Empate, derrota ou vitória. Fazer as malas para Portugal ou continuar a aventura no Brasil. “Aconteça o que acontecer” amanhã, no encontro frente ao Gana, Paulo Bento não vai abdicar do cargo de seleccionador nacional. “Não me demito. Não é a minha intenção, nem da Federação Portuguesa de Futebol”, assegurou o treinador.

A garantia de Paulo Bento chegou um dia após Humberto Coelho, vice-presidente da FPF, esclarecer também que “não é intenção da direção” prescindir do seleccionador — que, aliás, defendeu ter “a confiança da FPF e do seu presidente”, Fernando Gomes. “E não é de agora, vem de há muito tempo. Vem até do momento dos jogos contra o Azerbeijão e Israel”, referiu Paulo Bento, ao falar de dois encontros decisivos realizados durante a fase de qualificação para este Mundial, em março de 2013.

Na quinta-feira, às 17h, a seleção nacional defronta o Gana no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A equipa de Paulo Bento terá de vencer os africanos (por exemplo) por dois golos de diferença e esperar que, à mesma hora, a Alemanha ganhe aos EUA por uma vantagem de, pelo menos, três golos. Só assim evita a eliminação do Mundial. “Sei da minha responsabilidade, e também sei que, em Abril, cheguei a um acordo com a FPF que não tinha só a ver com os resultados que teríamos no Campeonato do Mundo”, explicou o treinador.

Ou seja, Paulo Bento garantiu que não se demitirá e que, se depender de si, continua como seleccionador nacional até ao Europeu de 2016, que se realizará em França. Uma intenção, recorde-se, também manifestada na terça-feira por Humberto Coelho.

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A batalha contra o Gana e o papel dos alemães

O futuro da seleção nacional no Mundial depende do resultado que fizer contra o Gana. E também do desfecho que vier do Alemanha-EUA. “Devemos esgotar as poucas possibilidades que temos no jogo de amanhã. Há que o ganhar”, enalteceu o treinador, argumentando que, para o conseguir, terá de “escolher a melhor estratégia” para enfrentar “uma equipa tecnicamente evoluída, com índices de agressividade e velocidade elevados, e que têm o seu melhor momento quando contra-atacam”.

Questionado sobre “o medo” face um possível ‘pacto’ entre germânicos e norte-americanos — um empate serve a ambas as equipas para seguirem rumo aos oitavos –, Paulo Bento respondeu “tem de haver respeito dignidade e trabalho” entre todas as equipas. “No futebol não deve haver medo e nós só podemos jogar o nosso jogo”, resumiu.

O seleccionador nacional explicou ainda que, ao escolher os 23 convocados para o Mundial, teve em conta o que os jogadores “deram ao longo de quatro anos e, sobretudo, nos últimos dois anos” — desde o Europeu de 2012, onde Portugal chegou às meias-finais. São mais velhos do que no Euro, mas também sei que só são meses mais velhos em relação ao jogo contra a Suécia”, rematou, ao lembrar a partida, realizada a 19 de novembro de 2012, em que a seleção garantiu o apuramento para o Mundial.