentários que se podiam ler no perfil da Raríssimas. “Após a entrevista e reportagem da TVI fiquei incrédula… (…) As pessoas com doenças raras são um grupo vulnerável e com necessidades especiais, que precisa de urgentemente de alguém que pense no seu bem-estar e não de alguém que só pense em luxos”, lia-se também.

Entre críticas cerradas à gestão danosa da Raríssimas, há vários pedidos de justiça, que o Estado “fiscalize o apoio dado a estas instituições” e de penas prisão “longas e duras”. Já existe, inclusive, a hashtag #paulabritocostanaprisao.

Apesar das reações de indignação feitas na sequência da reportagem da TVI, há quem chame a atenção para o trabalho que a associação tem feito ao longo dos anos: “É fácil fazer assassinatos de carácter com imagens descontextualizadas. A raríssimas tem uma obra notável”, escreve um dos utilizadores da rede social Facebook.

Há ainda pedidos de agradecimento aos funcionários e ex-funcionários que deram a cara para expor o alegado comportamento corrupto de Paula Brito Costa: “Aos funcionários que todos os dias dedicam horas da sua vida com as crianças, muito obrigada por existirem. Continuem o vosso trabalho com o amor.
Aos funcionários que denunciaram a situação de roubo a TODOS nós contribuintes, um obrigado pela coragem de enfrentar essa ladra e vigarista”.

Eis alguns dos comentários que se podiam encontrar na página de Facebook da Raríssimas:

  • “Tenha vergonha, essa senhora devera devolver o dinheiro que roubou. E sendo obrigada pela justiça a pagar por corrupção ao país. Devemos todos fazer queixa ao Ministério Público, direta ou indiretamente ela roubou-me.”;
  • “Pena que o trabalho feito, e algum bem feito, por esta instituição, seja agora olvidado pelo comportamento desprezível da sua dirigente. Pena que os órgãos de poder deem o seu aval a estas máfias instaladas. Ou será que não sabiam? Não acredito.”;
  • “Prepotência e arrogância sem limites. Tenho vergonha alheia da presidente da associação.”;
  • “Quantas pessoas no nosso país vivem com familiares com doenças raras e sem qualquer apoio do estado ou um apoio minúsculo porque segundo consta muitas vezes não há verbas?”;
  • “Como é possível ter a frieza de tirar dinheiro a pessoas com tantos problemas para poder alimentar os vícios da família… Essa senhora roubou as pessoas debilitadas, roubou o país e mostrou ser um pedaço de gelo”;
  • “Desprezível. Como é que alguém se aproveita da debilidade dos outros para levar uma vida faustosa.quando conhece na pele o desespero de quem vive ao lado de uma doença rara e necessita de ajuda para dar alguma qualidade de vida.”

Os comentários estão também a ser feitos em resposta a conteúdos anteriormente publicados:

O site da Raríssimas, rarissimas.pt, está de momento em baixo.