A polícia turca recorreu a canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes que este sábado desafiaram a proibição imposta pelo primeiro-ministro turco. Os turcos decidiram manifestar-se na Praça Taksim, em Istambul, e no centro da capital turca, Ancara, pelas comemorações do aniversário dos protestos ocorridos em 2013 contra o derrube de árvores no parque Gezi, no qual pelo menos oito pessoas morreram e mais de 8000 ficaram feridas.

De acordo com o jornal turco Hurriet Daily News, foram destacados cerca de 25 mil polícias, assim como dezenas de canhões de água e veículos blindados, para evitar que os manifestantes chegassem à praça. A estação de metro da Taksim foi encerrada, bem como as lojas que rodeiam a praça. Também foram interrompidos os ferrys que ligam as duas margens do rio Bósforo. Na sexta-feira o governador de Istambul, Hüseyin Avni Mutlu, deixou claro que não iria vedar por completo o acesso à praça mas que, caso fosse necessário, seriam tomadas novas medidas. “Pequenos grupos de manifestantes podem tentar chegar a Taksim pelos seus próprios meios mas iremos tomar medidas para que tal não aconteça”, disse Mutlu, no passado dia 28.

A proibição de acesso à praça que recebeu os protestos anti-governamentais em junho de 2013 foi decretada pelo primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdoğan, horas antes das pessoas se concentrarem pelas ruas, numa iniciativa promovida por um coletivo de ONG’s e sindicatos. “Vocês não podem ocupar a Taksim como fizeram o ano passado, vocês devem respeitar a lei”, afirmou o chefe de Governo, num comício com apoiantes, acrescentando que as forças de segurança fariam “tudo o que for necessário, de A a Z” para impedir o avanço dos manifestantes. No seu discurso Erdoğan descreveu ainda os grupos de manifestantes como “terroristas” que só querem “atacar a unidade e ameaçar a economia” turcas.

Antes dos protestos terem começado, já algumas pessoas tinham sido detidas enquanto tentavam aproximar-se da praça. Um jornalista da CNN foi pontapeado pelas forças policiais e a equipa de televisão norte-americana chegou a ser detida mas foi libertada meia hora depois. Um pequeno grupo de estudantes desafiou os agentes e iniciou uma leitura pública mas foi rapidamente dispersado.

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