O novo livro de poesia inédita de Herberto Hélder, “A Morte sem Mestre”, é publicado na segunda-feira, anunciou hoje a Porto Editora, que chancela a obra.

Em epígrafe, a abrir a obra, o poeta afirma: “Tudo quanto neste livro possa parecer acidental é de facto intencional”, e acrescenta: “peço por isso que um qualquer erro de ortografia ou sentido/seja um grão de sal aberto na boca do bom leitor impuro”. O novo livro inclui um CD com cinco poemas lidos pelo poeta.

Herberto Hélder, de 83 anos, publicou no ano passado “Servidões”, uma obra também constituída apenas por poemas inéditos, saída com selo da Assírio & Alvim, e que “esgotou em poucos dias”, segundo a Porto Editora.

Apontado pela crítica especializada como um dos maiores poetas contemporâneos de Língua Portuguesa, Herberto Hélder tem-se remetido ao silêncio, não dando entrevista há mais de 20 anos. Em 1994 recusou o Prémio Pessoa, que lhe foi atribuído.

Nascido no Funchal, frequentou o curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, e publicou o primeiro livro, “O Amor em visita”, em 1958.

Viveu em França, Holanda e Bélgica, onde trabalhou como empregado numa cervejaria e como empacotador de aparas de papel. Esteve em Angola e nos Estados Unidos, revisitou a obra poética em “Poesia Toda” (1973).

Sem deixar de publicar poesia, Herberto Hélder teve a seu cargo, nos anos 1960, as bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhou na rádio, foi editor da revista literária Nova e diretor literário da Estampa.

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