A asma é uma doença respiratória que afeta 235 milhões de pessoas em todo o mundo e é a doença crónica mais comum nas crianças. As suas causas estão relacionadas com fatores genéticos e ambientais. Em Portugal são 600 mil os afetados. Vários estudos sugerem que as doenças alérgicas, entre elas a asma, são cada vez mais frequentes nos países desenvolvidos e acredita-se que uma das principais causas seja a exposição à poluição atmosférica.

De um forma simples, a asma alérgica ocorre quando uma determinada molécula (também conhecida por antigénio ou alergeno) desencadeia uma resposta do sistema imunitário que faz com que os brônquios se contraiam, provocando a “falta de ar” (na verdade, o que custa mais não é inspirar, mas expirar o ar dos pulmões). Há muito tempo que os cientistas suspeitavam que o sistema nervoso desempenhava também um papel importante neste processo, mas só agora uma equipa de investigadores do HHMI – Howard Hughes Medical Institute – conseguiu identificar e estabelecer a casualidade direta entre a expressão de um gene nas células nervosas do nervo vago (que coordena, entre outros órgãos, os pulmões), e a ocorrência e severidade dos ataques de asma.

O teste foi feito em ratos, a quem foi inibida a expressão genética de um recetor celular chamado TRPV1, ao qual se liga a proteína da clara do ovo. Quando expostas a esta proteína, as cobaias cujo recetor do sistema nervoso fora “desligado” não desenvolveram sintomas — apesar de se continuar a verificar a devida reação imunológica. Uma vez reativado esse recetor, os ratos desencadearam reações asmáticas. Ou seja, demonstrou-se que o ataque de asma resulta de uma correlação entre o sistema imunológico e o sistema nervoso.

A asma é uma doença incurável, mas um acompanhamento clínico correto e medidas preventivas tais como evitar a exposição ao agente que a desencadeia permitem controlar os sintomas e evitar ataques fatais. Esta nova descoberta pode levar ao desenvolvimento de fármacos inibidores do sistema nervoso, e assim melhorar substancialmente a qualidade de vida (e assegurar a própria vida) de milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica disponibiliza em permanência o boletim polínico. Se sofre de asma ou de outras alergias (p. ex. rinite alérgica) desencadeadas por pólenes, consulte regularmente esta página de modo a prevenir o aparecimento dos seus sintomas.

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