Das sociedades de grande dimensão não financeiras existentes em Portugal 9,6% fecharam portas entre 2008 e 2012, indicam os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2012, existiam 1.015 sociedades de grande dimensão, que representavam 0,3% do tecido empresarial, informa também o destaque realizado pelo INE, que analisa a evolução das empresas portuguesas não financeiras no período de 2008 a 2012 e os efeitos que estas sentiram com a crise.

Em 2012, as sociedades portuguesas de grande dimensão foram também “responsáveis por 28,5% do total do emprego [769.023 trabalhadores] e mais de 40% do volume de negócios e do VAB [30,6 mil milhões de euros de valor acrescentado bruto] gerados no setor das sociedades não financeiras”, nota o instituto, que nesta análise dá uma atenção especial às maiores empresas. Em causa estão aquelas com pelo menos 250 trabalhadores ou que registam um volume de negócios superior a 50 milhões de euros e um ativo líquido de mais de 43 milhões de euros.

No período de quatro anos em análise, encerraram mais sociedades de grande dimensão do que Pequenas e Médias Empresas (PME), uma vez que neste caso fecharam portas 3,8% do total, indica também o INE. Em contrapartida, as empresas maiores tiveram “um desempenho menos negativo que as que as PME no período de crise” em grande parte dos indicadores económicos. Enquanto nas sociedades de grande dimensão a redução de trabalhadores, do volume de negócios e do VAB foi, respetivamente, de 5,6%, 3,9% e 6,6%, nas PME estes indicadores sofreram uma “forte contração”, respetivamente de 14,4%, 16% e 20,1%.

Por outro lado, nas grandes empresas verifica-se um crescimento do VAB médio gerado, de 29,2 para 30,1 mil milhões de euros entre 2008 e 2012, face a uma descida importante nas PME (de 134,7 milhões para 111,9 milhões de euros). “As sociedades de grande dimensão existentes em 2012 apresentaram uma capacidade superior de gerar valor acrescentado”, nota o instituto.

Quanto aos rácios de endividamento e de ‘debt-to-equity’, verificou-se uma redução entre 2008 e 2012 para todas as sociedades, mas menor nas maiores empresas do que nas PME, “o que poderá ter sido motivado, pelo menos parcialmente, pelo facto destas sociedades de grande dimensão terem sido menos afetadas pelas restrições de acesso ao crédito.”

Já na parte dos resultados líquidos, apesar de um decréscimo no nível médio, as grandes empresas “mantiveram valores positivos e também rentabilidades positivas”, ao contrário das PME. “No entanto, em ambos os casos, as taxas de investimento de 2012 caíram para cerca de metade dos valores de 2008”, conclui o instituto.

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