António José Seguro quis hoje garantir que se demitirá da liderança do PS caso António Costa vença as eleições primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro. Num comunicado que foi esta tarde distribuído às redações, uma fonte autorizada da direção do partido garante que a solução que Seguro ontem levou à Comissão Nacional nunca criará uma liderança bicéfala, nem significa que o líder está agarrado ao cargo – as duas principais críticas que os apoiantes de Costa lhe dirigiram nestas últimas horas.
E tenta virar essas críticas contra o próprio Costa. Com as primárias, diz a mesma fonte da direção, “surgem duas hipóteses possíveis: 1. Seguro ganha as primárias e é o Secretário-geral (SG) e candidato a PM; 2. Costa ganha as primárias e Seguro tira as devidas ilações (leia-se demite-se)”.

Assim, insiste, só haverá um problema de liderança bicéfala na hipótese admitida por Costa. “A proposta de Costa de efectuar eleições simultâneas para SG, ao mesmo tempo que se realizam eleições primárias, é um enorme erro, pois pode acontecer que os militantes do PS elejam um SG diferente do candidato a PM. Aí sim teríamos duas legitimidades, embora para funções diferentes, que poderiam conflituar.”.

Quanto ao mais, o texto enviado às redações defende o líder e ataca Costa. Diz que Seguro tem legitimidade e não se demite, que a ambição de António Costa criou um problema ao PS, que “Seguro demonstrou que não está apegado ao poder”. E remata defendendo-o dos “comentadores de serviço farão tudo para diminuir e manipular a decisão histórica de Seguro, mas não apagarão a coragem e a ousadia de um líder demostrou a sua raça”.

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