A Portucel fechou o primeiro semestre com um lucro de 90,6 milhões de euros, uma redução de 7,3% face ao período homólogo de 2013, anunciou nesta segunda-feira o grupo. Nos primeiros seis meses do ano, o volume de negócios da Portucel caiu 1,2%, para 747,2 milhões de euros, em relação ao mesmo período de 2013, consequência da descida dos preços de pasta e papel e do preço médio de venda de eletricidade.

Em contrapartida, o grupo aumentou em 0,7% o volume de papel vendido, reforçou o peso do mercado europeu e melhorou o ‘mix’ de produtos, lê-se no comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Conseguimos que o nosso preço médio de venda evoluísse mais favoravelmente do que a média do mercado. Estamos numa posição sólida para enfrentar com confiança um eventual endurecimento das condições do nosso setor”, disse o presidente da comissão executiva da Portucel, Diogo da Silveira.

O grupo destaca que o primeiro semestre foi “difícil para o setor da pasta, com a nova capacidade de produção a entrar em funcionamento, num mercado já de si excedentário de oferta”. Na energia, a produção situou-se 1,4% acima da produção do primeiro semestre de 2013, atingindo 1.170 Gwh.

Do lado dos custos, o grupo registou uma melhoria nos gastos com pessoal (fundamentalmente associada à correção da estimativa de custos com férias e subsídio de férias), assim como uma redução nos custos dos produtos químicos e nas operações logísticas associadas à exportação de pasta e de papel. Até junho, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) situou-se em 158,2 milhões de euros, caindo cerca de 9,6%, ficando a margem EBITDA / vendas em 21,2%.

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Os resultados operacionais totalizaram 112,3 milhões de euros, que comparam com cerca de 124,7 milhões de euros obtidos no período homólogo anterior. A Portucel registou resultados financeiros negativos de 16,1 milhões de euros, o que representa um agravamento em 8,3 milhões de euros face ao semestre homólogo e que é justificado pelo “aumento de encargos com o endividamento, na sequência da renegociação da sua dívida feita em 2013”.

Em maio de 2013, a Portucel procedeu à emissão de 350 milhões de euros de obrigações nos mercados internacionais, alongando a maturidade da sua dívida e melhorando o seu nível de liquidez, mas aumentando simultaneamente o seu custo.

O grupo esclarece ainda que, “à semelhança do que aconteceu no primeiro trimestre, a taxa efetiva de imposto no semestre ficou bastante abaixo da taxa de imposto do semestre homólogo, situando-se em 6,2%, como resultado da libertação de provisões que se vieram a verificar não necessárias”.