O número deve-se em grande parte ao elevado crescimento demográfico na África Subsaariana, onde existem atualmente 30 milhões de crianças sem escolaridade, indica um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) divulgado hoje em Paris. Segundo a UNESCO, se se mantiver a atual tendência, cerca de 43 por cento dos menores sem escolaridade em todo o mundo — 15 milhões de raparigas e 10 milhões de rapazes — numa pisarão uma sala de aulas.

O documento refere, por outro lado, que 17 países reduziram em 86 por cento o número de crianças sem escolaridade em pouco mais de uma década, como o Burundi, Marrocos, Nepal, Nicarágua e Vietname. “É possível conseguir mudanças positivas” com medidas como a abolição de propinas, a adequação do currículo, o apoio financeiro às famílias necessitadas, assinala o estudo.

A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, considera no documento que os novos dados, a que se junta a diminuição em 10 por centro da ajuda à educação revelada no início deste mês, confirmam a impossibilidade de se conseguir que exista educação primária universal até 2015. Nesse sentido, defende ser preciso fazer “soar o alarme e reunir a vontade política necessária” para garantir o respeito pelo “direito à educação para todas as crianças do mundo”, adianta.

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