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Kalaf, Blaya, Conductor, Branko e Riot
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Kalaf, Blaya, Conductor, Branko e Riot

Fotografia: Gonçalo F. Santos

Kalaf, Blaya, Conductor, Branko e Riot

Fotografia: Gonçalo F. Santos

Buraka Som Sistema. E agora?

Sexta-feira, 1 de julho, encerram-se as Festas de Lisboa com um estalo. O último espetáculo dos Buraka Som Sistema tem tudo para ser memorável, mas também o futuro da banda. Não, ainda não acabou.

Há nas relações o “vamos dar um tempo” e, no caso das bandas, a “paragem por tempo indeterminado”. Num caso e no outro, o significado é quase sempre o mesmo: o fechar de um ciclo, seja um ponto final ou um ponto e vírgula.

Já tudo se disse e escreveu sobre o anúncio do fim dos Buraka Som Sistema, banda portuguesa que, em apenas 10 anos, transformou o kuduro em música para massas. Uma união que surgiu como que por acidente e que rapidamente se fez um sucesso à escala global, três álbuns bastaram para justificar mais de 800 espetáculos nos cinco continentes. Mais do que apenas os discos: empenho, inteligência, trabalho, muito trabalho e cansaço.

Foi na LX Factory em Lisboa, espaço multicultural e urbano (claro está) que falámos com Kalaf, um dos membros fundadores da banda. O nosso bloco de notas tinha alguns porquês e muitas perguntas sobre o passado, mas bastaram cinco minutos de conversa para perceber que há nos Buraka Som Sistema uma (boa) sensação de, à falta de melhor palavra, alívio. Ou talvez seja o sentimento de missão cumprida. Por isso, mais do que falar do que foi, importa falar do que aí vem. Isto porque os Buraka não acabaram, transformaram-se noutra coisa.

Riot, Branko e Conductor, há 10 anos / Fotografia: Ana Gilbert

Fotografia: Ana Gilbert

O último espetáculo é no dia 1 de julho, junto à Torre de Belém, no encerramento das festas de Lisboa -- O Observador vai transmitir em direto, em parceria com a Red Bull.

Os Buraka Som Sistema vão acabar. Porquê?
[Pausa de 10 segundos] Há várias coisas sobre as quais podemos refletir, mas a mais importante é que chegamos a um ponto em que, para dar mais, ao movimento que abraçamos, que é esta música eletrónica de cariz global, sentimos que isto de estar 100% no ativo está a tornar-se contraproducente. E passo a explicar porquê. Há 10 anos, o kuduro não estava no “Top +”, não enchia o MEO Arena, não estava a ser ensinado no ginásios das senhoras de classe média, ou seja, não estava presente na vida das pessoas à escala que está agora. Estava numa vivência de subúrbios, de periferia, mas não como um elemento válido para competir com outros artistas da pop. Quando me refiro ao kuduro não é apenas ao “puro e duro”, refiro-me também às ramificações, essa música de dança de raiz africana, mais tropical, de swing, ela não estava presente na música popular.

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Dez anos depois, só falamos disso. Kizomba é o que é, o kuduro está bem presente e nós não tivemos espaço e tempo para refletirmos e analisarmos essa transformação de que nós fomos, sem dúvida, uns dos responsáveis. Claro que não foi só um trabalho de Buraka, mas fomos um dos pivots principais dessa mudança, e tudo aconteceu de rajada — de um coletivo de DJs que atuava no clube Mercado aos palcos do Lux e do festival Sudoeste.

Melhor espetáculo

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Coachella [EUA]. Não por ter sido o melhor concerto, mas porque foi um separador de águas. Internamente, aprendemos muito.

Tudo na nossa carreira aconteceu “na estrada”, sempre em andamento, nunca tivemos tempo para refletir. Precisas de espaço para amadurecer as ideias, para te (re)posicionares, por isso decidimos que o melhor seria parar, deixar a poeira assentar, identificar os nossos pontos fortes, ver o que é que podemos dar mais à cidade e a este movimento [musical].

Por exemplo.
Uma das ideias foi pegar no nosso trabalho de curadoria, uma coisa que fazemos há muito tempo. Já curámos três palcos no Alive, temos uma residência no Lux desde há sete anos, curámos palcos no Sonar e noutros festivais por essa Europa fora, temos uma relação próxima com o Boiler Room, temos uma editora [a Enchufada], ou seja, coisas que fazemos mas que sempre estiveram diluídas ou em segundo plano, porque Buraka sempre foi a estrela da companhia.

E achamos que este é um dos nossos pontos mais fortes. Apresentar ideias, propostas, música, formas de estar, até cidades completamente desconhecidas. Por exemplo quando começámos a fazer coisas com movimentos parecidos com o nosso de Caracas [Venezuela], ninguém sabia que existiam projetos de música de dança a vir dali. Como agora está a acontecer com uma das bandas que vai estar no palco principal do Globaile, os Dengue Dengue Dengue, de Lima no Peru.

Esta é a nossa proposta para a cidade e dou graças ao facto da Câmara de Lisboa ter apostado na nossa ideia, porque quando chega alguém com a ideia ambiciosa de tornar Lisboa na capital mundial da música de dança de cariz global…

O que é que isso quer dizer?
São aquelas músicas que não passam pelos circuitos convencionais.

Tal como a vossa?
Tal como a nossa.

Mas ao início, porque depois…
Não não, continua a ser de nicho.

Achas que Buraka continua a ser de nicho?
Absolutamente.

Porquê? Apesar do vosso sucesso…
Porque nós não temos nenhum sucesso global. Consigo dizer-te três hits do David Guetta. Buraka não tem nenhum a essa escala, não é? E o que DJ Guetta tem, nós também temos. Eu não diria que o David Guetta é mais talentoso que qualquer um dos produtores com quem nós trabalhamos. São as circunstâncias, é teres o agente certo, a editora certa…

O “ecossistema” certo.
É isso que produz hits, é isso que produz estrelas. Mas para trabalhar isso… aconteceu ao longo de toda a nossa carreira, nós fomos os nossos próprios managers, os nossos próprios agentes e tivemos a nossa própria editora.

O espetáculo mais complicado

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Moscovo. Foi um erro de casting [risos].

Mas isso foi uma decisão vossa, ou não?
Foi, porque não encontrávamos parceiros. Ou nos resignávamos a ficar fechados em casa a fazer música para nós, ou então, pá…

Então a Enchufada foi resultado disso?
Sim. Qualquer editora, quando olha para um grupo de trabalho que esteja a produzir coisas que tu dizes, “OK… isto é estranho mas aqui há qualquer coisa de interessante, se calhar com dois ou três toques”, com trabalho de mentorship, que é uma coisa que acontece muito à escala internacional, quando tens A&Rs [a sigla significa “Artistas e Repertório”, o responsável nas editoras pela descoberta e desenvolvimento artístico dos músicos] como por exemplo o Clive Davis, que fez a carreira da Whitney Houton e de muitos outros, foi também mentor de uma data de novos “executivos”, que hoje são os que estão a assinar os David Guetta’s e as Rhianna’s, etc… esse ecossistema é muito importante para que projetos como Buraka consigam ir mais além.

Não nos estamos a lamentar, o caminho que seguimos foi o possível dentro das circunstâncias e ainda bem que foi assim, porque isso nos permitiu aprender coisas que, provavelmente não iríamos aprender se tivéssemos debaixo de um guarda-chuva, super protegidos e sem poder participar nos processos de decisão. Não foi o caso. Por isso hoje conseguimos olhar, por exemplo, para o Dotorado Pro ou para o KKing Kong (que vão estar no Globaile) e passar-lhes conselhos, ideias ou formas de estar, algo que provavelmente não iríamos conseguir fazer se tivéssemos tido outro percurso.

Então vocês, de alguma maneira, querem fazer o papel desses tais “executivos de topo” e ajudar a projetar a música [eletrónica] que se faz em Portugal?

Canção mais difícil de compor ou gravar

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Foram tantas… Talvez o “(We Stay) Up All Night” (álbum Komba, 2011), porque teve várias versões antes de chegarmos à final.

Sim, um verdadeiro middleman, um facilitador. Queremos fazer de Lisboa esse pivot, essa capital [da música eletrónica], precisamente para tornar Lisboa uma middle city. Antes de ires para Nova Iorque tens de passar por Lisboa, porque é aqui que vais amadurecer o teu projeto, confrontar o teu projeto com um público atento e que conhece música – o público português está muito bem informado. Incubar ideias em Lisboa é uma mais-valia, a todos os níveis, e precisa de pessoas capazes para o fazer.

Os Buraka querem ser uma espécie de “empresários”?
Eu gosto de usar o termo “curador”. Não me interpretes mal, eu respeito os empresários, têm um papel muito importante, mas não é isso. É curadoria, é o saber cavar, ir pela estrada secundária até descobrir a próxima “cena”, o próximo ritmo.

E vocês vão fazer isso juntos?
Sim, claro. Nós somos um coletivo, há pessoas que têm mais capacidade para fazer umas coisas que outras, numa equipa precisas de um Ronaldo como precisas de um Pepe, nem todos são pontas de lança.

Mas explica-me, os Buraka vão deixar de fazer música e passar a fazer esse trabalho?
Não, nós não vamos deixar de fazer música. Acabou de sair uma canção do Branko em que eu participei.

Vão então continuar a trabalhar uns com os outros.
Sim, continuamos a produzir e a trocar ideias. Sei que só o Rui é capaz de fazer um determinado tipo de drums. Por exemplo aquele tema que ele produziu agora para os Deolinda [“A Velha e o DJ”]. Se ele achasse que aquele tema precisava de uns synths que o João [Barbosa — Branko] consegue construir, tenho a certeza que ele ia pegar no telefone e pedir-lhe. Isso acontece porque temos essa ligação e cumplicidade, que não se vai perder.

A canção que mais gostaram de tocar em palco

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Talvez o “Candonga” (álbum Komba, 2011). É uma delas, sim.

Eu vejo a coisa assim: precisamos que os artistas da nossa comunidade tenham uma chance à escala global. Para isso, sabemos que temos à nossa volta arranjadores, engenheiros, programadores, ou seja, temos tudo o que é preciso para dar às canções e aos artistas uma oportunidade de dar o salto. Tu vês nos créditos de uma canção da Rhianna um batalhão de pessoas que a tornaram possível. E se essa canção ganha, isso garante a subsistência de uma indústria. É importante que existam as Rhiannas, da mesma maneira que é importante que existam os Dotorados Pros. Para entenderes essa dinâmica precisas de um middleman, de alguém que consegue pegar no trabalho de um Dotorado Pro, transformá-lo e colocar aquilo na ponta da lança, na voz da pessoa certa que consegue seguir e fazer golo. Em Portugal temos essas pessoas, mas é preciso entender que para isso precisamos de todos, desde o agente, as editoras, jornalistas, de todos.

Estou a ouvir-te e a sentir que estão a tentar fazer com os outros aquilo que não tiveram oportunidade de fazer com vocês próprios.
Talvez, mas se calhar tinha de ser assim, tivemos de aprender. Há dez anos esta conversa não se colocava, mas admito que se calhar essas figuras, capazes de ir mais além, teriam feito a diferença. Hoje as águas misturam-se um pouco, mas somos essencialmente produtores de música eletrónica. Embora eu tenha argumentos para pegar numa fadista e tentar fazer o melhor disco de fado que já se fez na história da música portuguesa [risos], sempre sob o prisma da música eletrónica, porque eu acredito que a música eletrónica, neste momento, pode ajudar muito a indústria da música portuguesa, acredito piamente nisso.

Porquê?
Olha para o panorama geral. Quem são alguns dos cabeças de cartaz dos festivais, desde os grandes até às queimas das fitas. Está lá um indivíduo com dois gira-discos e duas pens. Essa é agora a figura que está a entreter 30 ou 40 mil pessoas. Há dúvidas que a música eletrónica pode ajudar a “salvar” a música portuguesa? Eh pá, as provas estão dadas, essa é a minha opinião.

Então, esse é o vosso legado?
Sim, totalmente. Mas queremos que seja, sobretudo, um ponto de partida, por isso não estou aqui com um discurso saudosista. Quero falar mais no que está para vir do que no passado. O passado foi maravilhoso, mas acredito que o que está para vir é muito mais interessante.

No Clube Mercado, em 2006 / Fotografia: Ana Gilbert

Fotografia: Ana Gilbert

Como é que vai ser no dia 1 de julho, como é que vai ser o último espetáculo dos Buraka Som Sistema?
Vai ser um espetáculo para o nosso público, não nos vamos negar a tocar aquilo que as pessoas querem ouvir. Não estamos a promover nenhum disco, não estamos a lançar nenhum produto, estamos só a tocar música e é maravilhoso estar nessa posição. Não há nenhuma estratégia, não há um depois — o depois será provavelmente férias para alguns, outros vão estar na estrada este verão, como DJs. [No dia 1] Todos os momentos importantes da nossa história estarão presentes, de igual para igual.

Vai ser uma celebração?
Absolutamente, não há outra palavra para isso. Vai ser o concerto das nossas vidas.

Vocês não estão tristes, pois não?
Estamos super estimulados e entusiasmados com o que vem a seguir. Os nossos planos são muito mais interessantes do que voltar a entrar em estúdio para gravar um novo disco. Eu prefiro estar aqui a ter conversas sobre como mudar a cultura do que sobre o novo disco dos Buraka, que poderia mudar as nossas vidas mas não iria mudar o mundo.

Vocês têm noção da importância e da revolução que fizeram na música eletrónica portuguesa, na pop e até no kuduro?
Temos [risos]. Antes de nós… dou-te um exemplo: sempre estivemos muito atentos à música eletrónica, sempre consumimos a Pitchfork e a Fader e coisas do género, e nunca lá vimos uma banda portuguesa. Olhávamos para os alinhamentos do Coachella, Glastonbury ou de Roskilde e nunca uma banda portuguesa tinha tocado lá. Ou seja, para quem faz hoje música eletrónica, sei lá, um miúdo de 19 anos que vive na Quinta do Mocho, imagina… ele hoje pode ambicionar conquistar o mundo. Se fosse há dez anos esquecia o assunto, mas hoje pensa: “Se Buraka fez, porque é que eu não posso fazer?”

Fora de Portugal, qual foi o país onde atuaram mais vezes

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Holanda e Reino Unido. A Holanda porque tem muitos festivais, o Reino Unido porque fomos muitas vezes a Londres… Não te sei dizer com precisão, até porque nós temos uma norma, que é não tocar na mesma cidade com um intervalo de menos de seis meses. Inclusive Lisboa.

Neste momento, como as coisas estão, não há nenhuma razão para um miúdo que faz música no quarto não ter essa aspiração. As coisas [redes sociais, por exemplo] estão muito melhores que há dez anos, mas há uma coisa que falta cada vez mais: os curadores, a figura do A&R. Lembro-me perfeitamente, quando editei a minha primeira canção, em 2001, eles ainda eram as pessoas mais importantes da estrutura editorial. Hoje não te consigo dizer o nome de um A&R.

Mas ainda há.
Claro que há, mas estão a uma escala tão grande, os que olham pela carreira do [António] Zambujo ou da Ana Moura e Mariza, por exemplo. Depois, abaixo disso… se calhar existe, mas eu não conheço. E isso é a prova do estado das coisas. Os A&R de 2001 não tiveram o cuidado de criar a geração seguinte, não passaram testemunho. O A&R é o curador, e se não há curadores…

Vocês estão numa posição ótima para isso.
Pelo menos para iniciar conversa! Eu não sei se tenho esse perfil [técnico], honestamente, mas consigo ter uma boa conversa seja com quem for. Ainda há dias um artista amigo [não quis dizer quem] deu-me três canções para ouvir. Uma delas era o single, eu ouvi e disse “OK, tudo bem, vale o que vale, tens o teu público a tua carreira”… mas havia ali outra canção, esquecida, esquisita, tinha muito mais potencial. O meu amigo também acredita nisso, só que a editora, o manager, todos apostaram na mais simples, na mais bonitinha. E eu disse-lhe: “Acredita, hoje em dia tu tens de respeitar o teu público, o público já não está assim tão…

Não é estúpido.
Exatamente. Ou seja, a tua música, ali no Spotify, está ao lado do próximo hit. Ela vai passar ao lado se tu não fores intrigante, catchy, se não lhes deres algo de novo. Ele achou que eu estava a ter um discurso político, e não é nada disso! Estou só a falar de canções. Quais são as que têm melhor chance, as que jogam pelo seguro ou as que “quebram”? E quebrar não significa que vais ter boa crítica. Eu até sou “anti boa crítica”, porque ela castra a criatividade. Não é o bota abaixo, não é a ofensa, acho que se tiveres alguma resistência vamos conseguir tirar o melhor de ti. Prefiro ter más críticas.

Mas vocês nunca tiveram más críticas.
[Pausa] Sim, mas eu não acho isso necessariamente positivo. Acho até que o facto de não termos tido concorrência durante muito tempo não foi bom, porque isso fez com que o crítico não tivesse pontos de referência. Ou seja, não teres concorrência nos alinhamentos dos festivais ou no coração das pessoas faz com que o crítico não tenha pontos de referência e acaba sempre por ser sempre condescendente, no sentido de “para português isto está muito bom” ou então vai elogiar porque não há ninguém para nos bater nos números, digamos assim.

E agora, 10 anos depois, como é que olhas para a música eletrónica portuguesa? Há um antes e um depois de Buraka?
Sim, como há um antes de DJ Vibe e um depois de DJ Vibe. Está diferente, está mais democrática. Os novos canais de consumo ajudam muito. Estamos num bom momento. Temos bons argumentos para reclamar para Lisboa esta franja da música eletrónica, ligada por exemplo ao kuduro. Temos o fado que é canção de Lisboa, mas também temos estes novos ritmos, Lisboa pode reclamar isso. Temos merecido a atenção da imprensa estrangeira, isso é bom mas não chega, é preciso posicionamento local. Temos de colocar os nossos DJs nos grandes palcos mundiais. E temos de discutir a cultura do país.

Como assim?
Acho que a nossa diversidade cultural também nos pode ajudar, estamos ela por ela com Paris ou Londres, à escala. Saber como lidar com as minorias, ou com a imigração, que é uma das grandes questões do século, pode fazer com que possamos ajudar os nossos vizinhos. A Europa por exemplo, que está completamente à deriva. A cultura é importante, precisamos de mais espaços fora dos centros, de criar pontos (e pontes) de encontro entre pessoas. Temos de discutir a cultura do país, e nós estamos aqui disponíveis para o fazer.

No Optimus Alive, 2011 / Fotografia: Ana Gilbert

Fotografia: Ana Gilbert

Em 10 anos vocês lançaram três álbuns, deram mais de 800 espetáculos… achas que vais ter saudades disso?
Se tiver saudades chamo uns amigos e voltamos a dar um concerto [risos]. Não, não vou ter saudades disso.

A vossa maior virtude e o vosso maior defeito

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A mesma resposta para os dois: pensar demasiado sobre as coisas. Conceptualizamos bastante, ficamos horas e horas à volta dos conceitos. Over thinking.

O que é que gostavam de ter lido sobre vocês que nunca foi dito?
Não sei se te consigo responder… talvez nunca se tenha feito muita reflexão sobre o nosso pensamento.

No sentido ideológico.
Exatamente. Por exemplo, sempre nos fizeram muitas perguntas sobre a nossa posição sobre a discriminação e sobre o racismo, esse tipo de coisas. Nós sempre fizemos questão de não ter nenhuma bandeira, porque sempre achámos que a melhor forma de combater o racismo e a discriminação é agindo, com atos muito concretos e eficazes. Nós, enquanto grupo, a nossa atitude, a nossa visão, a nossa abordagem sobre as coisas, somos um reflexo disso, do nosso pensamento sobre o que é que a gente acha sobre assuntos como a discriminação e o racismo. A nossa existência sempre esteve em torno dessa ideia, inclusive chamar ao grupo Buraka Som Sistema.

Porquê?
Diz-me: qual é o lugar, em Lisboa, mais massacrado pela imprensa, pelas piores razões, que a Buraca?

Vocês alguma vez tocaram na Buraca?
Sim, uma vez. Foi uma coisa corporativa, gostávamos que tivesse sido no estádio da Amadora mas não deu [risos].

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